Monday, February 01, 2010
Qual é a sua proposta?
Nas minhas andanças e conversas por aí, noto que as pessoas identificam a mesma fonte dos problemas brasileiros, a aliança entre o governo e os empresários eleitos pelos eleitos, as famigeradas parcerias público-privadas. "Ah, é uma gangue que controla tudo..." Se identificam corretamente o arranjo de poder, falham miseravelmente na hora de propor soluções e alternativas a esse esquema. "Ah, não tem jeito..." O argumento da impotência normalmente predomina, porque - se as pessoas não gostam desse conluio - parecem gostar menos ainda da alternativa: o livre-mercado. A lavagem cerebral nacional-socialista-estatista foi extremamente bem sucedida no Brasil, temos que admitir. O camarada nem precisa saber quem foi Gramsci, Marx ou Marcuse, essa influência se dá de uma maneira subliminar tão eficiente que faz uma ideologia totalitária se passar por "bom senso" na maior cara de pau. Ora, se o estado tem o controle sobre a atividade econômica, se o estado tem o poder de decidir quem vai receber subsídios, se o estado é o maior anunciante, se o estado é o maior banqueiro, é óbvio que os empresários vão ter muitos incentivos pra participar desse esquema. Então investem milhões nas campanhas eleitorais pra cargos que pagam apenas alguns milhares de reais por mês. A conta não fecha? Não tem importância, eles terão retorno com os subsídios, obras superfaturadas e demais corrupções feitas em parceria com aquele representante do povo que aceitou de bom grado as suas contribuições. Isso perpassa toda a administração pública e, de tão comum, parece ter virado parte da paisagem. Mas a coisa não tem necessariamente que ser assim, ela é assim porque se incutiu na cabeça das pessoas que a economia precisa da mão pesada do estado pra que ele evite monopólios e a "exploração do homem pelo homem". Mas veja que o estado é o maior monopolista de serviços e também aquele que mais explora as pessoas. O camarada tem que trabalhar 5 meses por ano só pra pagar impostos e a inversão diz que é o empregador quem explora o empregado. Sim, há uma luta de classes no Brasil: entre os pagadores e os consumidores de impostos. Se o estado tem o poder de decidir quais vão ser os vencedores e os perdedores, isso vai continuar acontecendo. Qual a solução que eu vejo alguns amigos dando a essa situação? Uma vaga sugestão de "educação". Qual educação? Não se diz. Dada por quem? Não se diz. Sem perceber ou querer, as pessoas sancionam as atuais políticas, votando em eleições onde a esquerda moderada fica disputando com a esquerda radical pra ver quem faz mais demagogia e populismo com o dinheiro alheio. Isso não é enfiado goela abaixo das pessoas, é apenas um reflexo do que passa pela cabeça do eleitorado. Se as mentes mais esclarecidas não percebem esse beco sem saída, imagina o povão...? O estado deve se separar da economia assim como se separou da religião, eis a minha proposta.
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8 comments:
Pois é. No discurso político brasileiro há muito "precisamos disso, precisamos daquilo" e nunca a pergunta: "como vamos executar isso ou aquilo".
Então empresa pública é "mais justa", benefícios sociais são "justos", tudo fica lindo no discurso. As pessoas se esquecem que alguém precisa pagar a conta depois.
Sol, a carga tributária é gigante.
Você paga 57% de imposto por litro de gasolina; 47% na conta de luz; 30% de sal é imposto;40% do açucar é imposto; 36% do café, 33% do leite, 34% do trigo e por aí vai.
Ninguém é contra imposto. Mas existem no Brasil 83 tributos! É a gente empurrando a máquina que impede a gente de andar mais rápido. O Governo tem que ser profissional, como time profissional. Governo-empresa.
Se o governo quiser baixar impostos, vai ter que cortar gastos pra equilibrar o orçamento.
Onde cortar?
Não seria legal cortar só gastos, mas também diminuir o passivo governamental pros juros baixarem.
Primeiro o governo tem uma máquina monstruosa que ficou maior ainda com o PT; segundo tem os penduricalhos sociais todos que é um monte de marisco sujando o casco do navio sem dar nada em troca; terceiro, tem aquilo tudo que a gente sabe desde os bons tempos em que era só 10%; quarto, tem o mal gerenciamento puro e simples;quinto, tem os empréstimos partidários, vide 13 milhões pro MST, e sabemos disso só por acaso; sexto,tem campanhas de governos no Brasil todo, quanto custa isso contando estatais todas, municípios, estados e o próprio governo federal? sétimo, tem a utilização ideológica de dinheiro público, vide os bilhões dos caças, contrariando expertise militar. Etc, etc, etc.
Há estudos que indicam que a sonegação e, consequentemente, o que o governo recebe, é bem menos do que seria se abaixasse a carga tributária, incentivando as empresas a pagarem.
10% de imposto me parece bem civilizado.
Não pagar imposto é uma tradição. Você não lembra porque é uma jovem
criatura, mas eu, que sou velho pra caramba,lembro do tempo em que ninguém pagava imposto de renda. Nem se cogitava. Era coisa fora de questão. Ninguém pagava e ponto. O governo não tinha meios para descobrir quem era quem, mas daí com a informática, danou-se a nega do doce.
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