Monday, November 16, 2009

Todo dia a gente morre um dia

Aí um dia você tá num Maracanã lotado fazendo um golaço e no outro tá numa cadeira de rodas com uma doença degenerativa. O Woody Allen volta e meia fala do horror da vida, de como é tudo violento e sem sentido e o meu lado Pollyana pensa que não é bem assim, que rolam coisas boas no caminho. Certamente, nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno, mas esse prazo de validade é fonte de muita angústia, concorda? A gente tá o tempo todo correndo contra o tempo numa batalha desde já perdida. Então as pessoas querem fazer tudo ao mesmo tempo agora, querem viver intensamente, querem deixar um legado, querem espalhar as suas sementinhas por aí porque o tempo urge. Aí nego bebe, se droga, encontra Jesus e o escambau. A mortalidade coloca as coisas em perspectiva: se as coisas não saem como o esperado, qual a diferença? A gente vai morrer mesmo. Se saem como o esperado, qual a diferença? A gente vai morrer mesmo. A morte equaliza a vida.

1 comment:

Anonymous said...

A vida não chega a ser breve. Carlos Drummond de Andrade.

A vida é o ato da gente ficar no ar, antes de mergulhar. Batatinha (compositor da Bahia)