Tuesday, May 05, 2009

A lenda do empresário malvadão

As pessoas demonizam os empresários sem olhar pra si mesmas. Todos são empresários, marqueteiros e agentes de si mesmos, mas quando o cara começa a ganhar dinheiro com um negócio é um deus (estado) nos acuda. São criticados tanto por "explorarem" os empregados quanto por tentarem "enganar" os consumidores. Pra resolver isso, claro, clama-se pelos impolutos fiscais e suas leis maravilhosas. Mas, pensando bem, quem se aventura na livre-iniciativa no Brasil deveria ser considerado um herói ao invés de vilão, não fosse o marxismo invejoso a régua invisível com que se mede o valor de cada um neste país. Pro camarada se tornar empresário, ele deve antes poupar, ou seja, acumular capital, ou seja, produzir mais do que consumir. Claro que, no caminho, ele vai ter que dar algum pra máfia dominante, onde já se viu juntar dinheiro? E a justiça social, como é que fica? Ou poupa ou vai ter que pedir um empréstimo com os juros que temos. Nenhuma culpa do estado nisso, logicamente, se ele seca o crédito é porque há muita desigualdade no Brasil e alguém tem que fazer alguma coisa a respeito, nem que sejam dívidas que serão pagas pelas próximas gerações. A justiça social tem um preço, não é mesmo? Com o capital necessário, o cara vai ter que regularizar o negócio junto com a máfia dominante. Alvarás, licenças e certificados e seus respectivos carimbos já estão na conta, é o custo Brasil, minha gente! Depois de adquirir os equipamentos e toda a logística, chega a hora de contratar o pessoal. Ou a produtividade do empregado chega a mais de 900 reais por mês (salário mínimo é sinal de ignorância máxima + encargos) ou o empresário vai contratar por fora, correndo o risco de ser denunciado ao Ministério do Trabalho, mais uma curiosidade tipicamente brasileira. Esses obstáculos, cortesias da nossa tradicional burrocracia, ocorrem antes mesmo do negócio abrir, e o demonizado "explorador da mais-valia" já está com um passivo imenso que ele espera pagar com o projeto em funcionamento. Se ele der sorte, os funcionários vão dar conta do recado, os consumidores vão comprar os seus produtos, as suas previsões otimistas vão se concretizar e ele vai conseguir sobreviver e gerar empregos. Se o negócio não funcionar, ele vai estar cheio de dívidas e arrependido de ter se arriscado ao invés de ter feito aquele concurso público que a sua mãe vivia insistindo pra ele fazer.

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