Monday, August 31, 2009

"O livre-mercado leva ao monopólio" 2

Se a Globo permanece na liderança, é porque algum mérito ela tem na hora de agradar os seus telespectadores. Teve "mérito" também na hora de conseguir a sua concessão e outras coisas que fazem parte do jogo político, mas com os concorrentes não foi diferente. O que é a TV Record senão o canal-do-bispo-que-tem-um-partido-que-apóia-o-governo-inclusive-na-vice-presidência? Se o estado tem o poder de dizer quem vai "vencer", o esforço das empresas vai se concentrar no jogo político, no toma-lá-dá-cá. Monopólios só se mantêm com a mão da lei, com a mão do estado. Se a entrada permanecer livre e desimpedida, outros concorrentes podem chegar e pegar uma fatia do mercado. "E a AMBEV?" Não é um monopólio, quantas cervejarias abriram nos últimos anos? Quantas opções de cervejas, inclusive importadas, você encontra nos mercados? Mas, se o governo entrar numa de "proteger a indústria nacional" e atochar nas tarifas de importação, corre-se realmente o risco de se criar um quase-monopólio com toda a ineficiência de qualidade e preço que lhe é característica. Então eu, do alto da minha ingenuidade liberal, vos digo: mercado livre e desimpedido procura político que esteja disposto a esvaziar o poder político para relacionamento de longo prazo. Também acredito em duendes e leprechauns.

"O livre-mercado leva ao monopólio"

Essa é uma crença tão profundamente arraigada que se você se arriscar a questioná-la, é capaz de chamarem imediatamente os homens de branco. Neste fim de semana mesmo, me reuni com umas pessoas legais pra uma filmagem. Depois dou mais detalhes. O fato é que lá pelas tantas alguém veio falar do "monopólio" da TV Globo. Como não posso interferir toda vez que alguém fala algo que eu não concorde - sob pena de, realmente, precisar da assistência dos homens de branco - resolvi escrever a respeito ao invés de esclarecer o assunto ali mesmo e ser excluído de vez do rol das pessoas bondosas e conscientes (talvez isso já seja tarde demais rárá). A TV Globo, atenção!, não tem o monopólio de nada. Acontece assim: a tv aberta funciona sob o sistema de concessão, ou seja, funciona sob critérios políticos. Quem estiver bem conectado, recebe do governo licença pra operar freqüências de rádio e televisão. Pense em quantos políticos donos de meios de comunicação têm por aí. Pois é, se os canais abertos são propriedades de A ou B, reclame do governo, não do mercado. Isso esclarecido, resta perguntar o que é um monopólio. Um monopólio conhecido dos brasileiros é o da ECT. Está na lei, somente os Correios podem distribuir certos tipos de correspondência. Então os Correios são um monopólio. Mesmo sob o execrável sistema de concessão, ninguém é obrigado a assistir só à TV Globo e nem preciso enumerar os seus concorrentes que todos conhecem. A briga pela audiência do povão que não tem tv por assinatura é feroz, mas a Globo permanece na liderança, goste-se ou não da sua programação. Continua.

Friday, August 28, 2009

Little Friend Atmosphere

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Little Bunny Friend

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Radiohead com delay

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Observations

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How to Write a Political Poem

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A contracultura

Muito se fala sobre a caretice, o reacionarismo e o conservadorismo da sociedade americana. Realmente, isso existe. Mas há também o outro lado da moeda, aquele que se revelou em reação justamente a esse apego "à moral e aos bons costumes". Não que a moral e os bons costumes sejam coisas execráveis, não sou um porra-louca inconseqüente - um comunista "libertário" - cujo projeto de vida é destruir a civilização e as regras que garantem a convivência. Estou tentando, pra variar, explicar aos antiamericanos de plantão que, ao mesmo tempo em que há, de fato, uma moral puritana americana, há também a liberdade de questioná-la. Foi essa liberdade que permitiu o surgimento dos beatnicks - dos Burroughs e Ginsbergs da vida - do rock'n'roll - dos Elvis e Dylans da vida - e dos hippies - dos Learys e Woodstocks da vida. Todos esses movimentos "muito loucos e transgressores" que aconteceram nos EUA e foram, de alguma maneira, assimilados pela cultura popular do mundo inteiro, não surgem numa sociedade estática ou planejada de cima pra baixo. Sim, estou fazendo um paralelo com a alternativa não capitalista. Quais foram as grandes inovações culturais que vieram dos países que se opunham ou se opõem aos EUA? Onde estava a juventude rebelde soviética naquela época? Caladinha, com a rédea curta. Claro que o anticapitalismo não passa de uma tremenda hipocrisia propagandeada com objetivos políticos totalitários, mas não custa lembrar dessa realidade mais uma vez.

