Tuesday, February 09, 2010
Margem pra corrupção
Não é isso o que o intervencionismo dá? É, margem pra corrupção. Coloca um fiscal lá pra ver se tá tudo de acordo com as milhares de regrinhas pra rédea ficar bem curta com o poder de aplicar uma multa bem alta... REFLITÃO. Será que agências privadas não fariam com vantagem o papel de uma ANVISA, por exemplo? Tipo, "este restaurante tem o selo de qualidade X", por que não? Qual o interesse do dono do restaurante em servir comida estragada? Think, Costanza, think! Então é isso: dão margem e a corrupção acontece. Dão muita margem e muita corrupção acontece. O ser humano não é anjo ou demônio, não se trata dessas coisas que não existem. Tava conversando com um primo sobre o lance da carteirinha de estudante: a mera existência da lei de meia-entrada já estimula a corrupção. Não estou falando nem do privilégios de uns às custas de outros e nem da cooptação dos movimentos estudantis pelo governo, isso já tava no roteiro. Como recusar verbas e o monopólio da emissão da carteirinha que garante ao jovem a certeza de que as leis não valem nada? Não só não valem como são arbitrárias e sem sentido? Chega a ser antinatural respeitar regras que você não respeita. Como assim eu não posso abrir um bar pra fumantes? Que maluquice é essa? O cara tem um orçamento na mão de 100 milhões de dinheiro dos outros e o poder de escolher a empreiteira que vai fazer... Peraí, você acha mesmo que essas licitações acontecem observando todos os princípios que regem a administração pública? Sim, você leu as apostilas de Direito Administrativo. Já reparou que os casos de corrupção sempre envolvem algum agente do governo? Claro, eles controlam o processo e você acha bonito isso?
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5 comments:
O exemplo do selo de qualidade. A Petrobras fez isto. Criou um selo chamado De Olho no Combustível. Garantia de que a Petrobras periodicamente verificava o combustível. Os caras dos postos, com faixa e tudo, burlavam. A Petrobras teve que publicar um anúncio com o nome de todos os postos, estado por estado, onde o
combustível de fato era bom. E um site na internet onde o cara que ia viajar escolhia os postos aonde o combustível era bacana. Os postos não bons eram de beira de estrada, onde o carro pára, abastece e desaparece. Não havia posto de cidade pequena onde todo mundo conhece todo mundo. O Esch Café é bar pra fumante.
Primo meu que comprou fazenda no Pará, para conseguir autorização para o desmate permitido por lei, teria que dar X% do valor do desmate para o sindicato dos trabalhadores rurais de nãoseiaonde. Não havia a exigência na legislação. Ele mostrou isso ao fiscal do VCBXCV que, com as pernas em cima da mesa disse pra ele: "Isso aqui não funciona não. Você paga ou eu não autorizo." Isso, com maior ou menor fidúcia, acontece diariamente em todo o Brasil, em todos os ramos de atividade. A culpa é de quem? Nossa. Não damos uma "cervejinha" pro cara da net "quebrar o galho" e instalar uma paradinha que ele não pode instalar? O mesmo pro guarda da esquina, pro cara que vende passagem no balcão. A corrupção, quando a gente é corruptor, não passa de conveniência, facilitador.
Poder é sinônimo de corrupção. Ponto. Meu tio Silvio, que deus o tenha, dizia isso há 30 anos.
Na simpática rua Garcia Dávila, em Ipanema, há um bar chamado Paz e Amor. Ele fica na esquina de um quarteirão que tem 50 metros de comprimento e 3 placas de proibido estacionar. Todos os dias, na hora do almoço, uma fila de taxi fica ali atrapalhando o trânsito. Volta e meia entra um guarda e saí com um embrulho muito semelhante a uma caixinha. Um dia discutiu-se o tema na minha mesa. Alguém disse que o salário baixo estimulava a corrupção. Daí alguém observou que o que estimula a corrupção é a falta de caráter. Aí alguém redarguiu que a falta de caráter é proporcional ao salário. Se fosse assim, alguém apontou, teríamos no Brasil 130 milhões de corruptos. Finalmente alguém disparou: e não temos? Silêncio.
Curto o Paz e Amor.
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