Thursday, April 15, 2010

C. Mouro 5

"No mercado livre se é recompensado por atender desejos e necessidades alheias (até subjetivamente). É troca espontânea! ...sim! é isso mesmo! E isso nada tem com colocar o interesse “dos outros” na frente dos meus. Ao contrario, eu ofereço benefícios aos outros para alcançar o meu benefício de forma justa; ou seja, eu espero retribuição. Se minha expectativa não é atendida, eu não me conformo achando que tal seja certo. Na verdade estou pensando no meu bem estar de forma justa. Meu objetivo não é o de beneficiar os outros, ou a “coletividade”, mas sim o de me beneficiar. Já o coletivismo (é uma doutrina moral ...pô!) determina que o apregoado bem alheio deve preceder o meu benefício. Já escrevi um texto: “O coletivismo” que fala disso. O mercado em si é um fato; o mercado livre é uma doutrina moral fundada em principio filosófico-ético que julga que todos devem ser igualmente livres (ausência de opressão), considerando isso “o certo”. Já o coletivismo é uma doutrina pretensamente fundada num fim: o “bem comum”. Considerando que o tal “bem comum é “o certo”, sem qualquer relação com o julgamento de méritos. Tipo: “todos merecem o bem”. E esse “bem comum” o é segundo a subjetividade de quem o enuncia: é arbitrado. Como eu disse, há o que se julga certo e o que se julga errado. Isso não tem haveres com egoísmo e altruísmo, senão sob ponto de vista ideológico. Pois que uma ideologia pode estabelecer, p/ ex., que o “altruísmo” é o certo por sua prática proporcionar um “fim supremo” qualquer, como a “vida eterna”. Assim, atendemos a uma ideologia visando obter um fim benéfico. Mas há outra forma de se chegar a idéia de certo e errado, que é a lógica. Muitos alegam que sem uma moral ditada por Deus tudo seria permitido. Ou seja, apenas almejam o “beneficio dado por deus” aos que o obedecerem. Já outros não se guiam por tal “benefício divino” e nem mesmo por qualquer outro beneficio ideológico, mas sim por análises lógicas que não admitem contradições ou aberrações. Ser egoísta não é agir contrário ao certo para beneficiar-se, pois o certo é o certo, aquilo que deve se realizar (visão filosófica). Já na visão ideológica o objetivo é o “benefício compensador”, levando a que “o certo” é aquilo determinado ideologicamente (muito dialético! ...hehehe!). Pois não podem explicar filosoficamente a justiça do “seu certo” senão mirando no “benefício futuro” ...coisa plenamente egoísta. ...hehehe! Vejamos: Deus estabelece “o certo” e premiará os que o obedecerem, e considera-se que a verdade vem de Deus (não se pode julgar deus, ele está sempre certo) e anuir com ele resulta em benefício. Fora isso é pior ainda, pois se considerará algo “certo” subjetivamente, sem qualquer raciocínio lógico: um mero arbítrio subjetivo ou em vista de um benefício terreno mesmo. ...isso é muito egoísmo. Pois o certo, o justo, é aquilo que deve se realizar, e deve ser imposto. Se alguém disser que o certo e justo não deve ser imposto, estará concordando que o injusto deve se realizar. Fazer caridade é algo benéfico aos que a recebem, e até agradável de praticar e presenciar: é benéfico e até desejável. Mas daí a dizer que é o certo e justo implica em tentar impô-lo. A menos que se concorde com o direito da injustiça, ou das coisas erradas, de existir. Há erros no sentido de não levarem aos fins almejados, mas há erros em sentido absoluto. P/ ex.: roubar é filosoficamente errado, ou injusto, independente de qualquer resultado do roubo. Mas se alguém concebe que uns roubando de outros leva a um resultado benéfico, se poderá dizer que “neste caso será certo/justo”? por meramente beneficiar a maioria ou mesmo apenas os muito pobres, em prejuízo dos ricos? ...o que dirá um “altruísta” sobre isso? ...e matar? será certo ou justo matar um inocente para beneficiar 5000? um egoísta dirá que não, mas um coletivista terá que concordar que a vida de um inocente vale menos que o bem de 5000. Afinal, para a idéia coletivista/altruísta o interesse coletivo precede ao individual. De onde sai tal absurda sentença? da quantidade? do benefício à maioria? do mero arbítrio subjetivo? um altruísta deve se oferecer em sacrifício ou exigir o sacrifício alheio por ser isso “o certo”? ..esmiuçar as questões é terrível."

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