Thursday, August 27, 2009

Assimetria de informação e mercado "perfeito"

O que economistas como Stiglitz querem ao repetir conceitos como a "assimetria de informação"? Justificar a atuação do governo na obstrução e regulação do mercado. Pense bem, quem possui as mesmas informações? Ninguém. Todos são diferentes e têm backgrounds diferentes. Se todos tivessem o mesmo nível de informação, qual seria o ponto de se pesquisar, de se testar, de se aprimorar, de se fazer e tomar, enfim, ciência? Não haveria aprendizado, nem professores e alunos, nem pais e filhos. Não haveria, em suma, troca de informação, ela já estaria dada pela "simetria de informação". O livre-mercado se justifica porque ninguém é capaz de ter todo o conhecimento do mundo e a competição serve justamente pra se descobrir - num processo de tentativa e erro - a melhor maneira de se usar os recursos escassos. O mercado "perfeito" é um caso parecido. Ora, é óbvio que o mercado não é "perfeito". Como seria possível, aliás, um mercado "perfeito" formado por seres humanos imperfeitos? É exatamente o papel dos empreendedores e inovadores se anteciparem ao que os outros ainda não perceberam pra satisfazer as pessoas e, assim, lucrarem. Economistas como Stiglitz falam sem parar em como os mercados não são "perfeitos". Concordo com ele. Agora, qual é a alternativa? Concentrar poder nos políticos e burocratas? Eles fazem parte de uma outra espécie e são, por acaso, "perfeitos"?

"Só sei que nada sei"

Podem me achar radical, dogmático e um tolo por ter algumas certezas, mas não consigo evitar. Quando teclo estas palavras, eu não tenho dúvidas de que elas aparecem no monitor, numa óbvia relação causal. Então existem sim absolutos, quer queiram ou não os cultuadores da dúvida como o máximo da maturidade intelectual em oposição aos terríveis fanáticos que insistem em garantir que A é igual a A, que A não é uma "representação" ou um "simulacro" de A, A - afinal de contas - é mesmo A. "Só sei que nada sei", disse Sócrates, o filósofo, não o ex-jogador de futebol marxista. Ora, Sócrates caiu aí em clara contradição, por mais que seja reconhecido até hoje como um exemplo universal de inteligência. Se ele nada sabe, como é que sabe que nada sabe? A dúvida serve como um estímulo pra se pesquisar e chegar a uma conclusão, mesmo que aproximada, ela não pode virar o estado permanente da pessoa em relação a tudo, sob pena dela colocar a própria vida em risco. Você tem alguma dúvida de que vai se queimar ao encostar a mão no fogo? Tem alguma dúvida de que vai cair se se jogar de um desfiladeiro? Não, as pessoas estão bem cientes das leis físicas que não deixam de ser - horror! - certezas. A realidade existe, não é um joguinho tipo Matrix ou a ante-sala de um céu ou inferno.

Wednesday, August 26, 2009

Manchetes do "O Globo" 3

"Maconha sem castigo: Argentina descriminaliza consumo". Finalmente uma notícia favorável à liberdade individual. Algo parecido já acontece no Brasil, com a esquizofrenia jurídica que não poderia deixar de faltar: consumir pode, mas vender não pode. De qualquer maneira, já é um avanço. "Miriam Leitão: Ingerência na Receita segue o padrão de Lula adotado no Itamaraty e no Ipea." Que novidade... Na política externa, o país apóia todo e qualquer lixo que cheire a socialismo ou antiamericanismo: Irã, Venezuela, Bolívia, Coréia do Norte, Cuba, Equador, Nicarágua, Zelaya et caterva. Estes são os amigos do governo do PT. O Ipea, que antes já era um órgão que nem deveria existir, agora comandado por ecomunistas do naipe de um Porchmann vive de manipular dados e estatísticas com a intenção de legitimar o aprofundamento da ingerência estatal na economia. São os "soviéticos" da nossa Gosplan. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Gosplan) "PT cobra 66 mil para deixar Arns sair". Alguma chance de uma quadrilha deixar um de seus membros abandonar o barco assim de graça? 66 mil tá até barato. E se abrir o bico e contar o que sabe a respeito dos bastidores da máfia petista, seria recomendável ele tomar precauções com a própria vida.

