Tuesday, September 30, 2008

Mais sobre a crise

Então de um lado ficam os "responsáveis" defensores do socorro do governo americano aos bancos. "Não são apenas os banqueiros que vão perder com a falência, mas toda uma cadeia de acionistas e investidores." De outro, os "irresponsáveis" que sustentam não haver capitalismo sem falência. "Os contribuintes não podem pagar pelos erros do FED e dos bancos." Tal injeção de crédito, claro, causaria inflação. "Mas há males que vem pro bem. Pode-se, a partir da crise, implantar políticas monetárias mais responsáveis e menos populistas." Realmente, com a intenção de dar casa a todos, o governo americano criou uma legislação obrigando as semi-estatais do setor imobiliário a financiar hipotecas de alto risco. Aliando isso com os juros baixos e a sensação de que o governo socorreria o sistema, deu-se a falência.

Corporativismo, e não capitalismo

"Quando um cidadão comum gasta demais e não paga suas dívidas, o banco toma sua casa. Quando o governo gasta demais, ele simplesmente maquia os livros para esconder seus excessos. Depois de abandonar os livros, o governo simplesmente pega mais do seu dinheiro ou então imprime mais dinheiro, o que faz com o dinheiro que ele ainda não tomou de você seja desvalorizado. Durante as últimas semanas, ficamos sabendo que o cidadão americano está prestes a passar por mais um ultraje: quando o banco de seu vizinho gasta frivolamente e não paga suas dívidas, o governo aproveita para pegar o seu dinheiro para manter o banco funcionando. Muitos comentaristas estão culpando o capitalismo por tudo isso. Mas isso não é capitalismo: é um tipo peculiar de socialismo corporativista, onde os bons riscos e os lucros resultantes permanecem privados, mas os maus riscos e os prejuízos resultantes são repassados para o pagador de impostos. Não há nada de livre mercado nisso." - Radley Balko (http://www.ordemlivre.org/?q=node/365).

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Máquinas de imprimir dinheiro, ATIVAR! Forma de inflação!... Forma de déficit fiscal!... Forma de consumo sem lastro na produção!... Forma de concentração de renda!... Forma de políticas keynesianas confundidas com liberalismo!... Forma de privatização de lucros e socialização de prejuízos!... ATIVAR!

Monday, September 29, 2008

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Banco Mundial e Nobéis receitam Estado forte. Lula diz na ONU que o momento da economia já passou, o momento agora é da política. Fiscais dizem que as normas e regulações protegem os consumidores. Sindicalistas afirmam que quem assina cartão, não vota em patrão. MST promove quebra-quebra e Stédile culpa o agronegócio. Picasso pinta bem.

Friday, September 26, 2008

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Então você pretende negar que a ação humana tenha uma lógica? Pois não, sou todo ouvidos. Mas lembre-se que até um suicida quer passar de um estado menos satisfatório pra um mais satisfatório.

Entendendo a crise econômica mundial

"Marx e Keynes diziam que sob certas condições a escassez – a impossibilidade de ter tudo ao mesmo tempo – poderia ser suprimida e os povos ingressariam então no nirvana terrestre da abundância. Bastava superar a propriedade privada dos meios de produção, no caso do alemão, ou reduzir à zero a taxa de juros, conforme o britânico, para que esse feliz estado de coisas substituísse o desnecessário vale de lágrimas de dura labuta que aflige os homens desde a expulsão do paraíso. Em outras palavras, os dois mais famosos e influentes economistas dos últimos cento e tantos anos acreditavam em Papai Noel e no coelhinho da Páscoa. Que sejam justamente esses embusteiros os dois mais famosos e influentes economistas sintetiza muito bem a confusão moral e o descalabro intelectual vigente." - Alceu Garcia (http://www.olavodecarvalho.org/convidados/0218.htm).

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Eitcha! Deixei a janela de casa meio aberta... Fudeu.

