Tuesday, March 16, 2010

Fluxo sob o Santo Daime

Qual vai ser a causa abraçada por mim hoje? A causa é uma só, o foco é que varia ou a calça é uma só, o foco é que avaria. Me perdoe porque sou fraco e não resisto. Tipo, dai-me força, dai-me luz. É isso mesmo, vou expurgar as frustrações com ayahuasca, tive que ir no google conferir como se escrevia, não teve jeito. Interrompeu um pouco o fluxo, mas tudo bem. Então um negro alto e forte chamado Raimundo Irineu travou contato com um cabloco no Acre que preparou uma bebida servida no copo de requeijão da época, a folha de mandioca. O cara vomitou pra caramba e entrou em contato com o divino da floresta, o novo Ademir da Guia dos Povos, o Lula de água doce, o boto cor de rosa da Bruna Lombardi e o Raimundo Irineu abraçou a sua causa: a árvore da floresta. É bom especificar, tem árvore no asfalto que não dá onda. Aí o Raimundo Irineu foi pintado com chocolate pelo Vik Muniz enquanto extraía borracha das seringueiras quando encontrou com um ser da mata branca chamado Sebastião. Na minha época existiam muitos Raimundos e Sebastiões, quer dizer, alguns ainda estão vivos, mas não rolam muitas crianças Raimundas, não tem nenhuma conotação sexual nisso não, Sebastião deve ter na galera Regina Casé que não perde contato com as suas raízes. Aí o Mestre Irineu morreu e aconteceu a crisma ou a cisma, nunca sei direito. O fato é que alguns comunistas (sempre eles) descobriram o barato espiritual da parada e foram em peso com as suas anistias e santa marias lá pra floresta amazônica sentir o bafo da onça. Dias emocionantes em que os desbravadores pararam de se depilar e de assistir o BBB, vou cantar os meus hinários que eu ganho mais.

4 comments:

Anonymous said...

Eu ia lá e dava um pau nos cara. Eles falava ui. Eu ia lá e dava outro pau nos cara. Eles falava ai.
Eu ia lá e dava mais um pau nos caras. Eles não falava ui nem ai.
Adespois eu bebia da árvore. Adespois eu subia na árvore. Adespois eu voava feito passarim.
Tenho para mim.

Anonymous said...

Desde quando preto veio voa que nem passarim, perguntei pra Raimundo. Ele se riu e disse - num sei, eu tava voano.

Anonymous said...

Raimundo dia sim dia sim voava abestado ca proeza. No dia que pensou cumé que voava sem asa, Raimundo veio abaixo tal jaca podre. Depois me disse: voar nóis pode, nóis num pode é pensar.

Anonymous said...

Raimundo é abestado com voar. Tem sangue de sanhaço na veia do veio.
Ele pousa em todo lugar, menos em gaio fino. Explica - gaio já basta
a minha vida. Tiro razão de Raimundo não.