Manchetes do "O Globo" 2

"Polícia Civil espana os flanelinhas". Como as ruas são "de todo mundo", são também "de ninguém". Não, não estou dizendo pras ruas serem privatizadas, se bem há uma vasta literatura a respeito e acredito que, otimista que sou, isso seja uma tendência. De todo modo, os flanelinhas seguem por aí extorquindo as pessoas que ousaram ser proprietárias de veículos. Volta e meia ocorrem ações do tipo, pra dar uma amansada na opinião pública, mas a coisa logo volta ao que era antes. "Governo nega crise e Lina diz que houve 'perigoso recuo'". It's all about the public image, maaan. 12 pessoas da Receita Federal se demitiram em protesto pela demissão da mulher que colocou a Dilma contra a parede, mas o Ministro da Fazenda se faz de desentendido: "Demissões, que demissões?" Os substitutos dos demissionários têm um "perfil técnico", diz o representante do governo, o que significa que eles estão alinhados com o poder. Uma tremenda sujeira, mas todos ali usam terno e gravata e são companheiros do "cara", então tá tudo certo. "Furnas: diretor se demite e critica aparelhamento". É aquela coisa, quando a gente é beneficiado pelo "aparelhamento", o bico fica fechado, quando a gente é prejudicado, o bico se abre. Não há novidade alguma, é da natureza das estatais serem gerenciadas sob critérios políticos. Entra um novo grupo, toda a dinâmica interna de poder é modificada. Quer acabar com isso? Privatize-as e institua um sistema de livre concorrência, sem subsídios ou reservas de mercado.

Manchetes do "O Globo"

"Pré-sal: Cabral e Hartung recusam convite de Lula". Os governadores do Rio e do Espírito Santo são aliados do "cara", mas não querem perder os atuais royalties do petróleo. Como o governo federal pretende concentrar os recursos do pré-sal pra poder distribuí-los da maneira que politicamente lhe for mais conveniente, os estados produtores vão ficar com o pires na mão, dependendo da boa vontade de Brasília nos repasses. É assim quando o governo tem o controle econômico de uma atividade, nenhuma novidade. Eu já falei que a concentração de poder é um perigo? Pois é. "Petrobras pagou mais 1.490% por obra parada". Outra coisa que acontece quando o estado detém algum privilégio monopolístico é que o foco da produção não é a eficiência econômica, é a conveniência política do grupo no poder. Uma empresa que não corre o risco de falência, protegida da competição pela legislação, não se preocupa tanto assim com os desperdícios e os custos, a não ser os de imagem, que podem colocar o monopólio em xeque. Não é à toa, aliás, que empresas como a Petrobras investem tanto em propaganda e cultura.

Tuesday, August 25, 2009

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Veja o panacão apitando sobre isso e aquilo é uma contusão séria que o tirou dos gramados, os Campos ensinam que o tempo de recuperação não pode ser abreviado o jogo de ontem foi.

A arte perdida da argumentação

"Nos dias que correm, é relativamente fácil depararmo-nos com o paradoxo que diz respeito ao acto de argumentar. No decurso do último século, argumentar ou discutir tomou uma conotação sobretudo negativa, província de indivíduos pedantes que invadem o território sacrosanto e indisputável da opinião individual. Existe a percepção que todas as opiniões são igualmente válidas e/ou intocáveis." (http://solipsistainconformista.wordpress.com/2009/07/11/a-arte-expirante-da-argumentacao/) Por causa da minha, errr, militância pela liberdade individual, volta e meia sou convocado em situações sociais a dar opiniões sobre isso ou aquilo. Tento evitar, mas sinto quase como um dever me manifestar e tentar fazer os outros entenderem o que estou dizendo. Nesse processo, acabam acontecendo muitos ruídos de comunicação, porque as opiniões são partes integrantes da personalidade da pessoa e quando você questiona aquilo que ela acredita, o questionamento de uma idéia passa a ser o questionamento da própria pessoa. Então, pra evitar maiores desentendimentos entre os brasileiros cordiais, a discussão é desqualificada como uma espécie de ostentação intelectual que divide ao invés de aprimorar. Como eu mesmo já mudei muito de opinião ao me deparar com argumentos melhores do que os que eu conhecia, acho razoável crer que os outros também sejam capazes de abandonar idéias piores por idéias melhores.