Thursday, September 25, 2008

Alceu Garcia sobre Keynes

"A doutrina keynesiana pode ser assim resumida: a demanda cria sua própria oferta. Trocando em miúdos, tudo o que se exige para a felicidade eterna é a distribuição de dinheiro para a população consumir à vontade. Se isso fosse solução, uma única lei seria suficiente para criar e eternizar o reino da abundância: outorgar a cada cidadão o poder de fabricar seu próprio dinheiro com curso obrigatório. A refutação da Lei de Say por Keynes não passa de uma piada de péssimo gosto." (http://www.olavodecarvalho.org/convidados/0138.htm).

O PSOL se amarra

Se um indivíduo quer se juntar a um grupo, nenhum problema. Mas o que aconteceria no "comunismo libertário" se eu não quiser me juntar a grupo nenhum, entre os disponíveis nessa, errr, "organização"? Quem manda nesses grupos? Tem eleições? Ou todos se juntam num só coração pelo "bem comum"? Aliás, quem define qual é o "bem comum"? Isso é coletivismo, algo que coloca o indivíduo com um meio sacrificável a um fim. É a ideologia dos insetos.

Wednesday, September 24, 2008

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Claque que o que eu falo sobre o Brasil se aplica a mim também. Por mais que eu tente, não estou à parte. Ninguém está. Temos os mesmos dilemas. "Fica bem em mim, bem?" Fica bem em você, boa.

Mises sobre Keynes

"Ele foi saudado com grande entusiasmo pelos governos e pelos partidos políticos no poder. Especialmente extasiados ficaram os "economistas do governo", uma nova classe intelectual que surgia. Até então, eles estavam com a consciência pesada. Eles sabiam que estavam executando políticas que todos os outros economistas condenavam como sendo desastrosas e contrárias à lógica. Agora, eles estão aliviados. A "nova economia" restabeleceu seu equilíbrio moral. Hoje, eles não mais se envergonham de ser os executores de políticas ruins. Eles se glorificam a si mesmos. Eles são os profetas do novo credo." (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=159).

Seja marginal, seja liberal

Em mais um dado que confirma a lógica, o Brasil subiu do 72° para o 80° lugar no ranking da corrupção mundial da Transparência Internacional. O excesso de leis autoritárias e irrealistas somado ao poder arbitrário conferido aos agentes públicos podem explicar o fenômeno. O tal "jeitinho brasileiro" não é uma característica que nasce com o indivíduo concebido nesta parte do planeta. Ele é resultado de uma cadeia de incentivos que, de tão arraigada, tornou-se parte integrante da cultura. Então as pessoas ou fazem parte do "sistema" (com seus esquemas e propinas) ou se tornam marginais (como os informais e desempregados).

O de sempre

O Lula na ONU falou que o "momento da economia já passou, o momento agora é da política." Pra bom entendedor, meia palavra basta. Gente com a mentalidade do vitimismo vai sempre dar um jeito de culpar os "ricos e os especuladores" e eximir de culpa os planejadores e governantes. "Se ao menos a pessoa certa estivesse no poder..." Querem - como o São Luís Inácio, o santo padroeiro do palpite certeiro - mais poder concentrado, nelas ou em alguém que concorde com elas. Quando tal poder concentrado causar crises (como causou agora), o "mercado" tá aí pra ser usado como bode expiatório. Nada de novo no front.

Tuesday, September 23, 2008

Responsabilidade, generalidade e liberdade natural

"Os líderes políticos do legislativo e do executivo, com o apoio da população, agem como se fosse possível gastar sem cobrar tributos. Na realidade, agem como se o fisco oferecesse o equivalente político de um moto-contínuo. Essa libertinagem fiscal tem origem em diversas fontes: a história institucional, a estupidez keynesiana, os exageros da oferta e, finalmente, a própria lógica da ação coletiva que alimenta a ilusão humana de se obter algo em troca de nada, especialmente em meio às pressões naturais do eleitorado na democracia representativa." - James Buchanan (http://www.ordemlivre.org/node/358).

