Wednesday, November 05, 2008

A maioria pela menor minoria

O que eu ganho sendo contra a maioria? Não sei, talvez só perca. Talvez me alivie de alguma angústia. Ou o veredicto da maioria constitue a "verdade" ou a "justiça"? Acho que não. As forças que movem a história parecem viver num pêndulo constante, em que períodos de calmaria são seguidos de turbulências, booms vêm antes de busts e liberalizações são seguidas de intervenções. Não que essa lógica seja exata e evite que certos consensos se formem naturalmente. O momento da maioria é o de consolidação do estado como pólo aglutinador e, por que não?, justiceiro contra a "ganância" e o "egoísmo". Isso não é novidade, e essa moralidade dominou o século passado. A crença num poder central forte e moderador é tentadora e privilegia uma sensação de segurança sobre uma liberdade cheia de incertezas. Só que os governantes também são humanos, com suas "ganâncias" e limitações sendo amplificadas pelo poder de fazer e acontecer. Ou alguém tem dúvidas de que a maioria dos alemães apoiava Hitler e a maioria dos soviéticos apoiava Stálin? Não que o Obama seja parecido com esses 2, mas é bom manter os olhos abertos quando multidões depositam muita esperança numa só pessoa.

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