Wednesday, September 15, 2010
Sobre o Projeto Vênus 2
Meses atrás, dois amigos me falaram, no mesmo dia, do Projeto Vênus. Aquilo era coincidência demais e lá fui eu tentar entender do que se tratava. Selecionei algumas declarações do líder do movimento, Jacque Fresco, e tentei demonstrar que toda aquela retórica contra o dinheiro e a ganância era apenas uma reedição tecnologizada do velho e mau comunismo. Pra minha surpresa, esse texto tem sido muito acessado e alguns adeptos chegam a mandar mensagens reclamando que eu não posso dar um veredicto sobre o movimento baseado somente nessas declarações do seu líder, que eu tenho que me aprofundar no assunto coisa e tal. Discordo disso, se o camarada diz que o lucro é a raiz de todo mal, já sei que a coisa não presta, mas decidi pesquisar um pouco mais. Foi quando descobri que, não apenas o Projeto Vênus tem simpatia pelo comunismo, como tem no ambientalismo uma das suas principais bandeiras. What a fucking surprise... Repararam na quantidade de comunistas que se bandearam nos últimos tempos pro ambientalismo? Claro, controlar os outros no modo soviético pega mal hoje em dia, tem que se encontrar uma maneira melhor de castrar o ser humano, e o meio-ambiente é a bola da vez. É o comunismo sustentável, não basta mais você entregar a sua vida à comunidade, agora você tem que se sacrificar também pelo meio-ambiente, que não tem advogado e não pode se defender. "O Projeto Vênus foi fundado na ideia de que a pobreza, o crime, a corrupção e a guerra são causadas pelas neuroses e escassez criadas pelo sistema econômico vigente, que é orientado ao lucro e que reprime o progresso de tecnologias benéficas à sociedade." Dá vontade de chamar de "idiota" quem escreve um negócio desses, mas sou educado. A escassez não é criada "pelo sistema econômico vigente", a escassez é uma realidade da existência, independente de capitalismos ou comunismos. Estabelecer um sistema que crie os incentivos e mecanismos necessários pra lidar com esse fato deveria ser o objetivo de qualquer um que valorize a própria vida e a dos outros, mas pra isso é preciso estudar economia e compreender que todo mundo quer ter "lucro", quem quer ter "prejuízo" é um suicida em potencial. "Fresco teoriza que a progressão da tecnologia, se esta fosse continuada para além do limite do que é lucrativo, fará com que mais recursos estejam disponíveis para mais pessoas, produzindo uma abundância de produtos e materiais." Crazy talk, "para além do que é lucrativo", what the hell does that mean? Sem lucro, tecnologia nenhuma é continuada. É o lucro, ou a perspectiva de lucro, que faz avançar o progresso tecnológico. Como se produz abundância através do prejuízo, tem como me explicar isso, seu Fresco? Depois escrevo mais a respeito, a coisa é divertida.
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25 comments:
q eu saiba nosso planeta é pura abundancia
Uma rocha cheia de minério de ferro não se transforma automaticamente num carro ou num fogão.
Bom, como já disse num post anterior eu apóio o Projeto Venus embora acredite que algumas questões relativas ao projeto devem ser e serão discutidas.
Mas a autora repetiu uma das críticas ao que Fresco escreveu que eu mesmo já havia respondido, mas vou responder de novo. Na primeira crítica que analiza o trecho da wikipedia que diz que Fresco aponta que a escassez é criada pelo sistema vigente, o erro desta crítica é julgar que por falar em escassez Fresco não entenda que para produzir alimentos ou qualquer outra coisa é necessária toda uma cadeia de produção, na realidade pelo que já foi mostrado em videos e escritos ele entende sim e quer melhorar e ampliar toda estrutura de produção (embora no caso de alimentos não é a produção que atualmente seja o problema, já que teve uma pesquisa de um orgão da ONU que mostra que atualmente há produção de alimentos suficientes para todos, mas sim que nem todos possuem dinheiro suficiente para comprar alimentos), bom o texto da wikipedia não diz o que Fresco tem em mente quando fala de escassez criado pelo sistema vigente mas vendo seus escritos e videos parece que ele está se referindo a várias coisas que atualmente parecem escassas porque não são incentivadas mas que poderiam ser abundantes como por exemplo a água potável(já há tecnologia de transformação de água salgada em água potavel, a dessanilização)energia (não precisa ser energia fóssil que Fresco realmente reconhece como naturalmente escasso, mas sim energia limpa que é abundante como por exemplo solar especialmente integrada com a nanotecnologia que garante mais produção de energia,eólica, ondas, geotérmica, , elétrica, ar, etc) mas que no sistema monetário algumas tecnologias de produção ou utilização de energia não são produzidas porque são muito caras outras porque poderiam acabar com os postos de combustíveis (ar, elétrica), alimentos (hidropônicas que podem produzir sem necessidade de solo). Já na segunda crítica, chega a estranha conclusão que se não houver lucro, haverá prejuízo, digo estranha, pois numa sociedade sem dinheiro não faz sentido falar em prejuízo. Mas sobre motivações de continuar a tecnologia sem, haver o dinheiro seria justamente por se benefeciar do avanço tecnológico que seria produzido. Vamos dizer que haveria lucro, mas o lucro não seria em dinheiro.
