Friday, May 08, 2009

O racismo seletivo

Se fôssemos cães, seríamos todos vira-latas sem atestados de pedigree. Como somos humanos, somos capazes de nos dividir em categorias quando nos é conveniente. Se os humanos no comando forem autoritários, essa divisão se transforma em política de estado, tirando dos descendentes de uns pra dar pros descendentes de outros. Isso não é tão simples, obviamente. Os maiores traficantes de escravos na África, por exemplo, eram os próprios negros. E aí? Aqui, esses mesmos negros se misturaram com os europeus e índios, criando a nossa mestiçagem. Não é preciso recorrer aos dados do IBGE pra saber que a maioria absoluta da população brasileira é mestiça. E aí? A política de cotas racistas acabou de ter um exemplo ilustrativo no sul do país. Uma mestiça se inscreveu num vestibular e se declarou "negra" pra ter a sua aprovação facilitada. Como não era pobre e nem "vítima de preconceito", teve a sua aprovação revogada pela comissão da faculdade. Ou seja, não basta ser "negro", tem que ser um "oprimido" segundo os critérios dos justiceiros sociais. O que essa política racista vai conseguir é afundar o mérito e aprofundar o ressentimento baseado na melanina da pele. Claro que a maioria assume que o governo é bem intencionado e faz isso pro nosso próprio bem, mas a história mostra que criar divisões pra conquistar mais poder é prática comum entre as tiranias. Taí, além de Partido Totalitário o PT arranjou mais um sinônimo: Partido Tirano. E quem disse que a maioria não anseia por uma tirania "do bem"? As pessoas, em geral, não querem liberdade, querem uma tirania que concorde com elas.

2 comments:

Anonymous said...

Será?

Renato said...

Cotas são o que há de mais fino em racismo. Divide-se a sociedade em cotas, sem mistura. Mas quem é puro o bastante para ter sua cota no Brasil?