Tuesday, September 22, 2009
A diferença entre o corporativismo privado e o estatal
"você falou em impedir a intervenção do estado pra impossibilitar lobbies e corporativismo, mas o corporativismo nem sempre vem por meio das ferramentas estatais. esse lance de crente que compra com crente, emprega crente, etc não ocorre (necessariamente) por meios estatais. portanto, reduzir a participação do estado, por mais que possa ter um efeito satisfatório, não vai motivar uma mudança efetiva nas relações sociais. a propina vem por meios não estatais também, por chantagem, por filha da putice mesmo. corrupção é uma questão cultural, não esquerda vs direita. é bem verdade que o governo é um ambiente perfeito pra que ela prospere, mas está longe de ser o único local onde ela existe." Sim, concordo contigo que a cultura é importante, mas a "cultura" não é um conceito levitando no éter, ela é inserida num contexto em que o estado atua de maneira preponderante. Eu posso parecer aquele mendigo louco do Seinfeld ("The Government!") apontando sempre o dedo pro estado, mas os lobbies que são nocivos - pois limitam a concorrência - são aqueles com o dedo estatal. Quando um crente contrata no seu bar (que, não se engane pela foto, não serve bebida alcoólica e nem se pode fumar) um outro crente, não há nenhum problema, mesmo que você caracterize isso como "corporativismo". O dono do bar crente contrata um outro crente que topa trabalhar ali por um salário. Troca voluntária, tudo certo. O problema acontece quando, vamos dizer, uma associação de crentes decide pressionar o Congresso pros legisladores aprovarem uma lei que determina que só os crentes (com certificado de "Crente" emitido pelo MEC) podem abrir ou trabalhar em bares. Através de uma lei, criou-se uma reserva de mercado. De um lado, os crentes exercendo uma escolha; de outro, os crentes e o estado limitando a escolha dos demais. Eis a diferença fundamental.
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