Não seja por isso, eu também sou meio analfabeto e alcoólatra. Meio. É aquilo que a gente tava falando, o equilíbrio.
Friday, January 30, 2009
105
O do meio, não me é estranho, solta o riso, e o de quipá ou solidéu, não sei, compartilha esse momento com desenvoltura. Enquanto isso, o da esquerda ri protocolarmente, talvez não entendendo o motivo da graça. Ou talvez porque seja eleitor do PT, erro que já cometi e que por isso mesmo o cara da esquerda percebeu a graça?
104
Ordem Livre
"Apesar de se dizer que todos os economistas são keynesianos agora, e que todos apoiamos uma ampla expansão das tarefas governamentais, nós, abaixo-assinados, não acreditamos que o aumento dos gastos do governo melhore a performance da economia. O aumento dos gastos do governo por Hoover e Roosevelt não tirou os EUA da Grande Depressão em 1930. O aumento dos gastos do governo não trouxe de volta a “década perdida” do Japão dos anos 1990. Acreditar que o aumento dos gastos do governo vá ajudar os EUA de hoje é, por si, um triunfo do sonho sobre a experiência. Para melhorar a economia, os planejadores de políticas públicas deveriam concentrar-se em reformas que removam as barreiras ao trabalho, à poupança, ao investimento e à produção. Impostos reduzidos e uma redução das tarefas governamentais são as melhores maneiras de uso da política fiscal para promover o crescimento." (http://www.ordemlivre.org/blog/).
Thursday, January 29, 2009
103
102
Wednesday, January 28, 2009
101
Quero acrescentar a este artigo (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=224) a informação, como testemunha ocular da história, de que o Porto do Rio também está lotado de carros. Os manobristas fazem milagres com aquele exíguo espaço. Este informe tem o patrocínio de Esso lubrificantes. É Esso mesmo!
Viagem 12
Tentação totalitária
Tem dias em que o otimismo dá uma trégua e me vejo achando que todo esse esforço em defender as liberdades individuais é em vão. Que estou me enganando imaginando que a marcha em direção à estatização total possa ser detida com palavras que apelem à lógica e à experiência histórica. Se não entenderam ainda com os exemplos alheios, por que dariam ouvidos a alguns idealistas? Talvez os nossos vizinhos, ao entrarem numa fase avançada do "outro mundo possível" possam servir como um alerta do que pode acontecer, e já está acontecendo, por aqui. Mas vejo por aí mais simpatia que desconfiança com o que acontece com os Chávez e Morales da vida. Daqui a pouco as tensões e a inevitável escassez criarão conflitos nesses países e talvez a maioria entenda que esse não é um bom caminho a seguir. Talvez nem isso, já que os problemas podem ser creditados aos bodes expiatórios de sempre. Provavelmente será necessária uma crise de enormes proporções aqui mesmo, em que todos sintam na pele, pra que o encanto pelo socialismo seja finalmente quebrado e o liberalismo tenha alguma chance.
Tuesday, January 27, 2009
Quem é você para questionar Paul Krugman?
O artigo de hoje no O Globo do atual Nobel de economia Paul Krugman é, como de costume, de lascar. A tese do favorito dos prestidigitadores keynesianos é a de que entre estimular gastos do governo e deixar esse dinheiro na mão das pessoas através do corte de impostos, é melhor deixar o faz-me-rir com o leviatã, "que vai gastá-lo de alguma maneira, ao contrário dos cidadãos que correm o risco de guardá-lo". Ou seja, todo aquele papo que se escuta em fábulas de que poupar é bom é furado pro sábio Nobel, sem mencionar o fato de que investimentos de qualquer natureza precisam do acúmulo de capital (poupança). Não bastasse a economia estar em frangalhos por causa desse tipo de política, a receita do mainstream econômico pra se sair dessa é tacar ainda mais gasolina no fogo. Se continuarem a escutar lunáticos autoritários desse naipe, o dólar vai perder o seu valor e a crise vai se estender por muitos anos.
Monday, January 26, 2009
Sim, eu acredito em políticos!