Friday, September 19, 2008

Do Make Say Think - A Tender History In Rust

Bola de cristal

Fica então aquele jogo de empurra: "Não, o que aconteceu na União Soviética não era o comunismo verdadeiro." "Não, o que existe nos EUA não é o liberalismo verdadeiro." Realmente, não há ideologia aplicada de maneira pura no mundo. Mas note, caro questionador, que os países que mais se aproximam do ideal liberal são também os com melhor qualidade de vida, inclusive para os mais pobres. E os que mais se aproximaram do ideal comunista foram também os que mais mataram e espalharam a miséria. O Brasil está no meio do caminho. Se caminhar em direção ao liberalismo, o país deslancha e alcança os desenvolvidos. Se caminhar em direção ao socialismo, o país estagna e aprofunda o subdesenvolvimento. Não é adivinhação, são padrões que se repetem ao longo da história que respaldam este prognóstico.

Thursday, September 18, 2008

Surfando na liquidez

Me parece que aconteceu assim: o FED deixou os juros artificialmente baixos, imprimindo dinheiro pra dar liquidez ao mercado e criando uma prosperidade sem lastro que alegrou a todos num primeiro momento. O mundo cresceu e consumiu-se muito, mas não se produziu o valor correspondente. Então os agentes econômicos - confundidos pelas políticas monetárias ao mesmo tempo em que surfavam felizes na onda - assumiram riscos já sabendo que o pepino era tão grande e envolvia tanta gente que, quando a coisa estourasse, o governo iria interceder. Os contribuintes americanos então pagam a conta, os anticapitalistas ficam felizes por um tempo e o ciclo keynesiano recomeça.

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Don't tell anyone, but this man is caraize!

Mais um discurso

Se eu digo que defendo o capitalismo, fica a impressão de que apóio "esse sistema podre que está aí". Se explico que o que temos no mundo, em maior ou menor grau, não é capitalismo, mas intervencionismo, pareço um radical maluco. Claro que não um radical-maluco-gente-boa como um socialista do PSOL que "pensa nos pobres". Não! Eu, ao contrário, estou "fazendo o jogo dos ricos". Sei como um esquerdista pensa, já fui um. Mas, por mais confortável que fosse fazer parte do consenso, me deu um estalo de que o Brasil precisa mudar essa mentalidade. E cá estou eu, discursando mais uma vez pela liberdade individual. (http://www.youtube.com/watch?v=B7DVlC3kXrM)

Rothbard sobre os bancos

"Muitos defensores do livre mercado estranham: por que eu, que sou um grande promotor do mercado desimpedido, das privatizações e desregulamentações em todas as áreas, não adoto a mesma postura em relação ao sistema bancário? A resposta já deve estar clara: bancos não são e nem nunca serão uma indústria legítima, que fornece serviços legítimos, enquanto eles continuarem praticando o sistema de reservas fracionárias: isto é, enquanto eles continuarem fraudulentamente fazendo contratos que eles sabem ser impossíveis de honrar." (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=119).

Ron Paul sobre a crise

"Condenar o capitalismo de livre mercado por qualquer coisa que aconteça hoje não faz qualquer sentido. Não há evidências de que exista capitalismo hoje. Estamos profundamente envolvidos em um sistema de economia planejada e sob forte intervenção estatal, o que permite grandes benefícios aos grupos bem relacionados politicamente, em ambos os lados do espectro ideológico. Quem quer que tenha boas conexões políticas, que tenha vínculos com a classe que está no poder, que pertença a grupos de interesse, ganha. Pode-se condenar as fraudes e o sistema atual, mas deve-se usar os nomes adequados: inflacionismo keynesiano, intervencionismo e corporativismo." (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=96).

Mises sobre os juros

"Todos damos mais valor a um bem no presente que ao mesmo bem no futuro. Numa economia de mercado essa diferença de valoração se apresenta sob a forma de um desconto a que os bens futuros estão sujeitos quando comparados com os bens presentes. Nas transações monetárias, esse desconto recebe a denominação de juro. O juro, portanto, não pode ser abolido e não é uma característica apenas do sistema capitalista. Também numa sociedade socialista um pão que só possa ser consumido daqui a um ano não pode satisfazer a fome de hoje." (www.institutoliberal.org.br/conteudo/download.asp?cdc=903).