Monday, August 24, 2009

"Você vai acabar ficando maluco..."

Eu realmente agradeço a preocupação dos amigos e colegas anônimos com a minha sanidade mental e nem vou me dar o trabalho de evocar algumas pessoas que também foram chamadas de "malucas" em suas épocas e depois tiveram os seus insights reconhecidos. E nem estou inventando a roda, o cerne da teoria liberal já foi estabelecido há alguns séculos e a surpresa que alguns de seus postulados causam só confirma a minha impressão de que vivemos num consenso social-democrata pendendo pro socialismo puro e simples. O liberalismo perdeu a batalha cultural e somente uma crise braba do atual modelo pode recolocá-lo de volta à cena. Quer dizer, na verdade nem isso, vide a última bolha financeira causada pela manipulação da taxa de juros pelo governo que, mais uma vez, foi convenientemente debitada entre a opinião pública na conta do "capitalismo desregulado". O estado se agiganta há muitos anos até na maior democracia liberal do mundo, os EUA, por que seria diferente no Brasil? O caso do capacete obrigatório me lembrou de um livro escrito pelo professor Walter Block, que certamente trata deste mesmo caso, além da legalização da prostituição e das drogas, entre outras causas perdidas. Se chama "Defendendo o indefensável" (http://mises.org/store/Defending-the-Undefendable-P136.aspx) e fala justamente desses "crimes" sem vítimas. Não estou maluco, apenas considero que os homens são capazes de se relacionar de maneira voluntária. Ok, talvez eu esteja um pouco maluco, mas isso também é contra a lei ou onera o sistema público de saúde? "Só se você se internar ali." Ah tá, obrigado pela informação.

Um bar não é um lugar público 6

"dei o exemplo do desvio de dinheiro público porque ele ilustra bem o lado negativo de interpretações subjetivas sobre a lei, mas existem outros vários que não trazem prejuízos tão claros aos outros. pra botar lenha na fogueira: é tipo o código de trânsito que exige que você use capacete quando sai de moto. deveria ser direito seu decidir? eu acho que não. (de repente rende um outro post, hein?)" Há uma diferença aí que, aliás, é recorrente. As vias públicas são públicas. Um bar não é um lugar público. É compreensível que existam leis no trânsito (mesmo que algumas delas também sejam questionáveis). Não sou contra a existência de regras, quais regras é que são elas. Por mais que o uso do capacete, por exemplo, seja recomendável, eu discordo da sua obrigatoriedade. Quem, além da própria pessoa, corre risco de vida por causa do não uso do capacete? "Mas o cara ferido vai sobrecarregar o sistema público de saúde!" Pois é, pedem que o estado dê saúde "de graça" e o resultado é o controle do estado sobre o indivíduo. Se você levar esse argumento às últimas conseqüências, daqui a pouco se proíbe as comidas gordurosas (doenças cardiovasculares), os carboidratos (diabetes, obesidade) e se obriga as pessoas a fazerem exercícios físicos. Sim, parece um exagero, mas as liberdades não são tiradas de uma só vez, é um processo gradual legitimado pela maioria. Mas ei, essa é só a interpretação liberal do tema, tão popular atualmente quanto o charleston e o óleo de rícino.