Prossegue a ilusão de que o governo e seus pacotes e regulações "vão dar um jeito no mercado e garantir o pleno emprego". Citam, como exemplo, o New Deal da década de 30 que conseguiu a proeza de "recuperar" o país de uma crise que começou em 29 e só foi terminar mais de 15 anos depois. Isso é que é pacote eficiente! A grosso modo, o que o mainstream keynesiano garante é que uma crise causada pelo excesso de crédito se resolve com ainda mais crédito! Se a simples lógica não fosse o suficiente pra refutar essa maluquice, a experiência histórica já deveria ter sido mais do que suficiente pra demonstrar o erro. O problema é que a receita de Keynes é tudo o que os políticos e cultuadores do estado querem: uma (equivocada) justificativa teórica pra concentração de poder e recursos no leviatã. Obamóide já anunciou um pacote de quase 1 trilhão de dólares criados do nada pra "estimular" a economia e na Europa crescem os apelos por "um novo capitalismo", ou seja, por um comitê central de burocratas iluminados com o poder de alocar melhor os recursos que bilhões de pessoas interagindo num ambiente de trocas voluntárias.
Viagem 11
Friday, January 23, 2009
João Pereira Coutinho
Muito boa a entrevista do JP Coutinho, colunista português da Folha de São Paulo, ao Dicta & Contradicta. Subscrevo várias de suas opiniões, mas lá pelas tantas ele diz ser um "deísta" que "nem pensa sobre o assunto", ao passo que um ateu "está sempre preocupado com Deus", chegando a chamar Richard Dawkins de "neanderthal". Como não há como provar tanto a existência como a inexistência de Deus, imagino que o ponto crucial seja a manipulação que se faz em nome da crença. Esse é um problema que perpassa todo o debate político, na medida em que, através da sua institucionalização numa religião, essa forma de coletivismo acaba influenciando a vida de todos. O fanatismo islâmico é o exemplo contemporâneo mais claro disso, e se a fé deixa de ser algo pessoal e passa a demandar a submissão dos outros, a coisa se torna sim um tema de interesse pra crentes, ateus ou agnósticos (http://www.dicta.com.br/).
Viagem 10
Thursday, January 22, 2009
Viagem 9
Wednesday, January 21, 2009
Barack Obama 3
Claro que a emoção não é a melhor conselheira na hora de escrever um texto que se pretende racional. Adjetivos passeiam sem nenhuma rédea e a blitzkrieg obamóide das Cartas Capitais e Le Monde Diplomatiques da vida deixa a reação contrária de quem desconfia naturalmente de salvadores da pátria ainda mais contundente. Mas a vitória de Obama tem coisas positivas também: representa o êxito da miscigenação (foto), algo diferente das análises contaminadas pela luta de raças que o vê apenas como um "afro-descendente". E desanuvia um pouco do antiamericanismo que no Brasil assume ares de dever cívico. Torço, enfim, pra que Obama decepcione não só a esquerda radical que sonha com a "derrocada do Império" como a mim mesmo, que prefere os EUA, mesmo com todos os seus defeitos, na liderança mundial. Ou esse lugar ficaria melhor ocupado pelo totalitarismo chinês ou pelo neoczarismo russo? Pense bem, preste atenção.
Barack Obama 2
Gozada a babação generalizada gerada pela posse do Obama. Essa lua-de-mel de prazeres orgiásticos vai durar mais uns meses até perceberem que um homem não é capaz de revogar as leis econômicas, nem instalar a paz eterna e muito menos "salvar" o planeta. Na realidade, os que dizem que agora começa a "reconstrução da América" vão redobrar o seu ressentimento com o "Império" que frustrou, malvado como ele só, o conto de fadas. Se o eleito se deixar levar pelo populismo econômico à la New Deal, corre o risco de fazer o dólar perder de vez o seu valor. Se imagina que apenas com diálogo os fanáticos islâmicos vão ficar repentinamente tolerantes, corre o risco de levar mais um atentado nas ventas. E se é de otimismos simbólicos e discursos bem intencionados que a Terra precisa pra se "salvar", corre-se o risco da energia e os alimentos ficarem ainda mais caros e inacessíveis aos mais pobres, em nome de quem todo esse teatrinho é encenado.
