Wednesday, July 08, 2009

O "povo" não existe

"Políticos gostam de falar sobre "o povo". Mas o povo não existe. Em 2007, o sociólogo brasileiro Alberto Almeida publicou um livro muito útil com o título "A Cabeça do Brasileiro" que contém os resultados de muitas pesquisas sobre as atitudes e opiniões dos brasileiros. As pesquisas tocam uma grande variedade de temas políticos, econômicos e sociais. Os resultados mostram: não existe nenhum tema em que predomine unanimidade entre as pessoas consultadas. Em todos os casos existe uma maioria e uma minoria ou até várias minorias que não compartilham da opinião da maioria. O tamanho da minoria pode oscilar. Pode ser uma minoria pequena, de dez por cento, ou uma minoria bastante grande, de 45%, mas sempre existem pessoas que não estão de acordo com a posição da maioria. Em uma democracia isso não surpreende, posto que todos vivem em situações diferentes, que influenciam as suas opiniões. Todos têm outras biografias e outras experiências. Todos têm interesses, desejos, medos e aspirações individuais. As pesquisas refletem a riqueza de uma sociedade aberta, que é a conseqüência da convivência de indivíduos livres. Assim, quando um político fala que "o povo" gosta das demandas e das posições dele, ele quer enganar o público. Quer blefar. O máximo que ele é capaz de alcançar é que o seu ponto de vista, a sua proposta, seja majoritária. Mas, ainda que um político tenha a maioria ao seu lado: por que uma maioria deve ter razão? Na sociedade moderna, onde todos estão expostos à propaganda "social-democrata" dia e noite, onde a ignorância sobre a interação entre política e economia é imensa, onde reina a apatia política em grandes setores da população, onde a ignorância é racional para os eleitores onde o sistema de educação ainda se baseia nas ideologias marxistas e esquerdistas antiquadas, talvez possa ser interessante e relevante conhecer a opinião da maioria. Contudo, como fonte de sabedoria, não serve para um liberal." Rainer Erkens (http://ffn-brasil.org.br/novo/PDF-ex/Publicacoes/Por_que_e_tao_dificil_ser_um_politico_liberal.pdf).

No comments: