Tortoise - Beacons of Ancestorship (2009)

Porra, o Tortoise é foda, fala sério. Esse novo é, mais uma vez, instrumental, com os caras se revezando em diversos (ai jisuis!) instrumentos. Pode ser ostentação musical ("toco tudo!"), mas se a pessoa ficar com receio do que os outros vão pensar, ela não produz nada. "Tá escrevendo pra se mostrar!" "Tá pintando pra se mostrar!" "Tá tocando pra se mostrar!" A alternativa seria tocar (haha!) trancado no quarto (hahaha!), com o som baixo pra não haver o risco de alguém escutar e tascar com um soslaio de desprezo: "Lá vai o Fulaninho achando que é artista..." A apologia do imobilismo criativo. Pra quê serve, afinal de contas, a arte? Pra pagar as contas, ora bolas. (hoho!) Isso até acontece quando você dá sorte e é talentoso. E eu lá acho que a Ivete Sangallo não tem talento? Claro que tem, mulher inteligente e engraçada, aliás. Mas eu não acordo e nem durmo no modo axé music, tenho lá os meus critérios, o valor não é subjetivo? Pois então. Alguém pode ouvir o Tortoise e achar o som meio frio, matemático. Beleza, a pessoa gosta de mais emoção derramada, nenhum problema. Mas, na minha avaliação, fazem um som poderoso, como as pessoas que estiveram no Circo Voador no show que eles fizeram (2007?) puderam comprovar. Recomendo fortemente.