As amizades te lembram quem você é

O Seinfeld dizia que quando se é criança, qualquer coisa é o suficiente pra se construir uma amizade. "Você tem uma mesa de Ping-Pong? Então você é o meu best friend ever!" Com o passar do tempo, elas vão se baseando numa identificação mútua mais profunda. Mesmo que as pessoas sigam por caminhos diferentes, ainda resta aquilo que se passou junto. Sim, a gente tava bem doido naquele dia. É, você testemunhou aquele episódio. Pois é, isso fica entre nós. Não, não sou muito bom em guardar segredos, a não ser que eu veja motivos realmente relevantes pra isso. É, vamo beber um chopp e botar o papo em dia. Você não bebe mais cerveja? Ah, deixa de ser viadinho. Não posso, tenho que cuidar do neném. Ih, o jogo é pay per view, vem ver aqui em casa. Depois a gente dá um pulo na Buati. Putz, esqueci do neném. Não, melhor não. Tenho que acordar cedo amanhã. Foda seria ter que acordar cedo ontem. Mas não tem erro, vai rolar um churrasco na casa de Fulano. Lembra daquele dia? Foi maneiro. Se bem que deu a maior confusão com Sicrana e Beltrana... Melhor deixar quieto. Sim, existem coisas mais sérias que isso. Ah, vai nessa... Episódios valiosos que nos lembram quem somos. E as nossas famílias? Nos lembram mais ainda.

Sunday, August 23, 2009

Foi Apenas um Sonho (Revolutionary Road)

Numa visão heróica - e provavelmente ingênua - da humanidade, é nisso que se baseia a personagem da Kate Winslet. O DiCaprio é o cara que até se seduz por essa mensagem, mas que não consegue, por mais que a idéia o atraia, largar tudo e investir nela. Então as diferenças - entre o romantismo e o pragmatismo - se exacerbam até o final trágico. A simples separação, aparentemente, não era o suficiente pro efeito dramático. Sim, a morte é o limite. Mas quais eram as "diferenças"? As visões de mundo de cada um. O filme é lindo, do mesmo cara que dirigiu o Beleza Americana e namora a Kate Winslet. "There is so much beauty... in the world!". Yes, there is. Post sob a influência do líquido dourado. ODASEF! Haha. (http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2009/08/de-quem-e-sua-vida.html).

Friday, August 21, 2009

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Saudades do Almanaque Topolino, contemporâneo do Cruzeiro e de tantas outras glórias do desporto nacional, o cinema se afogou nas areias da Barra da Tijuca num aclive pra quem vem e num declive pra quem vai pra
night é uma criança no sentido figurado, tá?

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Ah sim, o futuro é radiante e tem prazo de validade que expira e inspira as conquistas que expiram e inspiram manutenção no poder de fazer e acontecer, deixar um legado ou se fazer esquecer, eis o que quero dizer.

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Ser uma loura bonitinha ajuda no maravilhamento e essa atitude desafiadora também ganha pontos na gincana pelo dinheiro o pai quer que o filho vença mesmo que cego pelas cores, o goleiro fura e o homem de verde bota pilha no Papai Noel.

Um bar não é um lugar público 5

"A questão é que fabricar cigarro é o verdadeiro crime. Fabricar não. Permitir a fabricação de uma substância sabidamente cancerígena, que as pessoas desfrutam porque se viciam como se fosse um crack qualquer, é um acinte." Não quero dar uma de advogado do cigarro, até porque nunca fumei o bicho e a sua fumaça realmente me incomoda, mas sou contra a proibição. Muitas coisas podem fazer mal e têm potencial cancerígeno: o açúcar, o álcool, a gordura e até a poeira, e nem por isso devem ser proibidas. "O proibido é a maconha! Que não mata ninguém. Alguém postou uma frase do Rubem Braga: quem quiser que se fume. Mas não é bem assim. Tem gente que não consegue parar e é suficientemente imbecil pra começar." Ter liberdade pra fazer só o que é "certo" pra própria saúde não é liberdade. Hoje é o cigarro, amanhã é o biscoito recheado (já tem uma lei circulando no Congresso proibindo a publicidade de biscoito). "Fumei uns 30 anos. Peguei uma outra doença grave. O médico falou pra mim: para de fumar ou morre. Parei. Um tio meu teve um pulmão retirado por câncer, amigos meus morreram de câncer tabagístico, há uma grande bancada no Senado a soldo da indústria - ou representante da indústria, que é um eufemismo calhordíssimo - que toca a trombeta toda vez que alguém proíbe ou dificulta o ato de fumar." Eu também acompanho a dificuldade de pessoas próximas em parar de fumar e os problemas que o vício traz. Não sou contra campanhas que alertem contra os perigos, dando informações que esclareçam os riscos desse comportamento. Campanhas privadas, bem entendido, nada de governo. Sim, fumar é perigoso pra saúde, sem dúvida alguma. "Qual a porcentagém da população que fuma? 17%. Então em 17% de bares, restaurantes e afins permitir-se-ia fumar. O não fumante iria se quisesse, claro, não seria obrigatório fumar. Cada um respeita o espaço do outro guardadas as devidas proporções populacionais. Não é honesto?" Isso me parece arbitrário e autoritário. Segue aquela premissa de que a lei serve pra proteger as pessoas delas mesmas. Acho que, nessa altura do campeonato, todos já estão cientes dos malefícios do cigarro, não? Então, proibir simplesmente o fumo é análogo a proibir o suicídio. Se você não é dono do seu próprio corpo, quem é? A maioria?

