Demora-se em média 152 dias pra se abrir uma empresa no Brasil, fora o baile dos impostos. "Na prática, pra abrir uma empresa no Brasil é necessário pagar de 12 a 16 taxas e obter 43 documentos." Pra fechar a empresa que não deu certo, o processo é 12 vezes ainda mais lento, o que faz com que 80% desses empreendimentos não dêem sequer baixa nos órgãos públicos, criando uma confusão burocrática de custos diretos e indiretos difíceis de calcular. Faz sentido, depois de zerar a sua poupança e ir à falência, o empresário não tem mais dinheiro ou energia pra enfrentar outra via crucis. Esses números apenas ilustram o modo como a livre-iniciativa é encarada no Brasil, com desconfiança e, muitas vezes, hostilidade. Isso acontece por diversos motivos, mas algumas incompreensões do processo econômico são cruciais pro estabelecimento dessa cultura anti-empreendedorismo. Pra começar, a noção de que o empregador "explora" o empregado. Cria-se então milhares de regrinhas de como as relações trabalhistas devem ser, o que encarece e atrasa um processo que deveria ser dinâmico. Na verdade, empregado e empregador "exploram-se" mutuamente, o empregador aumentando a produtividade com o empregado e o empregado beneficiando-se da acumulação prévia de capital do empregador. Só que esse benefício só acontece se o negócio prosperar e der lucro, o que a cultura anti-capitalista faz de tudo pra evitar. Depois de tentar proteger os empregados dos empregadores, a mentalidade pró-controle tenta proteger os consumidores dos produtos e serviços oferecidos pelos empresários. São criadas então mais milhares de outras regrinhas que o empreendedor vai ser obrigado a cumprir caso não queira receber uma visita ainda mais onerosa dos representantes do governo, os fiscais. Pense na margem que isso dá pra corrupção. É como se fosse do interesse de um dono de restaurante, por exemplo, servir comida estragada aos seus clientes. Não é, como pretendo demonstrar nesta série de textos.
Monday, December 06, 2010
Uma minoria perseguida: os empreendedores (3)
Demora-se em média 152 dias pra se abrir uma empresa no Brasil, fora o baile dos impostos. "Na prática, pra abrir uma empresa no Brasil é necessário pagar de 12 a 16 taxas e obter 43 documentos." Pra fechar a empresa que não deu certo, o processo é 12 vezes ainda mais lento, o que faz com que 80% desses empreendimentos não dêem sequer baixa nos órgãos públicos, criando uma confusão burocrática de custos diretos e indiretos difíceis de calcular. Faz sentido, depois de zerar a sua poupança e ir à falência, o empresário não tem mais dinheiro ou energia pra enfrentar outra via crucis. Esses números apenas ilustram o modo como a livre-iniciativa é encarada no Brasil, com desconfiança e, muitas vezes, hostilidade. Isso acontece por diversos motivos, mas algumas incompreensões do processo econômico são cruciais pro estabelecimento dessa cultura anti-empreendedorismo. Pra começar, a noção de que o empregador "explora" o empregado. Cria-se então milhares de regrinhas de como as relações trabalhistas devem ser, o que encarece e atrasa um processo que deveria ser dinâmico. Na verdade, empregado e empregador "exploram-se" mutuamente, o empregador aumentando a produtividade com o empregado e o empregado beneficiando-se da acumulação prévia de capital do empregador. Só que esse benefício só acontece se o negócio prosperar e der lucro, o que a cultura anti-capitalista faz de tudo pra evitar. Depois de tentar proteger os empregados dos empregadores, a mentalidade pró-controle tenta proteger os consumidores dos produtos e serviços oferecidos pelos empresários. São criadas então mais milhares de outras regrinhas que o empreendedor vai ser obrigado a cumprir caso não queira receber uma visita ainda mais onerosa dos representantes do governo, os fiscais. Pense na margem que isso dá pra corrupção. É como se fosse do interesse de um dono de restaurante, por exemplo, servir comida estragada aos seus clientes. Não é, como pretendo demonstrar nesta série de textos.
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2 comments:
Amigo meu fechou uma franquia de uma cafeteria no Leblon depois de pouco mais de um ano aberta.
Não aguentava mais pagar arrego à vigilância sanitária.
No esmo bairro, o dono de um trailer de podrão que funciona há mais de 10 anos tem sido forçado a pagar uma anuidade de R$ 5 mil à Subprefeitura da Zona Sul para não ser fechado pelo Choque de Ordem.
A ordem é essa: o homens do governo impõem a dura lex para quem não lhes der dinheiro ilegal.
Isso aí.
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