Dos males, o menor

Se no mundo das idéias é possível discutir absolutos, no mundo real as coisas são mais relativas. Então quando eu falo em liberdade individual, não espero que ela baixe na terra como uma aparição do Espírito Santo, de uma hora pra outra. Mudanças levam tempo e revoluções normalmente terminam em sangue porque uma determinada ordem não é drasticamente substituída por outra impunemente. O que faço aqui é tentar apontar um caminho, um norte que leve a uma maximização da liberdade individual ao longo do tempo. Dito isto, há escolhas que somos obrigados a fazer que, muitas vezes, não condizem totalmente com os nossos princípios, mas que evitam um mal maior. Por exemplo, me parece óbvio que o PSDB é um partido de esquerda, autoritário como o seu próximo candidato à presidência. Agora, entre o PSDB e o PT, o PSDB é um mal menor. Outra: os EUA terem bases militares na América do Sul. O ideal seria que os americanos nem se metessem, mas entre ter os EUA por aqui e ter bases da Rússia (em lua-de-mel com Chávez), não me resta dúvida de qual seria o mal menor. Mais: entre a Igreja Católica e a Rede Globo e a Igreja Universal e a Rede Record, considero a primeira dupla menos nociva. Não entro no modo "tudo é a mesma merda" porque não é. Uma merda pode ser de uma pessoa mais saudável que outra e desativar esse senso de proporção é desativar o próprio senso de justiça.