Steve Reich - Music for 18 Musicians

O sexo

Que o descontrole da pulsão sexual é capaz de causar problemas, não há dúvida. Pode ser uma gravidez indesejada, uma doença venérea, uma ressaca moral, um vício e etc. Como algo instintivo, quase além da razão, não é surpresa a ênfase que a religião dá ao sexo. Ao mesmo tempo em que a falta de autocensura sexual transforma o homem em algo similar a um animal irracional, a sua supressão também não resolve o problema. Muito do ódio da humanidade parece ter relação com sexualidades mal resolvidas. Pode ser um clichê psicanalítico, mas clichês não são clichês por acaso. As religiões ajudam quando alertam sobre a seriedade do assunto e atrapalham quando lançam nuvens de fumaça em certas práticas. A masturbação com moderação, por exemplo, civiliza o homem.

Wednesday, September 17, 2008

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"Fica roubando as idéias dos outros. Tá mesmo é precisando ler a Bíblia e absorver os 10 Mandamentos". Cara, é tipo uma provocação. Eu copio e ao mesmo tempo aviso que copiei, sacou? JUST SAY KNOW! Genial. Já deve ter tido centenas de campanhas com esse mote. "Não desvie do assunto, você está roubando propriedade intelectual". Tá bom, é coisa de um fórum de sálvia, moderador Ed ible Lime. Excelente tempero, aliás.

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Just say KNOW! Maneiro, né? Copiei de uma comunidade aí. O movimento na foto é o de subtração.


A religião e os ateus

Fizeram uma pesquisa nos EUA e descobriram que os ateus são o grupo "menos confiável" entre as chamadas "minorias". Ou seja, é mais provável um gay, um negro, uma mulher ou até mesmo um muçulmano se eleger presidente ali do que alguém que simplesmente não acredita num deus. No Brasil, a maioria também acredita em deus, mas não há essa mesma predisposição anti-atéia. Não se levam essas coisas tão a sério aqui. Eu, criado num ambiente católico, sempre questionei as histórias da minha bíblia em quadrinhos. Não faziam sentido. "Quando estiver à beira da morte, você vai rezar por Ele". Pode ser. Mas, mesmo que naquele último átimo de vida eu clame, num ato de desespero, por deus, a morte virá de qualquer jeito. Não viver em função de um "céu" ou "inferno" coloca o devido valor na única existência garantida, a que acontece aqui e agora.

Tuesday, September 16, 2008

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Muy estraño, mi guapa!

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Reconhecer que as regras, em geral, tendem a ser selecionadas, por meio da competição, por seu valor para a sobrevivência humana, certamente não protege essas regras da análise crítica.” - Friedrich von Hayek (http://pt.wikiquote.org/wiki/Friedrich_Hayek).

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Tremenda duma bichona enrustida.

Juros

Pra alguns, o problema da economia brasileira são os juros altos. Basta baixá-los que as coisas melhoram. Mas não foram justamente os juros artificialmente baixos que causaram a crise americana? Os juros estão assim por um motivo, e não por uma maldade deliberada do Banco Central. Os juros são altos no Brasil porque o crédito é escasso, a dívida pública é imensa, a poupança é insuficiente e a inflação está à espreita. Juros é conseqüência, não causa. Se o governo atual tem algum mérito, é o de manter as conquistas "neoliberais" do Plano Real com um Banco Central relativamente independente.

Monday, September 15, 2008

Chile

Todo discurso anticapitalista se justifica em nome dos pobres. É a chantagem emocional básica da esquerda. O que poucos parecem notar é que os pobres dos países capitalistas estão em melhor condição que os pobres dos países com discursos anticapitalistas. "Ficaram ricos explorando os países pobres." Mas como a riqueza de Hong Kong, por exemplo, é explicada pela pobreza da Somália? Como explicar o fato do país mais capitalista da América do Sul, o Chile, estar prestes a ser o primeiro a ingressar no time dos países desenvolvidos? Quem foi que o Chile "explorou"?

O bode expiatório

É de lei: quando uma regulação governamental falha - e ela, cedo ou tarde, vai falhar - o mercado leva a culpa. Quando o FED americano bomba artificialmente o crédito com o álcool dos juros baixos e a ressaca inevitavelmente vem, culpa do "neoliberalismo". Some-se a isso o fato da maioria das pessoas associar o mercado com os EUA - o belzebu - pra se atacar então o "imperialismo neoliberal" com toda aquela retórica emocional de quem se imagina representando o povo contra as forças do mal. Dá-lhe então mais regulação, mais estatização, mais populismo e mais margem pros políticos e seus planejadores fracassarem e colocarem novamente a culpa no mercado.

