Friday, October 09, 2009

Os poréns da sociedade voluntária

Se a gente imagina que a função do estado seja a de garantir a proteção da vida, liberdade e propriedade, de alguma maneira ele terá que se financiar. Se houver imposto, haverá coerção, afinal impostos são, dã, impostos. Se a alternativa for contribuições voluntárias - caracterizando de fato os pagadores como "contribuintes" - os que pagam se ressentiriam dos caronas. Com um imposto de 10%, por exemplo, pra bancar a justiça e a segurança, as relações seriam 90% voluntárias, os 10% restantes sendo o custo do "mal necessário". Me parece razoável e qualquer liberal consideraria esse cenário 99% melhor do que o status quo. Como a teoria não é necessariamente limitada pela realidade, uma galera deu o salto lógico que faltava e concluiu: ora, por que a Justiça também não pode ser privada e, assim, excluir toda a coerção da vida social? Tenho várias objeções à privatização da segurança porque, entre outros motivos, não teria como haver uma uniformidade de leis. Se a lei deve ser objetiva e igual pra todos, como garantir isso com as diversas agências competindo? As leis seriam iguais e a concorrência se limitaria à aplicação dos procedimentos que as garantiriam? Sou cético em relação a isso, ainda mais no presente estado de coisas, mas quem tiver tempo e gostar de especulações pode ler o seguinte PDF e tirar as próprias conclusões (http://libertarianpapers.org/articles/2009/lp-1-37.pdf).

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