Monday, January 19, 2009
Controle estéril
Pois aí está uma das belezas da vida em sociedade: eu me beneficio servindo o outro. Ao contrário do que se imagina, o capitalismo não estimula o egoísmo, ele apenas dá os incentivos necessários pra que o egoísmo inevitável do ser humano seja útil ao próprio ser humano. It's a win-win situation. Quer dizer, nem todos ganham, na medida em que nem todos conseguem agradar. Mas ei, os questionadores, os artistas, os vagabundos e os filósofos também se aproveitam, como pombos, dos farelos que restam da produção e consumo das massas. (haha!) Num ambiente onde a escassez reina com rédea curta, não há espaço ou energia pra criação ou transgressão. Essas acontecem num lugar onde há a liberdade tanto de errar quanto de acertar. Ou os movimentos da contracultura aconteceram nos países da Cortina de Ferro? Qual a grande inovação vinda dos países coletivistas? Liberdade só é boa mesmo na hora do sucesso? Não, sem espaço pro fracasso, pro fracasso individual retumbante, não há liberdade.
99
O paradoxo estendido na areia te aconselha a fazer o que está no seu coração - sem se importar com o que os outros acham - mas aí você olha pro seu bolso cheio de farofa não comestível. Então você esquece um pouco do seu coração e tenta agradar os outros pra ver se começa a juntar no seu bolso algo além de areia.
Viagem 8
FHC 2
Agora, verdade seja dita, FHC também não tem lá muitas simpatias pelo capitalismo e no livro lamenta que "ainda tenha gente que idolatre o livre-mercado." A diferença entre ele e o povo do PT é que ele é um social-democrata minimamente honesto que sabe que a conta de um welfare state que sufoca a livre-iniciativa não fecha e que a roda da política é movida pelo corporativismo. A contradição chave da democracia brasileira reside na execração pública dos políticos ao mesmo tempo em que se outorga a eles um poder cada vez maior através de todos os apelos por "mais controle e regulação" da atividade econômica. Pelo medo de contrariar grupos de interesse bem organizados, o Brasil cartorial vai assim hipotecando o seu futuro sob a demagogia populista que diz querer a abundância enquanto aplica políticas que incentivam a escassez. Quando estiver claro que a coisa não está funcionando (ainda não está?!), é só colocar mais uma vez a culpa no capitalismo e estamos conversados.
Friday, January 16, 2009
FHC
"O Brasil não gosta do sistema capitalista. Os congressistas não gostam do capitalismo, os jornalistas não gostam do capitalismo, os universitários não gostam do capitalismo. E, no capitalismo, têm horror aos bancos, ao sistema financeiro e aos especuladores. Eles não sabem que não gostam do capitalismo, mas não gostam. Gostam do Estado, gostam de intervenção, do controle, do controle de câmbio, o que puder ser conservador é melhor que ser liberal. Essa é uma dificuldade enorme que temos, porque estamos propondo a integração do Brasil no sistema internacional. Eles não gostam nem do capitalismo nacional, quanto mais do internacional, desconfiam da nossa ligação com o sistema internacional. O ideal, o pressuposto, que está por trás das cabeças, é um regime não-capitalista e isolado, com Estado forte e bem-estar social amplo. Isso tudo é utópico, as pessoas não têm consciência... Um governo que se propõe a fazer a integração do Brasil à nova divisão internacional do trabalho é visto como neoliberal. Isso é xingamento, e quer dizer na prática que o governo tem distância ou ojeriza do social. Mesmo que se mostre por A + B que o meu governo foi o que mais realizou pelo social, não adianta, porque também foi o que mais fez pela integração do Brasil no sistema mundial, e isto não é bem visto aqui" - Fernando Henrique Cardoso - "A Arte da Política - A história que vivi".
