Então mais pragas se seguiram: a dos mosquitos, que vieram da poeira do chão. Dessa vez, os magos não conseguiram replicar a mágica, mas o faraó permanecia irredutível. Depois vieram as moscas-varejeiras em todos os cantos do Egito, menos em Gessen, onde moravam os hebreus. O faraó meio que jogou a tolha, dizendo que ia finalmente liberar os hebreus, mas, na última hora, voltou atrás. A quinta praga foi a peste dos animais e funcionou assim: os animais dos egípcios morreram e os animais dos israelitas sobreviveram. O faraó, mais uma vez, não se emocionou. A sexta praga pegou pesado: "tumores que provocarão pústulas". Eu já tinha pedido arrego há muito tempo, mas o coração do faraó permanecia duro e, pelo jeito, livre de pústulas. Depois foi a vez da chuva de granizo, que castigou todo o Egito, menos Gessen, seguida da praga dos gafanhotos, que invadiram e "não deixaram nada de verde nas árvores e pastagens". Novamente, o faraó admitiu que pecava desobedecendo o Senhor, mas após Deus dispersar os gafanhotos, bateu o pé mais uma vez. A nona praga foram as trevas que se abateram em todo o Egito, exceto onde ficavam os judeus, claro. Cabeça dura e confortável na escuridão, o faraó nem se emocionou. Na décima e última praga, foram mortos todos os primogênitos dos egípcios. Acho que, depois disso, só sobrou vivo mesmo o faraó e o seu coração de pedra. Aliás, por que Deus não simplificou todo esse processo se livrando logo dele?
Tuesday, August 18, 2009
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11 comments:
Mosquitos, pragas, varejeiras, pústulas? Provado: o Egito fica no Maranhão.
Esqueci dos gafanhotos. Pobre Maranhão. E ainda tem o genro do faraó. A filha do faraó. A neta do faraó. O motorista do faraó. O copeiro do faraó. Os apartamentos do faraó. A mulher do faraó quando precisa de hospital, foge do Egito e vai pra SP. Mais uma vez. Pobre do Maranhão.
Para mais informações sobre os faraós e as pragas do Egito, leiam o Jornal Pequeno.
"Eu já tinha pedido arrego há muito tempo, mas o coração do faraó permanecia duro e, pelo jeito, livre de pústulas."
hahaha Tenho que reconhecer que essa foi boa.
Acho que descobri uma coisa. Esse Deus é çakana.
Resolver as coisas de modo rápido e eficiente seria o mesmo que não existir a História, compreende?
Seria como "Fiat lux" e no instante seguinte "Desfiat lux". Ou mesmo que a existência durasse, seria perfeito, chato, constante.
Iavé quer ver a cobra fumar.
A verdade é que as pragas foram escritas especialmente para permanecerem como metáforas em standby. Precisou, usa. São universais, regionais, micro, macro e sim!, nasceram no Maranhão.
É um assunto sério. Que deve ser tratado seriamente.De preferência, de bigode e fardão. Lembrai-vos, infiéis, o faraó usa fardão. Pior, o faraó constuiu um mausoléu para si, com o dinheiro dos fiéis!!!
Dessa vcs haviam esquecido. Fred.
Meninos, por que vocês não vão pitacar lá no post que o Sol colocou em minha homenagem? Isto aqui cheira mal. Vocês já foram ao Maranhão? É pior do que vocês imaginam, uma pobreza incrível, uma riqueza inacreditável. Abigail
Rapha, Deus quer sofrimento da macacada mesmo, vc tem razão. Deus não é de short cut, é de planos longos, tipo Pantanal. Deus é mais Bergman do que Tarantino. In short,
Deus gosta de ver o circo pegar fogo, mas em fogo lento. Fred
Se você não gostou do Maranhão, visite o Piauí.
Tese, antítese, pobre, rico, homem,
mulher, faraó, faraônico. Viram como tudo encaixa?
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