Tuesday, May 04, 2010
David Foster Wallace e a propaganda
Nunca tinha lido David Foster Wallace, mas hoje rolou uma torrente de mensagens no twitter a respeito do seu suicídio dois anos atrás e fui pesquisar pra saber do que se tratava. Não vou fazer juízo de valor sobre os seus livros, mas depois de ler algumas das suas frases tive algumas pistas do motivo do seu sucesso. Quer dizer, não sei se eu deveria classificar a vida de alguém que se enforcou como um "sucesso" - essas coisas e a arte são subjetivas - mas queria comentar algumas das suas frases, porque elas dizem muito sobre o atual status quo mental. "An ad that pretends to be art is — at absolute best — like somebody who smiles warmly at you only because he wants something from you." Pra começar, anúncio nenhum sai por aí anunciando que é "arte". Aliás, não existe um parâmetro universal estabelecendo o que é ou não é "arte". E por que "querer algo de você" seria necessariamente ruim? A pessoa pode estar querendo te vender algo ou ter algo com você. No primeiro caso você pode estar querendo comprar aquele algo e no segundo você pode até encontrar o amor da sua vida. "This is dishonest, but what's sinister is the cumulative effect that such dishonesty has on us: since it offers a perfect facsimile or simulacrum of goodwill without goodwill's real spirit, it messes with our heads and eventually starts upping our defenses even in cases of genuine smiles and real art and true goodwill." Neurose, David. Um anúncio da Coca-Cola quer passar uma imagem do produto e não está sendo "desonesto", você sabe muito bem que aquilo é só um refrigerante. Cadê a confiança no seu próprio julgamento? "It makes us feel confused and lonely and impotent and angry and scared. It causes despair." Uma propaganda cheia de sorrisos não deveria trazer tanto sofrimento, é só um refrigerante, man.
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