Thursday, January 15, 2009
97
Então está claro na minha cabeça. Vou seguir a minha vocação como um crítico anti-establishment, cutucando munido apenas da lógica a hipocrisia e a demagogia do PT e das esquerdas em geral. Me estabelecer na contra-cultura questionando as autoridades governamentais e os dogmas religiosos. Abaixo o senso comum que amarra a liberdade individual ao politicamente correto! Sim, vai ser um agito.
Viagem 7
Wednesday, January 14, 2009
Roberto Campos
Roberto Campos foi uma das figuras mais demonizadas pela esquerda jurássica, menos pelo seu estatismo no início de carreira na burocracia (quando criou o BNDE), do que pelas suas contribuições como um liberal influenciado por Hayek dos seus últimos anos. Descobri por aí um dicionário de verbetes escrito por ele que esclarece muito da mentalidade política brasileira: "OPÇÃO PELOS POBRES - Expressão que, quando usada pela Igreja, significa aumentar o número de pobres pelo dificultamento das praxes anticoncepcionais usadas pelos ricos. Quando empregada pelo Governo, significa uma forma de populismo, com as seguintes conseqüências: (1) congelam-se os preços para ajudar os pobres, mas isso desencoraja investimentos, diminuindo-se o emprego para os pobres, ou provoca escassez, prejudicando os pobres que não podem pagar ágio; (2) subvencionam-se indiscriminadamente, para pobres e ricos, alguns produtos essenciais, como o trigo, com o resultado de que o nordestino, que come farinha, paga impostos ou sofre alta de outros preços, para pagar a “macarronada” do paulista; (3) cria-se uma “indústria de distribuição”, de sorte que os maiores beneficiários da distribuição são os burocratas que se encarregam de fazê-la." (http://brevesnotas.com/2009/01/verbetes-de-um-dicionario-roberto-campos/).
Tuesday, January 13, 2009
Viagem 5
Monday, January 12, 2009
Como se constrói uma hegemonia
A parte cultural dos jornais dá vários exemplos de como um debate intoxicado ideologicamente vai somente até um determinado ponto pra que o status quo seja preservado. [DEIXE DE MERDA E DIGA LOGO QUE É DO "SEGUNDO CADERNO" QUE VOCÊ ESTÁ FALANDO] Por exemplo, na questão da meia-entrada, as sugestões vão aqui e ali sem jamais questionar o direito da lei em se intrometer numa relação privada. [O ESTADO DEVE SIM CUIDAR DA INSERÇÃO DOS JOVENS NA CULTURA!] O estabelecimento tem o direito de cobrar um preço e o consumidor escolhe ou não pagá-lo. [E O ESTADO, DEUS LAICO TODO PODEROSO, TEM O DIREITO DE DIZER QUEM PAGA OU NÃO MEIA-ENTRADA] É uma relação voluntária obstruída por uma lei demagógica feita pra agradar alguns grupos de interesse (UNE). [VOCÊ QUER OS CARAS PINTADAS DE NOVO NA RUA CLAMANDO PELO "DIREITO DE PAGAR METADE"?] A "polêmica" nunca passa pela simples abolição do privilégio, o único modo de contemplar realmente a igualdade perante a lei. [IGUALDADE PERANTE A LEI MY ASS!] Outro exemplo são as leis de incentivo cultural. [PUXA-SACO DOS ESTADUNIDENSES!] A mentalidade vigente não admite o fim desses mecanismos. [QUER SER CONTEMPLADO? ACOMPANHE OS EDITAIS] Pra isso, as matérias sobre o assunto entrevistam deus e o mundo, menos alguém que diga com todas as letras que a lei é injusta, beneficia uns em detrimento de outros e dá um poder absurdo aos políticos e burocratas que têm a chave do cofre, isto é, o poder de dizer quem vai receber dinheiro público a fundo perdido. [PROPAGANDA É A ALMA DO NEGÓCIO]
Viagem 4
Friday, January 09, 2009
Viagem 3
Parte setentrional do istmo de Santo Antônio (BA), localidade onde se localiza a maior imagem do santo casamenteiro em todo o planeta, localizada na residência do excelentíssimo prefeito. Como bom político altruísta que é, o alcaide cobra 4 reais pela chance de se visitar a sua propriedade, mais um sucesso da parceria público-privada. Brasil, um país de todos.
