Um regime totalitário é apoiado ou tolerado pela maioria. E ele só é derrubado quando a opressão chega num nível em que nem os seus supostos beneficiários aguentam mais. O Muro cai e então se faz um mea culpa. "Poxa, como é que deixamos a coisa chegar nesse ponto?!" Os que antes eram desqualificados como "paranóicos" - "traidores da Pátria" - são redimidos, mas os que ficaram no caminho não voltam mais. "O nosso líder queria tanto o nosso bem, como é que a gente ia saber que aconteciam todas essas barbaridades?!" Tanto trocaram liberdade por segurança que terminaram sem as duas. Tanto acreditaram na justiça social que terminaram injustiçados pelo socialismo. A culpa era dos ricos. A culpa era dos brancos de olhos azuis. A culpa era dos ricos brancos de olhos azuis. "Não se preocupe, o nosso governo vai cuidar disso, todos vão ser iguais." Mas o plano não funciona, ele nunca funciona, e o Muro cai. Só que ser livre é difícil, dá trabalho. De modo que se esquece de como as coisas eram e alguém começa a falar novamente o que as pessoas, com os seus ressentimentos e inseguranças, querem ouvir. Um estado totalitário não surge do nada, surge da submissão gradual da maioria ao poder constituído, ao líder iluminado que vai nos vingar daqueles que achamos, ou fomos doutrinados a achar, que nos prejudicaram.
Friday, March 27, 2009
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