Tuesday, April 14, 2009
O monopólio no transporte
Jogo futebol todas as segundas no Forte do Leme. Somente uma linha da Amigos Unidos faz o trajeto da minha casa até lá, o famigerado 592. Isso não acontece por acaso, o monopólio da linha é uma concessão do poder público. Já que o 592 não dá conta da demanda, logo apareceram as vans - que não têm autorização - pra cobrir esse vácuo. Ontem, após esperar no ponto por uns 10 minutos, lá veio a van. Como havia um policial nas redondezas, a van não parou onde eu acenei, avançando uns 15 metros. Chegando lá, o trocador se desculpou: "Foi mal, se a gente parasse ali atrás o policial iria nos multar ou extorquir". Maravilha. Eu mesmo não gosto de vans, onde se corre o risco de se ouvir músicas evangélicas e onde o espaço é exíguo, mas eu não queria chegar atrasado, fazer o quê? Na volta, mais uma prova do mal que a falta de concorrência faz. A trocadora com voz de gralha estava com as filhas no ônibus. Com a maior tranqüilidade, as crianças rabiscavam o coletivo com uma caneta hidrocor. A mãe, que tagarelava irrelevâncias sem parar, percebia tudo, mas não dava um pio a respeito. Se houvesse competição na linha, os 592 não estariam depredados e sujos como estão. Se você tem o monopólio do negócio, qual a motivação em prestar um bom serviço? Basta ter bons contatos com o estado, agradar quem determina os preços não submetidos ao mecanismo de oferta e procura e carregar como gado os pobres coitados que dependem do serviço. 592, mais um sucesso da parceria público-privada. [som de descarga]
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