Meu caro, a minha pergunta e que não consegui fazê-la no site do projeto venus(por motivo óbvios) é a seguinte: Como gerar não só tecnologia, mas criar lidenranças profundamente não ligadas a corrupção, poder de mando e de desforra ou seja com superioridade Moral para liderar quiça uma Humanidade(nem Jesus conseguiu isso..). O site do Projeto Venus me parece mais um Estúdio de cinema de 2001 de Stanley Kubrick e George Lucas, com maquetes e ensaios falando que na 2º guerra os seres humanos conseguiram prover recursos para ganhar (como se só os Americanos Tivessem feito isso sozinhos...) e sobreviver. Gostaria de saber como você entendeu este projeto, pois na teoria ele é de um "Messianismo Utópico" maravilhoso!
Me responda como esse homen(o lider do projeto conseguirá fazer o Muuuunndo pensar do jeito dele) e que ele está usando de argumentos e politica para isso??(pois politica não é só convencimento de grandes lideres, mas convencimento de uma humanidade com diferenças Culturais enormes!!!
Ou esse projeto é só desenhado para "OS AMERICANOS"?
Marxismo com robôs:
http://www.youtube.com/watch?v=Pg5K07c72Tw
Sol, acreditar que a escassez é uma realidade é defender a abundancia de recursos para 10% da humanidade, que "naturalmente" pode explorar e vilipendiar os outros 90% de "escravos". Sua premissa escorrega feio, pois não existiriam pessoas "ricas" se a escassez fosse "realidade da existência": estariamos ainda morando em cavernas devido "à realidade da escassez". A defesa que vc, reiteradamente faz do "direito ao lucro", não tem qualquer possibilidade de continuar a médio prazo, pois dentro em pouco, essa gente "naturalmente escassa" irá, como fizeram na Revolução Americana, na Revolução Francesa e na Revolução Russa, obrigar pessoas com essa sua mentalidade a "perceber" que elas existem, esteja certo disso! O neo-"capetalismo", assim como o comunismo, o fascismo e o nazismo (sem falar nos grandes impérios da Antiguidade) está conhecendo seu momento de crise. Se o Projeto Venus não é, ainda a solução, ele aponta para um caminho, ai sim, natural e necessário, de mudança e evolução para algo desconhecido no momento. Principalmente porque a "Civilização do Petróleo" já esta com seus dias contados.
Anônimo, a escassez é uma realidade e as pessoas só se tornam ricas quando criam valor pros outros através da sua interação com a natureza.
As pessoas (a maioria, pelo menos) não está morando nas cavernas justamente por isso, porque o homem agiu e acumulou riqueza (capital, a diferença entre o que se produziu e o que se consumiu).
A tecnologia e o consequente aumento de produtividade furou a previsão de Malthus, assim como vai furar a previsão catastrofista dos ambientalistas atuais.
Meu caro Sol,
Eu tenho uma pergunta para você:Você é economista certo?Então como você resolveria essa questão caótica em que vivemos?
Falar ou criticar é muito fácil, acho que o capitalismo está nos levando para o abismo, não sou comunista,tampouco socialista, não tive dinheiro para pagar uma grande faculdade, nem condições educacionais para fazer uma pública, sou uma "simples professora de Letras, que abandonou a função por causa do caos que esta o sistema de ensino público,aliás tudo que é público no país necessita ser renovado,agora, falar ou ter uma ideia apontando novas perspectivas é ser rotulado de "comunista", meu caro, rsrs então eu acho que nós precisamos nos tornar um.Por favor "o ataque não é a melhor defesa", sejamos mais construtivos!!!
Ué, eu estou o tempo todo tentando demonstrar que o livre-mercado funciona e o planejamento central não.
Não sei como ser mais construtivo, apoiar qualquer coisa só pelo fato de ser "contra o sistema" não é a minha.
fresco não vai ter que provar nada para ninguém por dois motivos, os sistemas propóstos ja se demonstraram ineficientes, e é questão da população mundial lentamente tomar conciência e buscar a mudança, e também pelo fato de que até os bisnetos dele estarão mortos quando a maior fatia da população deixar de ser ignorante e alienada o suficiente para pensar em mudança de sistema, mas eu acredito q este momento já seja um bom momento para q parem de tapar o sol com a "esquerda", o comunismo e o capitalismo se mostraram ineficientes e ambos produzem uma estabilidade que na verdad não existe, tão pouco existiu...
