Entre a abstração e a realidade

Por mais divertido que seja discutir o princípio da não-agressão, a praxeologia de Mises, o objetivismo de Rand e as querelas eternas entre minarquistas e anarco-capitalistas, a realidade brasileira se dá entre o autoritarismo do PSDB e o totalitarismo do PT, com o PMDB indo pra onde o poder estiver. As picuinhas sobre quem rouba mais (PT) ou quem usa de mais demagogia (PT) pra se manter no comando da máfia dominante desanimam qualquer debate sobre princípios e valores. O patrimonialismo e a estatolatria estão tão entranhados que é difícil conceber uma forma de cooperação que não seja imposta de cima pra baixo. Se a farinha é pouca, o meu pirão primeiro. Então, como é natural, as pessoas agem com o que têm, se adaptam ao que existe e teorias contrárias são desacreditadas de antemão. Mas, assim como as coisas chegaram ao nível atual de submissão do indivíduo ao estado, elas podem mudar. Assim como os partidos contrários à agenda esquerdista desapareceram do cenário, eles podem voltar. Assim como o socialismo se transformou num sinônimo de bondade (??!!), sua aplicação gradual pode mudar essa percepção. A mentalidade não está escrita na pedra, ela se modifica se as evidências forem muito fortes. Os liberais de todas as vertentes não podem esmorecer e imaginar que os seus esforços são inúteis e que "tá tudo dominado". A verdade, cedo ou tarde, se impõe.