Wednesday, May 20, 2009
A dinâmica do welfare state
Os países escandinavos e a sua rede de proteção social são o sonho dos social-democratas brasileiros. Eu mesmo, antes de me entorpecer com os autores liberais (haha!), era um legítimo cultuador da civilização que os nórdicos construíram. Ainda sou, mas há que se entender melhor como as coisas chegaram naquele nível e se isso é sustentável no longo prazo. Pra começar, os escandinavos têm uma carga tributária realmente alta, mas compensam isso com um ambiente relativamente livre de burocracia, o que faz esses países estarem nas primeiras colocações nos índices de liberdade econômica. Além disso, não há como se distribuir riqueza se ela não é previamente produzida, e os nórdicos - antes de instalarem o seu welfare - viveram muito tempo com um mercado livre, isto é, onde a associação voluntária entre os indivíduos não sofria restrições governamentais. Em países em desenvolvimento como o Brasil, coloca-se a carroça na frente dos bois: antes mesmo de criar um ambiente propício à livre iniciativa, a nossa social-demagogia concede benefícios que as gerações futuras não terão como arcar. Mesmo a Suécia já entendeu o tamanho do pepino e na última eleição elegeu um governo mais liberal. A dinâmica é a seguinte: um mercado livre cria as bases da prosperidade, mas as pessoas se ressentem de segurança. Então chega um populista e diz que vai distribuir essa riqueza. Ele é eleito, aumenta-se os impostos e distribui-se os benefícios. A maioria parece satisfeita. Acontece que os controles e taxas aumentam cada vez mais, asfixiando a própria criação da riqueza. Quando o camarada se dá conta, as receitas não batem mais com as despesas e ele se depara com um dilema: ou se endivida e imprime dinheiro (gerando inflação) pra arcar com o passivo, ou diminui os impostos (diminuindo também os benefícios e os custos da burocracia) pra encorajar novamente um ciclo de prosperidade. É fato, não existe almoço grátis.
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