Concordo, Fresco não vai precisar provar nada pra ninguem, o proprio sistema falho se encarrega de oferecer seus limites, alias, é preferivel que as proprias pessoas queiram a mudança, do contrario teremos um segundo comunismo fracassado, ou seja, P.V. não é ditadura, mas sim uma forma inteligente das pessoas transcenderre[m e internalizarem um sistema de abundancia em recursos.
Na verdade o Zeitgeist é um movimento anarquista, e não comunista.
Os recursos vão ser centralizados e administrados pelos super computadores do doutor Fresco, como isso seria parecido com o anarquismo?
No way, man.
No comunismo a produção é planificada e a qualidade não é tão importante. Os recursos são desviados para a industria pesada e militar.
Em sistemas anarquistas a produção é compartilhada com todos, e os recursos não tem donos, pertencem à comunidade. Os faxinais no sul do Brasil, os kibutz em Israel seguem esse tipo de princípio...
Isso não é anarquismo, no sentido de não haver governo. Há e funciona de modo coletivista, anti-individualista, com um comitê (no Projeto Vênus os super-computadores do Fresco e na URSS o Partido Comunista) centralizando as decisões.
Submissão do indivíduo ao coletivo ou, em outras palavras, escravidão, servidão.
Depende do ponto de vista. Nos EUA a maioria da população é escrava das corporações, que possuem lobbies fortíssimos na Justiça e no Congresso, isso quando não pagam suas campanhas.
Eles simplesmente não têm aonde recorrer. Isso é submissão à iniciativa privada que põe seus interesses acima do bem-estar de clientes e funcionários.
O computador só distribuiria os recursos e ajudaria no planejamento. É quase a mesma coisa que se pilotar um Boeing moderno: o computador tomaria a maioria das decisões, mas quem manda é o piloto. Na utopia do Fresco, as pessoas trabalhariam menos porque os computadores e robôs fariam o trabalho pesado. Não é como agora em que uma nova tecnologia em vez de diminuir a quantidade de trabalho, faz-se que tenhamos que produzir cada vez mais em menos tempo. É que nem os bolivianos que vem trabalhar nas máquinas de costura para grifes caras de shopping: uma peça costurada vale R$ 2,00 o serviço e o cara ainda têm que pagar alimentação, moradia com isso. Se errar, paga uma peça nova que no Shopping vale R$ 150,00. ISSO é servidão.
Não tô aqui pra defender o governo americano, esse capitalismo de estado (crony capitalism) predominante ao redor do mundo onde governo e corporações são faces da mesma moeda, um ajudando o outro a manter o poder e privilegiar os seus próprios interesses.
Minha defesa é a das liberdades individuais, do voluntarismo nas relações e do princípio de não agressão.
O meu ponto é que criticar esse sistema atual apoiando um Projeto Vênus da vida, por exemplo, pode deixar as coisas ainda piores.
Veja o vídeo que linquei ali em cima, pode esclarecer bem as coisas.
Devia ter frisado e negritado utopia...
Um estado verdadeiramente anárquico nunca irá existir, mas o outro extremo que é o capitalismo by EUA também não é uma opção ideal.
[]'s
"Estado anarquista" é uma contradição.
Foi mal...
Anarquia é a ausência do Estado, não revisei o que escrevi...
Tá beleza, a busca honesta pela verdade é o mais importante.
Esse pojeto pode ser falho em algus detalher mais acrdito q o caminho é por ai.
No sistema Capilalista de hoje, o lucro que dita as regras, e como sabemos a maior parte vai so para algums . E nesse tipo de governo isso não vai mudar.
Imagine que tudo que é criado, desde um projeto de uma casa, um medicamento, uma tecnologia nova seja para todos, e todos pode acessar e melhorar , para beneficio de todos.
Trabalhariamos de "graça" mais receberiamos tudo de graça e do melhor.
E os sistemas de governo seriam das pessaos para as pessaos. Com novas tecnologias que possibilitarias por exemplo votos para uma lei ou decisão sendo feitos em tempo real.
Sem um centralizador que poderia tomar o controle.
Mas ser humano ainda não esta preparado para esas mudança.
Chegará o momento que sistema capitalista de hj entrará em colapso irreversivel e a nescessidade de mudança virá das proprias pessaos. No tempo certo.
Não, chegará o momento em que a atual social-democracia entrará em colapso. Na verdade, já vem entrando em colapso na Europa e nos EUA através das suas dívidas públicas, que não são culpa do livre-mercado ou do "capitalismo", mas da intervenção estatal (governos contraem dívidas, o mercado é um processo de trocas voluntárias que os estados fazem de tudo pra atrapalhar e obstruir na base da coerção).
"Sem um centralizador que poderia tomar o controle."
O Projeto Vênus vai ter um centralizador sim, aquele que programar os computadores e robôs que aparentemente alocariam os recursos.
Parem de viajar e tenham mais rigor com as próprias posições.
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