Monday, May 31, 2010
Um paradoxo cultural 2
Maneiro o trabalho da Regina Casé, do Hermano Vianna e de outros pra lançar uma luz positiva sobre o funk. Tenho aqui os meus valores estéticos conscientes e inconscientes e é bom mesmo que haja um mínimo de respeito entre as manifestações e os seus representantes. Minha tese com esse linguajar semi-rebuscado é que - se antes de abrir esse travessão desnecessariamente - alguns intelectuais de esquerda amassem o "povo" como idéia e abominassem a idéia do "povo" de comprar um abadá. Viu como a clareza pode ser sacrificada em prol de algum efeito de linguagem? Então houve uma reação: pô, vamos dar valor pra produção cultural do "povo". O que a juventude do "povo" ouve e produz? No Rio, funk. É uma generalização, não suba nas tamancas modernas conhecidas como Adidas e concorrentes. Deve ter um indie no Complexo do Alemão e este post é dedicado a ele. Conheci o DJ Marlboro, altos alcatrões sonoros (!), gente boa, mas do que eu tava falando mesmo...? Do estado como produtor e patrocinador cultural. A maioria da intelectualidade profissionalizada pelas universidades estatais considera isso muito certo, a cultura é um direito do cidadão, abra mão da sua poupança pra estimularmos os artistas que vamos escolher pelo bem comum, obviamente. Ou seja, os intelectuais e cientistas pagos pelo estado justificam intelectualmente e cientificamente o benefício da intervenção do estado. Você acha justo o governo pegar o dinheiro que o "povo" paga no feijão pra patrocinar o evento artístico tal e blau? Se é balé, funk, samba, indie rock, macarena, não interessa, pense no princípio da coisa. O "povo" paga mais caro no feijão pro artista tal e blau poder ganhar dinheiro, será que essa distribuição de renda é justa?
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