Tuesday, June 29, 2010

Sobre os libertários 2

Como os "centros de saber" estatais estavam e estão aparelhados de socialistas das mais variadas orientações, os autores liberais foram então deliberadamente omitidos, restringindo o debate entre a esquerda radical e a esquerda moderada que, nesse arranjo, foi convenientemente caracterizada como a "direita neoliberal". Essa configuração não é exclusividade das faculdades brasileiras de humanas, algo parecido também acontece nos EUA e em outros centros. O motivo disso? Não sei ao certo, mas alguns especulam que a tendência dos intelectuais ao socialismo se deve ao medo que eles têm de ficar sem função numa sociedade capitalista, onde não existe um planejamento de cima pra baixo e a engenharia social não tem vez. De qualquer maneira, a internet mudou tudo, porque a fonte de conhecimento não se resumia mais àqueles feudos tradicionais da esquerda, você podia ter acesso aos teóricos liberais no alcance de um toque. Foi o que bastou pro aparecimento de um movimento de reação ao status quo mental que, desde a ditadura militar, domina a discussão política nacional. Como era de se esperar, esse movimento libertário surgiu com força primeiro nos EUA - um país fundado justamente no princípio de que o estado deve servir o cidadão e não o contrário - depois que os partidos que se revezam no poder se "esqueceram" das lições dos founding fathers e aumentaram bastante o tamanho e o alcance do governo. Políticos libertários como Ron Paul atingiram então considerável popularidade, inspirando principalmente os jovens cansados do big government que restringe cada vez mais a liberdade em nome da segurança, um trade-off insustentável no longo prazo. Explico o motivo no próximo post.

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