Um bar não é um lugar público 4

"E regressar a 1933 é regressar a um mundo que desprezava a liberdade individual com especial ferocidade. A lei antifumo cumpre esse propósito. Proibir o fumo em lugares fechados, como bares ou restaurantes, é um ataque à propriedade privada e à liberdade de cada proprietário decidir que tipo de clientes deseja acolher no seu espaço. O mesmo raciocínio aplica-se aos clientes, impedidos de decidir livremente onde desejam ser acolhidos. Mas o melhor da lei vem no policiamento. Imitando as piores práticas das sociedades fechadas, a lei promove a delação como forma de convivência social. Por telefone ou pela internet, cada cidadão é convidado a ser um vigilante do vizinho, denunciando comportamentos "desviantes". Isso não é regressar a 1933. É, no mínimo, um regresso à Rússia de 1917. Se juntarmos ao quadro uma verdadeira "polícia sanitária" que ataca à paisana, é possível concluir que o espírito KGB emigrou para o Brasil. Finalmente, lembremos o essencial: os extremismos políticos só sobrevivem em sociedades cúmplices, ou pelo menos indiferentes aos extremistas. Será São Paulo esse tipo de sociedade? Parece. A última pesquisa Datafolha é sinistra: a esmagadora maioria dos paulistas (88%) aprova a lei antifumo. Só 10% se opõem a ela. Só 2% lhe são indiferentes. Mais irônico é olhar para os fumantes: depois de anos e anos de propaganda e desumanização, eles olham-se no espelho, sentem o clássico nojo de si próprios e até concordam com a lei (77%). Razão tinha Karl Kraus quando afirmava, na Viena de inícios do século, que o antissemitismo era tão normal que até os judeus o praticavam. Péssimo presságio." - João Pereira Coutinho (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=358).

Um bar não é um lugar público 3

"sol, é porque a necessidade de respeitar o estado de direito persiste. existem mecanismos dentro da democracia que permitem que se altere a lei e este deveria ser o caminho seguido por um dono de bar que não concordasse com as restrições que a ele são impostas." Beleza, mas imagine que o estado de direito determine que a partir de hoje é proibido beber. Esta lei, por ter sido emanada pelo estado de direito, é justa? O estado de direito de algumas teocracias "democráticas" ainda prevê o apedrejamento de gays e adúlteras. Isto é justo? "o indivíduo não pode decidir quais leis se aplicam sobre ele ou sobre seu estabelecimento. ele pode, sim, e de maneiras variadas, atuar na sociedade para modificá-las." É o que tento, dentro das minhas imensas limitações, fazer. Mas há casos em que a desobediência civil se justifica. Qual o limite? A vida, liberdade e propriedade alheias. Ou a gente deve obedecer o que quer que saia da pena dos legisladores? Thoreau tem ótimos textos a respeito. "a análise subjetiva da lei justifica qualquer comportamento pelo simples argumento de que 'é meu direito'. e isso pode ser utilizado tanto pra defender liberdades individuais quanto pra justificar desvio de dinheiro público." Se eu roubo os cofres públicos, estou roubando propriedade alheia. Quem o dono de um bar que permite o fumo está roubando? Aliás, agradeço aos que enriquecem o debate e o contraditório nos comentários. Honrado com a presença de todos vocês.