Friday, September 12, 2008

Sugarcubes - Birthday

Caetaneando

"Um garoto que vi todas as noites na platéia do Obra em Progresso me contou que Arenas, o escritor cubano, disse serem o comunismo e o capitalismo equivalentes, uma vez que ambos nos dão com o pé na bunda, mas que no comunismo você leva o pé na bunda e é obrigado a aplaudir, no capitalismo você pode gritar - e Arenas, que tinha “fugido” de Cuba para os Estados Unidos, concluiu: “eu vim aqui para gritar”. Não lembro de ter ouvido isso no filme de Julian Schnabel adaptado do livro dele. Mas a história é boa. O Brasil não tem um capitalismo plenamente desenvolvido. Isso é insatisfatório. Mas, já que também não se pode mais dizer que não temos uma economia capitalista consistente, vemos uma oportunidade de experimentar algo novo com a combinação capitalismo/democracia/liberalismo. Algo novo incluiria algum socialismo? Talvez algo além disso.

Um liberal inglês

Caetano Veloso diz que lê a The Economist e muitas vezes se sente como "um liberal inglês". Os princípios liberais funcionam na Inglaterra como funcionariam no Zimbábue ou em qualquer outro lugar. Ao mesmo tempo em que tem simpatia pelo liberalismo e vota no Gabeira, Caetano também gosta dos planos do Mangabeira Unger, que acredita num modelo de desenvolvimento diferente de tudo o que já foi tentado. A atração pelos planos mirabolantes não é nova e no passado produziu diversos fiascos promovidos pelos mesmos economistas que hoje dão sugestões por aí cheios de autoridade. De qualquer maneira, o blog do Caetano vale a visita: http://www.obraemprogresso.com.br/

54

Björk, uma paixão eterna da minha adolescência, disse que "querer ser entendido é uma forma de arrogância". Pois então, se as pessoas não me entendem nem quando tento ser o mais claro possível ("Você devia escrever pra Caros Amigos"), aceito tal incompreensão com a humildade de um leonino.

Thursday, September 11, 2008

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Idealismos são um norte e apontam um caminho. Não são nocivos, a não ser que sejam encarados como dogmas que descambem pra intolerância com o contraditório. A liberdade de expressão deve ser plena e a lei não deve impor moralismos. Relações pacíficas e voluntárias. No estágio atual do Brasil, o norte liberal me parece não só bom, como necessário. Na foto, Roberto Dinamite. O goleiro caído não parece bem.

Wednesday, September 10, 2008

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Fernando Gabeira disse que o Rio precisa de um "choque de capitalismo". Fernando Gabeira disse que o Rio precisa de um "choque de capitalismo". Ele é o cara, encoberto pela fumaça na foto. Vinícius de Moraes está de frente, no lado esquerdo de quem vê. Glauber Rocha está atrás dele, com as mãos na boca. No canto inferior direito, Paulo Mendes Campos. Com um pano na cabeça, Norma Bengell. No Zepelim, há fartas teorizações sobre cinema, mulher e a revolução social, regadas a chope. Ipanema nos anos 60.

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A primeira dinastia comunista vai ruir? Que notícia triste para os trabalhadores do mundo inteiro. Espero que os norte-coreanos encontrem um novo comandante a guiá-los na senda da coletivização e do bem comum. Caso contrário, vão ter que se entender com o resto do mundo e se render ao insensível individualismo dominante no capitalismo explorador. Vamos manter a esperança que vence o medo e rezar pelo pronto restabelecimento do grande líder.

Tuesday, September 09, 2008

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Apresento a vocês o Monstro da Lagoa Negra e a sua vítima, uma bela morena de maiô. A tal lagoa deve ser escura como alguns pontos da Baía de Guanabara. Ok, essa foi gratuita e o bicho nem parece sujo. Em todo caso, lá está o monstro limpinho com a barriga de tanquinho tentando carcar a maquiada e penteada jovem. Será que o Bem vencerá o Mal?