Thursday, January 08, 2009
Viagem 2
Mestres da confusão mental 1
"É preciso cavar para mostrar como as coisas foram historicamente contingentes, por tal ou qual razão inteligíveis, mas não necessárias. É preciso fazer aparecer o inteligível sob o fundo da vacuidade e negar uma necessidade; e pensar o que existe está longe de preencher todos os espaços possíveis. Fazer um verdadeiro desafio inevitável da questão: o que se pode jogar e como inventar um jogo?" - Michel Foucault.
Wednesday, January 07, 2009
96
Viagem 1
As belas e aprazíveis construções do período cacaueiro de Belmonte (BA) contrastam com o incessante proselitismo religioso que sai das caixas de som espalhadas pela cidade. Pela foto, nota-se que se come bem por ali. Por 2 e 50, o turista e o local se fartam com um sorvete servidaço da melhor qualidade. Abaixo a Kibon e a gordura hidrogenada!
Sobre o conflito de Gaza e mais um inocente útil
A reação da imprensa brasileira a esse conflito está alinhada com o que há de pior no politicamente correto. Os bolivarianos, a vanguarda do atraso, estão todos contra Israel. E os brasileiros, sabendo da história na base da orelhada doutrinada, entram na onda. Tem a ver com o coitadismo entranhado com o antiamericanismo que enxerga em tudo uma briga entre Davi e Golias. O que essa gente esperava? Que Israel ficasse tomando bomba na cabeça sem reagir? A tática dos fanáticos islâmicos é clara: bomba na cabeça de Israel, se cercar de civis por todos os lados e quando receberem também na cabeça, apelar pro sentimentalismo da "reação desproporcional" com muitas fotos de criancinhas. Tem funcionado que é uma beleza e a guerra da propaganda está ganha. Essa estupidez só vai acabar quando os próprios muçulmanos pararem de apoiar, mesmo que veladadamente, os fanáticos. Ou então, pra alegria da esquerda e do Hamas, quando Israel se retirar dali com o rabo entre as pernas. Só que nada disso vai acontecer e a guerra religiosa vai continuar.
Tuesday, January 06, 2009
Porque os princípios importam e os apartes de um inocente útil
Uma coisa que se nota ao viajar de carro pelo Brasil é a grande quantidade de buracos nas estradas, cachorros, igrejas evangélicas e crianças. [RACISTA!] Adoro cachorros e crianças, mas as pessoas têm filhos a 3 por 4 por aí. [NAZISTA!] Alguns mais afoitos percebem esse fenômeno e, num contexto de welfare state como o brasileiro, onde todos estão interligados através dos custos (impostos) e benefícios (bolsas), logo propõem medidas drásticas como a esterilização. [FASCISTA!] Se for algo imposto, é uma violência digna de estados totalitários como o chinês. [CAPITALISTA!] É aí que entra a defesa das liberdades individuais, onde os fins não justificariam os meios. [NEOLIBERAL!] O pragmatismo, onde os princípios não apitam muito, poderia considerar a esterilização um mal menor diante da explosão populacional de pessoas que contam com a ajuda do governo. [REACIONÁRIO!] É moral hazard atrás de moral hazard, uma confusão dos diabos estimulada por políticas bem intencionadas que, no longo prazo, são insustentáveis. [MORALISTA!]
True story
Estávamos passando por Cariacica, distrito de Vitória no Espírito Santo, quando nos perdemos da BR 101. Entramos no meio da cidade e nenhuma indicação de como voltar à rodovia: "Caramba, não existe uma única placa indicando o caminho!" No mesmo instante, aparece no horizonte a placa FÁBRICA DE PLACAS DE SINALIZAÇÃO. Notamos também a semelhança da cidade com São Gonçalo e a grande quantidade de igrejas evangélicas. É quando avistamos uma construção suntuosa com os dizeres FRATERNIDADE TABAJARA. Pra completar, antes de conseguirmos voltar à BR e depois de comentar que "essa cidade é meio bizarra", eis que surge em letras garrafais o CREMATÓRIO DE CARIACICA. Em cerca de 5 minutos, 3 ocorrências dignas de nota.
