Friday, March 19, 2010

Há abstrações e abstrações

Abstrações que não se baseiam na realidade servem como ficção científica: vamos filmar a história de um ser de outro planeta com uma inteligência sobre-humana que comanda a Confederação Galáctica, entidade que - 75 milhões de anos atrás - povoou a Terra. Qual é a base de uma maluquice desse naipe? A imaginação de uma pessoa, isso basta pra se criar a mitologia de uma religião como a Cientologia. A mente pode ir a lugares que o mundo físico não alcança e coisas assim devem ficar ali, no terreno da ficção. Agora, a teoria política-econômica lida com abstrações verificáveis pelos fatos e pela experiência. Quando eu digo, por exemplo, que o serviço de correios seria mais eficiente caso fosse fornecido pela iniciativa privada num ambiente de competição, eu tenho milhares de exemplos práticos e a lógica econômica do meu lado pra comprovar o ponto. Essa abstração - porque o ato de imaginar o que pode ser é uma abstração - não está flutuando no espaço na mesma categoria que uma religião que um escritor de ficção científica decidiu inventar. Se uma crença não possui evidências factuais, ela permanece como matéria de fé, outra abstração muito popular.

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