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Lógico que quem se beneficia dessa injustiça tece loas emocionadas a ela, mas nenhuma propaganda, malabarismo lingüístico ou chantagem emocional é capaz de torná-la justa. Então lá vão os consumidores de impostos e seus dependentes às urnas decidir o que fazer com o dinheiro dos outros. Suas prioridades, na ordem:
- Continuar recebendo mais dinheiro público (quando os impostos não bastarem, a dívida pra geração futura e a inflação pra geração presente também servem).
- A manutenção e, se possível, ampliação dos atuais privilégios (estabilidade no emprego de consumidor de impostos, por exemplo).
- Se, depois de ter os próprios interesses atendidos, ainda der pra ser generoso e aliviar a consciência com o dinheiro alheio, ótimo (os pobres, oprimidos e etc).
Esse sistema de pilhagem institucionalizada vai se arrastando até a sua inevitável falência (debitada - naturalmente - na conta do capitalismo, dos EUA, do neoliberalismo ou do bode expiatório mais conveniente no momento), a Venezuela é o caso atual mais óbvio. Uma idéia (não deve ser original):
Quem recebe dinheiro do governo não tem direito a voto, da mesma maneira que os filhos não têm direito de decidir o que fazer com o dinheiro dos pais (artistas Lei Rouanet, funcionários públicos, de estatais, O"N"Gs, empresários amigos do BNDES, sindicalistas, Bolsa-Família, empreiteiros, políticos, banqueiros, terceirizados, subsidiados pelo governo em geral e respectivos dependentes).
Não sobraria muita gente, mas talvez a democracia aí tivesse alguma chance de funcionar no longo prazo.