Wednesday, October 21, 2009
A propriedade sobre obras de arte
Claro que o juízo de valor começa quando eu chamo de "obra de arte" algo que outra pessoa pode considerar um lixo. O valor é subjetivo, ora bolas. Então as obras do Hélio Oiticica queimaram e se iniciaram as pressões pra que o estado cuide do patrimônio dos outros. Sim, porque as obras de arte de quem quer que seja pertencem ao seu criador e aos herdeiros que ele indicar. Se o proprietário é negligente com os próprios bens, problema dele. "Mas aquilo é um patrimônio cultural da humanidade". É mesmo? Quem disse? "A crítica, as teses, o reconhecimento mundial..." Ah, então as músicas do Michael Jackson não pertencem mais à família dele, pertencem à "humanidade". Mas quem representa a "humanidade"? A ONU? O que acontece em todos os quadrantes é um ataque concertado à noção da propriedade privada, uma coletivização do pensamento que tenta ignorar que as coisas, afinal, têm donos. A obra do Hélio Oiticica não me pertence de maneira alguma, se eu quisesse um Parangolé, eu podia ter ido lá e oferecido algo em troca aos seus proprietários. Caso contrário, nada feito. O governo, pra começar, não devia nem ter museus, TVs, teatros ou cinemas. A própria existência de um Ministério da Cultura é uma maluquice autoritária, algo inventado por - só pra ilustrar - Benito Mussolini. E esse dirigismo cultural nem dá pinta de retrair, as pressões de todos os lados dizem que o estado deve se meter ainda mais na - não sei se a palavra ainda se aplica - "cultura". Qual "cultura" é possível se ela tem que ter a aprovação prévia do status quo? Esse povo é artista ou é funcionário público?
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15 comments:
Você conhece um museu oficial abrigando obras que denunciam suas injustiças ou falcatruas? Arte é o que interessa. Que dá grana pra meia dúzia da patotinha que vai no embalo das lantejoulas coletivas. Pro governo que escolhe quem lhe glorifica e não quem lhe acusa.
Pro marchand que inventa um cara e fica com ele até que descubram o embuste - daí vai inventar outro.
Arte é supermercado. A embalagem mais bonitinha vendendo o produto.
Quem é que precisa, realmente precisa, de um Andy Warhol na parede de casa?
Vero.
O post do alcool rendeu 7 comments.
O post do Proudhon 0 comments. Eis uma interessante discussão a respeito de valor das coisas. O post do alcool tinha lá a bichinha fazendo pose de bichinha. Pros iconoclastas de plantão, including me, foi um bom alvo. O post do Proudhon - que, teoricamente, em termos de arte como nós a entendemos, "vale" muito mais do que a bichinha do alcool - teve zero comments porcaus de que? Dificuldade de tirar um prossiga dali? Preguiça? O alcool tinha mais piada pronta? Era muito longo?
Não há um paralelo mambembe com arte, com valoração de uns versus desvaloração de outros?
Pois é, o valor é subjetivo.
Deu na Folha que com o incêndio parangolístico reacendeu-se a discussão sobre a guarda de obras de arte. Fora o trocadilho involuntário da Folha, a discussão não leva a nada. Parangolé não é obra de arte. Você vai e pergunta pra india véia ferreira o que ele acha do parangolé. India véia tira o cabelo da testa, passa a língua na dentadura e fala 5 horas e 12 minutos a respeito, tudo a favor.
Se queimar livro não fosse crime de lesa-cultura, eu queimaria todos os livros de índia véia. India véia, lá atrás, brigou com os concretistas. Depois viu que o negócio ainda dava ibope, daí índia véia desbrigou!!! Os pessoal daquele estado de índia véia, meu caro Sol, é soda!
Pelo número de posts o caro Sol já percebeu que estou em relativa calmaria. Pois Berê trabalha loucamente, só pra me dar vergonha!
Agora Berê anda num papo aquecedor, um papo chaminé, uma coisa muito estranha. Tenho para mim que Berê pirou. As catacumbas,
foram as catacumbas!
Eu digo o mesmo. hehehe
Museu argentino abre mostra com gravuras de Warhol e instalações.
No site do Estadão. Se as gravuras já são aquela enganação conhecida, imagina as instalações.
Ainda bem que me cabe algum direito pela minha propriedade intelectual, para eu colocá-la desde já em DOMÍNIO PÚBLICO pelo creative commons, proibindo apenas que alguém se aproprie delas com exclusividade. É meu jeito de impedir a rapinagem dos comerciantes de ocasião, de monetização, essa sub-raça.
E de quebra, frustro toda a minha (im)provável futura descendência. Nenhum filho meu sanguessuga vai ter UM CENTAVO de direito autoral meu. Vá ser comerciante e chafurdar sua cupidez na lama pra ganhar seu dinheirinho suado e ensebado, meu filhinho!
Você é livre pra isso, Lois.
Depois eu tento dar uma opinião sobre a propriedade intelectual, estou dividido por enquanto.
Se bem que eu acho que quando vc tiver um filho, toda essa dureza com a sua descendência pode ir por água abaixo.
Sim, Sol, pode ser que eu mude de idéia quanto a isso. Aliás, primeiro eu teria que mudar de idéia quanto a não ter filhos, mas aí já é outro papo.
E sobre a propriedade intelectual, eu penso o seguinte: Não é justo alguém que teve um esforço finito no tempo - definido - ganhar indefinidamente por isso, que além do mais não dependeu apenas de sua perícia, mas de imponderabilidades como a inspiração.
Seria a mesma coisa que um carpinteiro ganhar cada vez que usassem a cadeira que ele fez - e quando ele morresse, a sua descendência ganhasse em seu lugar.
Sim, estou pendendo pra esse lado também.
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=17
Isso mesmo, Haemocytometer, apoiado. Filho na bufunfa paterna tem tudo pra virar um merdinha filhinho de papai pós mortem. Bando de sacripantinha e sanguesuguinha. Eu mandava a molecada ir brincar no meio do trânsito. O pior é que a filharada fornica e tem filho, e vem mais uma
geração de neguinho mamando nas tetas do suor paterno.
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