49

Repare nos olhos da Múmia, um aberto e com medo, o outro fechado e tranqüilo. Um efeito curioso, sem dúvida alguma.

48

O que é o Frankenstein senão a revolta do Pau Véi, 43043, o seu amigo de todas as horas? Ou seria a vontade da eternidade? De um clone? Ou a revolta contra o pai? Sei lá bicho, não tô conseguindo raciocinar direito de tanto cansaço da pelada de ontem... Tô pregadaço.

47

Vou ali me trocar, porque uma capa, nessa altura do campeonato, é muita bandeira. Mantenha-se aí, abaixe o trabuco, afrouxe a gravata e me aguarde. Na volta, cuidarei de você e do cenário, que pedi expressamente que fosse em vermelho, porque verde é coisa de entreguista. "E as nossas matas?" Mato, sim. "Do bão?" Só provando.

46

Qual a chance de uma doutrina que tenta conciliar liberdade e responsabilidade contra outra que promete "dar tudo a todos"? Também quero que todos tenham tudo o que desejam. Como alcançar esse estado de miraculosa abundância é onde o bicho pega.

Amiina - Iceland TV Performance

Friday, September 05, 2008

Baron de Laune Anne Robert Jacques Turgot

"Eu sei quantas guerras tiveram heresias em suas origens, mas será que isso não aconteceu apenas porque nós insistimos nelas? O homem que crê sinceramente crê com mais firmeza se pudermos forçá-lo a mudar sua crença sem convencê-lo; ele então se torna um obstinado, a sua obstinação acende seu fervor, seu fervor o inflama; nós desejamos convertê-lo, nós fizemos dele um fanático, um louco. Os homens demandam apenas liberdade para suas opiniões; se você os priva disso, coloca armas em suas mãos." http://www.ordemlivre.org/node/336

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Conde, qual o grande drama em bater punheta e olhar as bundas? Talvez se você batesse uma de vez em quando não seria assim tão agressivo e fixado em cu. Dica de amigo.

Eleições

Mais uma enquete do Digestivo Cultural (http://www.digestivocultural.com/): 1. Numa eleição em que a mídia sofre pra cobrir política em geral, como discutir eleições sem falar de política? Pode-se discutir, por exemplo, as regras impostas pelo TRE, obrigando a mídia a falar igualmente de todos os candidatos, desde os que lideram até os que têm traço. A mídia devia ter a liberdade de cobrir as eleições da maneira que quiser, mesmo apoiando abertamente A ou B (hoje apóiam veladamente). Acompanha tal cobertura quem quiser. 2. O que você está achando das campanhas dos principais candidatos na internet? Não estou acompanhando, mas ouvi falar que as páginas dos candidatos no orkut foram tiradas do ar por causa da lei. 3. Com a possibilidade da reeleição, de prefeitos e mandatários em geral, a eleição, muitas vezes, se converte num mero plebiscito (para manter um governante, ou partido, no poder)? Por que não? Mas hoje se permite apenas uma reeleição, o que me parece uma regra razoável. 4. Se estivesse em São Paulo, você votaria na sexóloga (do TV Mulher) ou na ex-apresentadora da MTV? Em nenhuma das duas. Apesar da minha simpatia pessoal pela Soninha, não voto em partidos ou candidatos que se dizem "socialistas". 5. Ainda dá para votar em partidos, ou depois que a "ética" do PT caiu por terra, e os nomes mudaram todos (quem era o "Democratas" antes mesmo?), virou uma geléia geral que nem a fidelidade partidária conserta? Querendo ou não, você acaba votando em partidos, que são um reflexo da população. Se o que se vê na política é clientelismo e corporativismo, isso é resultado das ações dos eleitores também. Os políticos e partidos não são entidades separadas do resto da sociedade. 6. Na Bahia, você acredita que ACM Neto não tem mesmo nada a ver com ACM "Avô" --- só o nome? Parece que nessa pergunta o ACM avô encarnou os males que o entrevistador enxerga na política. Se teve tanto poder assim, culpa dos baianos. Aliás, os baianos famosos da MPB se davam bem com ele. 7. E o Horário Eleitoral gratuito, você está assistindo? E aos debates na TV, alguém ainda assiste? O horário eleitoral é divertidíssimo. Os debates atuais têm pouco apelo e tem o seu formato amarrado pela tara igualitarista do TRE. 8. A política pode acabar por falta de audiência --- votantes que não queiram mais votar (se o voto não for obrigatório)? O voto deveria ser facultativo. E quanto menos atenção as pessoas derem aos políticos, melhor. 9. Tem conserto ou voce já desistiu? O "conserto" é permanente e não há motivo pra pessimismo. As pessoas vivem mais e têm uma qualidade de vida melhor do que jamais tiveram. Por isso, dia 15 de novembro, vote Pau Véi, 43043, o seu amigo de todas as horas.

