A empresa que visa ao lucro está sujeita à soberania do consumidor, enquanto que as instituições sem fim lucrativo não dependem da resposta do público. A produção pelo lucro é necessariamente produção para o consumo, uma vez que os lucros só podem ser ganhos quando se fornece aos consumidores aquilo que eles, preferencialmente, desejam.
A crítica ao lucro feita pelos moralistas e pregadores erra o alvo. Não é culpa dos empresários se o consumidor – o povo, o homem comum – prefere bebidas alcoólicas à bíblia e romances policiais a livros sérios, e se o governo prefere canhões a manteiga. O empresário não tem lucros maiores por vender coisas “más” em vez de vender coisas “boas”. Seus lucros são tanto maiores quanto mais consiga prover os consumidores com aquilo que eles mais desejam.
As pessoas não bebem bebidas fortes para satisfazer os “capitalistas do álcool”, nem vão à guerra para aumentar os lucros dos “mercadores da morte”. A existência de uma indústria de armamentos é conseqüência do espírito beligerante, não sua causa. Não compete aos empresários fazer as pessoas substituírem ideologias malsãs por ideologias saudáveis. Cabe aos filósofos mudar as idéias e os ideais das pessoas. O empresário serve os consumidores tal como eles são hoje, por mais perversos e ignorantes que sejam. Podemos admirar aqueles que se abstêm de obter ganhos com a produção de armas ou de bebidas alcoólicas. Entretanto, sua conduta louvável é um mero gesto sem efeito prático. Mesmo que todos os capitalistas e empresários agissem assim, a guerra e o alcoolismo não desapareceriam.
Como ocorria na época pré-capitalista, os governos produziriam suas próprias armas e os bebedores destilariam sua própria bebida.
Trecho do "Ação Humana" de Mises:
http://www.ordemlivre.org/?q=/ebooks
Monday, January 07, 2008
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