Monday, November 16, 2009

Programas trash de TV

Sempre cultuei esses programas ao mesmo tempo em que me policiava pra não rir demais dos seus realizadores. Porque mesmo que o aspecto técnico da produção não seja top de linha, há uma grandeza em pessoas que acreditam nelas mesmas e têm a iniciativa de fazer algo, ainda que de maneira tosca. Qualquer pessoa que tente fazer algo por si tem algo de heróica. Um heroísmo trágico, mas qual heroísmo não é, no fim das contas, trágico? Vi outro dia um programa da TV Comunitária (canal 6 da NET, stay tuned) em que uma senhora de uns 85 anos, num cenário mal ajambrado e com um microfone cheio de microfonia, falava da própria vida, das coisas que ela fez e aconteceu. Quem pode culpá-la por se promover num programa barato que quase ninguém vê? Dá pra traçar um paralelo com este blog, if you will. Eu ria, mas achei aquilo mais digno que toda a TV Brasil e todos os programas bancados pelo governo. Ela teve iniciativa, foi lá e fez. Não estava a mando de ninguém e de nenhuma agenda que não fosse a dela, era uma senhora de recados apenas dela mesma. Isso não quer dizer que ela não usaria o dinheiro do estado se tivesse oportunidade... Talvez seja uma compensação psicológica essa coisa da gente torcer pelo mais fraco, por quem não tem uma estrutura por trás. Quer dizer, é difícil encontrar alguma TV no Brasil em que o estado não tenha colocado o bedelho, mesmo nos canais ditos privados. Uns mais, outros menos, mas o fato é que tá cooptado, tá tudo cooptado ou querendo ser cooptado ou nem aí pra esses assuntos. Colé, cara chato pra caralho.

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