Thursday, September 04, 2008

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Eu não odeio o estado. Até diria que não odeio nada, mas aí lembrei que odeio morrer. É bom que o estado exista. Falo nele porque é quem exerce e regula o uso da força num país. É algo em comum a todos nós. Me parece importante questioná-lo. Entendeu ou quer que eu desenhe?

Culto ao estado e suas conseqüências 2

De um lado, um dono de bar dentro da lei, pagando todas as taxas, impostos, direitos trabalhistas e etc. De outro, alguém que não paga nada disso e se aproveita da desordem urbana pra oferecer, por um preço menor, o mesmo serviço do cara que tenta fazer tudo nos conformes. Essa concorrência desigual é culpa exclusiva do ambulante? Não, é culpa principalmente das milhões de regrinhas que o governo impõe pra que um negócio seja formalizado. Mais da metade da mão-de-obra está na informalidade, não por um defeito de caráter, mas pelos incentivos dados pela contraproducente, mesmo que bem intencionada, lei. Os formais então reclamam dos informais pro governo, que, ao invés de desburocratizar e diminuir os custos da formalização, prefere arrochar ainda mais quem se esforça pra cumprir as suas incontáveis regulações.

Culto ao estado e suas conseqüências

São tantos alvarás, normas e regulações que os empresários acabam reféns das simpatias dos representantes do poder público. Se Fulano com poder discricionário não for com a cara de Sicrano, Sicrano pode ter um trabalho de anos destruído por uma simples canetada de Fulano. "Seguisse todas as regras que não haveria problema." Você já parou pra pensar em quantas burocracias e taxas são necessárias pra se abrir, manter e fechar um negócio no Brasil? O hospício jurídico e tributário trava a criação de riqueza, e às vezes é preciso estar nas boas graças do poder político pra prosperar sem fiscais fungando no seu cangote atrás das mínimas irregularidades inventadas pelo papelório oficial. Sem uma cultura de desconfiança sobre o estado, arbitrariedades passam a ser encaradas como algo normal, a não ser quando somos nós os prejudicados. Aí tenta-se armar algum fuzuê, logo esvaziado pelo culto geral ao estado e desproporção de forças entre um ente privado e a máquina estatal.

Wednesday, September 03, 2008

Mogwai - The sun smells too loud

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Então todo esse gasto de tempo e energia serve apenas pr'eu justificar a minha existência posando de campeão do anti-autoritarismo? Que tudo é um diálogo de surdos onde cada um puxa a sardinha pro seu lado? Que o estado tem tanto poder porque as pessoas buscam benefícios concentrados com custos espalhados? "Não, aí você entrou de novo na sua ladainha". Verdade, a escassez é uma quimera da minha imaginação. A abundância é o estado natural da humanidade.

Tuesday, September 02, 2008

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Tenho muitas limitações, obviamente. I am human and I need to be loved just like everybody else does. Isso não me tira o direito de ter as minhas próprias convicções sobre os (oh!) destinos da humanidade. A realidade existe e sou capaz de relacionar causas e efeitos, mesmo que as conclusões aparentemente não me favoreçam. Sem essa confiança na capacidade de apreender minimamente as coisas como elas são, não conseguiria escrever nem um ai, um ei, um oi ou até mesmo um ui.