Monday, January 05, 2009
95
Mesmo me sentindo confortado e até lisonjeado com as leituras que a numerologia e a astrologia fazem da minha personalidade, sempre mantive uma distância cética dessas coisas. Me parece que a formação de uma pessoa não pode ser medida em números ou astros, sendo mais um encontro entre algo inato e o ambiente em que se cresce. Então as pessoas tendem mais pra introversão do que pra extroversão, mais pra razão do que pra emoção e vice-versa. Essas tendências influenciam obviamente o modo como elas vêem o mundo, seus valores e prioridades. O que eu quero dizer com isso tudo é que... O que eu queria mesmo dizer? Sei lá, esqueci.
Sunday, January 04, 2009
Deus 7
"Vi outra coisa escrita por um padre-filósofo na St. John's University, que achou que o Match Point talvez fosse o filme mais ateu [ri] jamais feito. Mas ele era muito gentil, muito elogioso. O ponto de vista dele era mais tolerante comigo porque ele sentia que, ao longo dos anos, o fato de eu constantemente abraçar um universo ateu, sem esperança, sem deus, sem sentido, queria dizer que a ausência de Deus no universo era importante. E sinto que ele tem razão, estou mesmo dizendo que isso importa. Eu disse isso explicitamente em Crimes e pecados. Para mim, é uma grande vergonha o universo não ter nenhum Deus ou nenhum sentido, e no entanto só quando se admite isso é que se pode levar o que as pessoas chamam de uma vida cristã - isto é, uma vida moral decente. Você só leva uma vida assim se, para começar, admite o que tem diante de si e joga fora toda a casca de conto de fadas que leva a pessoa a fazer escolhas na vida não por razões morais, mas para marcar pontos no pós-vida."
Deus 6
"Ora, existe uma porção de gente que escolhe levar a vida de um jeito completamente autocentrado, homicida. Pensam assim: Já que nada significa nada e eu posso me dar bem com assassinato, vou fazer isso. Mas pode-se também fazer a escolha de que estamos vivos, e outras pessoas estão vivas, e estamos juntos num bote salva-vidas e é preciso fazer o bote ser o mais decente possível para você e para todo mundo. E me parece que isso é muito mais moral, e até mesmo muito mais "cristão". Se você admite a terrível realidade da existência humana e escolhe ser um ser humano decente diante dela, em vez de mentir para si mesmo que vai haver uma recompensa ou algum castigo, e você age bem, então está agindo bem não por esses nobres motivos, os mesmos motivos chamados cristãos. É igual aos homens-bomba suicidas, que afirmam agir por motivos religiosos ou nacionais, quando na verdade a família deles recebe uma compensação financeira, festeja um legado histórico - sem falar na promessa de virgens para os perpetradores, embora eu não entenda por que alguém iria querer um grupo de virgens em vez de um grupo de mulheres altamente experimentadas."
Deus 5
"O que estou dizendo de fato - e não é oculto, nem esotérico, é claro e simples como água - é que nós temos que aceitar que o universo é sem deus, e a vida é sem sentido, muitas vezes uma experiência brutal e terrível, sem esperança, e que as relações amorosas são muito, muito difíceis, e que ainda precisamos encontrar um jeito não só de suportar, mas de levar uma vida decente e moral. As pessoas vão logo concluindo que estou dizendo que qualquer coisa serve, mas na verdade estou fazendo a pergunta: dado o pior, como podemos continuar, ou até mesmo por que deveríamos escolher continuar? Claro, nós não escolhemos - a escolha está impregnada em nós. O sangue escolhe viver. [Risos] Por favor, repare que enquanto estou pontificando aqui, você está entrevistando um sujeito com um mecanismo de negação deficiente. De todo modo, os religiosos não querem admitir a realidade, que contradiz o conto de fadas deles. E se o universo for sem deus [ri baixo] eles perdem o emprego. Interrompe o fluxo de caixa." - Woody Allen em "Conversas com Woody Allen" de Eric Lax.
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