Friday, November 06, 2009
O caso do auto-interesse
Um exemplo pra mostrar que o auto-interesse não é algo negativo, ao contrário, é correndo atrás dos seus próprios objetivos que cada um contribui pro todo. Como funciona uma obra num apartamento? Primeiro você tem que ter um. Você procura então um corretor de imóveis dizendo que tipo de apartamento você quer e quanto dinheiro você tem pra gastar. É do interesse do corretor conseguir intermediar essa venda pra ganhar uma comissão. Ele pode até fazer uma leitura errada daquilo que você quer, mas não é do interesse dele mostrar imóveis que não te interessem porque ele também não quer perder tempo. Quando finalmente aparece um apartamento que te agrada, você faz um lance. Se o dono aceitar o lance, a venda é efetivada. Só nessa operação, 3 pessoas são diretamente beneficiadas: você conseguiu o apartamento que queria, o corretor conseguiu a comissão que queria e o antigo dono conseguiu o valor que queria. Ninguém entrou nessa transação pra fazer o bem pro outro, isso é apenas uma consequência. Então você tá lá com o apartamento e considera que ele precisa de uma obra pra ficar do jeito que você quer. Pra isso você chama alguém especializado nesse tipo de projeto. Você troca uma idéia com o arquiteto dizendo o que quer e ele te apresenta um projeto com um orçamento, que você pode aceitar ou não. O arquiteto tenta fazer a coisa de modo a te agradar, porque só assim ele vai fazer o trabalho e ser pago. Chegando a um acordo com ambas as partes satisfeitas (pleonasmo), o momento é de executar o que está no papel. Pra isso é preciso uma equipe especializada e você não vai sair contratando qualquer um por aí, você vai conversar antes com pessoas de confiança que têm experiência com esse tipo de coisa e pedir indicações. Equipe indicada, as partem têm que chegar num acordo sobre o orçamento. Você não está explorando ninguém, a pessoa só faz o trabalho se o acordo lhe for vantajoso. Não há, a princípio, antagonismo entre empregado e empregador. Tudo acordado, a obra se inicia. O trabalho tanto pode ficar bem ou mal feito. Se bem feito, os empregados vão receber e serão indicados pelo empregador caso ele seja consultado por alguém querendo saber de gente que faz bem uma obra. Se mal feito, nada disso vai acontecer. Se o objetivo dos trabalhadores da obra é permanecer nesse ramo, é do interesse deles fazer um bom trabalho. A obra então chega ao fim e todas as pessoas que participaram do processo saíram mais satisfeitas do que quando entraram. Um ciclo virtuoso em que ninguém precisou se sacrificar por ninguém, bastando o interesse próprio como mediador das relações.
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