Wednesday, September 09, 2009
A natureza do capitalismo 7
Se os intelectuais combatem o capitalismo por se sentirem dispensáveis num mercado livre (quem iria planejar políticas públicas inexistentes?), as pessoas que não são exatamente intelectuais o fazem às vezes por imitação e às vezes por alguma frustração debitada prontamente na conta do "sistema". Seja porque trabalham demais ou de menos, seja porque se sentem injustiçadas ou subvalorizadas, não faltam motivos pra insatisfação. Então elas não gostam do capitalismo e esperam ansiosas pelo novo filme do Michael Moore pra que ele, de alguma forma, as vingue. Se você argumenta com elas que a alternativa é o socialismo, que tem os resultados que todos conhecem, elas respondem que "tem que haver uma outra maneira de organização, porque do jeito que está não dá!" São, normalmente, pessoas que passam as férias nos EUA, consomem coisas dos EUA, mas - por alguma razão que Freud explica - odeiam os EUA. Mas há sim uma alternativa entre o capitalismo e o socialismo e é exatamente o modelo que impera na maioria dos países, inclusive nos EUA: a economia mista, um mix entre a liberdade de mercado e o controle do estado. Forte regulação estatal com um espaço pro mercado criar a riqueza que vai sustentar a burocracia da regulação. Quando a coisa dá tilt, debita-se a conta na parte livre da equação (poucos defensores) e aumenta-se o controle do estado (muitos defensores), até a próxima crise.
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5 comments:
Eu acho que o capitalismo precisa ser reformado em dois pontos:
1. Consumismo desenfreado, que gera poluição e destrói o meio-ambiente. Veja bem, claro que não sou contra o consumo, mas contra o consumo DESENFREADO que se vê nos EUA, por exemplo.
2. Gerar dinheiro sobre dinheiro é algo que deve ser controlado, sim. Não é saudável para economia nenhuma que haja uns desgraçados ganhando dinheiro meramente por aplicar ou emprestar a juros. Acho que cada um deve ganhar de acordo com os resultados que produz, seja na área que for.
O consumo deve ser proporcional à produção ou menor, que é preferível pois há então a formação da poupança. Algo, aliás, que vem sendo desestimulado nos EUA por causa da política de juros baixos.
Quando um "desgraçado" (hehe) empresta dinheiro em troca dos juros, ele está ajudando a produção.
Os juros que o camarada ganha aqui no Brasil, por exemplo, são os mais altos do mundo por causa do governo, que enxuga o crédito na praça e coloca os juros nas alturas pros investidores financiarem a dívida do governo.
Quer dizer, o governo gasta mais do que arrecada, os juros sobem e quem leva a culpa é o mercado.
Além do fato de que a existência do juros tem uma razão de ser: deriva do fato do homem ter uma preferência temporal. O austríaco Robert Murphy completa: o "desgraçado" que empresta dinheiro a juros tá vendendo uma coisa muito importante - tempo.
Isso aí.
Caros, vejam bem: não sou contra empréstimo a juros de maneira absoluta. Só acho que deve haver um limite para isto. Foi por causa da falta de limites na especulação financeira que os EUA se ferraram.
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