Friday, July 18, 2008
O cinema no Brasil
Mais um cineasta escreve no GLOBO dando a sua opinião sobre a situação do cinema no Brasil. O diretor diz que o seu filme foi feito com dinheiro público, mas que ele, mesmo assim, se sente "angustiado" ao perceber que o tal vai passar em poucas salas, enquanto o do Batman vai ser exibido em algumas centenas. Ato contínuo, reivindica "uma política para o mercado de cinema no Brasil". Na prática, que o governo crie uma lei que obrigue os exibidores a passarem os filmes brasileiros e limitarem os estrangeiros. Ou seja, uma cota. Esse é o argumento usado não só pelo cinema, como por todas as atividades econômicas que pedem medidas protecionistas pra "fortalecer a indústria nacional". A figura esquecida nessa equação são os consumidores, que têm de pagar mais e são limitados em suas escolhas. O preço do ingresso também entra no rol das reclamações, mas as coisas que o encarecem, como a meia-entrada e os impostos, não são questionadas. Pra finalizar, o texto tem aquele tom conspiratório de quem sugere que os filmes americanos são enfiados goela abaixo das pessoas. É justamente o contrário: as pessoas querem ver os filmes americanos, os cineastas brasileiros que querem enfiar os seus filmes goela abaixo através da lei. Não coloco em dúvida a boa-fé ou a paixão que o tal diretor tem pelos seus projetos, coloco em xeque os incentivos criados por pressões políticas que beneficiam uns (cineastas, industriais, etc) em detrimento de outros (consumidores). A única política que o mercado de cinema necessita é ser deixado livre, sem distorções causadas pelo estado na sua ânsia em agradar A ou B.
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