Thursday, August 20, 2009

Um bar não é um lugar público 2

Ótimas fotos, Pinha. Sei que isso vai parecer cruel, mas as pessoas também não são obrigadas a trabalhar ali. Veja, não é questão do que eu ache bacana, isso é irrelevante. Coloque-se, por um momento, no lugar do dono de um bar e imagine que você gostaria de ter um bar onde as pessoas pudessem fumar maconha. Por que você não deveria ter esse direito? Aquele é um bar onde as pessoas fumam maconha, por que não? Teria um aviso na porta: "Permitido fumar maconha". O mesmo valeria pro cigarro. Eu também não gosto do cheiro de cigarro, mas e daí? (www.flickr.com/photos/fotocity)

A festa dos pães sem fermento

Depois da instituição da Páscoa, Deus elegeu um novo inimigo: o fermento. "Durante 7 dias comereis pães sem fermento. Já no primeiro dia fareis desaparecer o fermento de vossas casas, pois quem, entre o primeiro e o sétimo dia, comer pão fermentado, será eliminado de Israel". Drástico, não? Tenho que confessar, no entanto, que também evito comer essas salgados de lanchonete anabolizados pelo maldito fermento. Me dão azia. Era a azia que o Senhor queria evitar nos israelenses ou era tipo uma décima-primeira praga, a falência de todos os produtores de fermento egípcios? Aí, pra resumir, o Senhor matou todos os primogênitos do Egito e os sobreviventes "pressionavam o povo, urgindo que saísse de sua terra, pois diziam: 'Vamos morrer todos!' Por isso, o povo teve de levar a massa do pão antes de fermentar, carregando aos ombros as amassadeiras envolvidas nos mantos. Os israelitas tinham feito o que Moisés lhes havia dito e pediram aos egípcios objetos de ouro e de prata e roupas. O Senhor os fez conquistar as boas graças dos egípcios, que lhes deram o que eles pediram. Assim espoliaram os egípcios." Maravilha. Duvidou do Senhor Misericordioso? Vai pagar a descrença com juros e correção monetária.

Marina Silva

Da mesma maneira que em 2006 a Heloísa Helena conseguiu os votos daquela esquerda idealista que imagina que o problema é de quem está no comando ao invés do próprio modelo de concentração de poder no estado que a esquerda defende, a Marina Silva agora vem mobilizando esse povo. Claro, ela é uma ambientalista herdeira de Chico Mendes, lutando pela "preservação da natureza". É realmente comovente, ainda mais se você considerar toda a sua indumentária e aparência frágil. Quem vota "com o coração", não resta dúvida, vota Marina 2010. Agora, tem uns poréns. Primeiro que ela militou durante décadas no PT. Depois que, como "defensora da natureza", vai certamente barrar o quanto puder a produção tanto de energia quanto de alimentos, justamente as coisas em que o Brasil se destaca, encarecendo a comida e a energia pro povo pobre que a esquerda diz representar. A Amazônia continuará como uma terra de ninguém, porque ela não vai permitir que se - horror! - privatize aquilo ali pra se fazer um uso racional dos recursos, que permanecerão ociosos ou vítimas da chamada "exploração predatória". Honestamente, não sei o que seria pior, se ela ou a Heloísa Helena. De qualquer maneira, vai ser bom pra tirar uns votos do PT, que, na minha opinião, é o grande mal a ser combatido. E eu lá duvido da boa intenção da mulher? A princípio eu não duvido da boa-fé de ninguém, mas não se trata disso.

O Concurso Público

Deve ser um assunto que mobiliza tanto os brasileiros quanto o futebol. Passar num desses concursos é quase como resolver a sua vida financeira e se livrar do vai e vem dos lucros e prejuízos das empresas que podem ir à falência, que precisam equilibrar custos e receitas pra permanecerem no mercado. Quem fica confortável na incerteza? Então se afunde nos meandros da burocracia legislativa, administrativa e judiciária por algum tempo, seja forte e determinado porque a recompensa é um emprego pra vida toda onde as cobranças obedecem a uma lógica diferente da do mercado, aquele lugar selvagem. Se é compreensível que os pais desejem que os filhos sigam por esse caminho, também é compreensível que alguns espíritos mais livres (alguém diria "vagabundos") não se emocionem tanto com a possibilidade. De qualquer maneira, não é desejável pra saúde econômica de um país que o emprego mais cobiçado seja o de funcionário público. Dá até pra entender que seja assim, com os incentivos dados pelos privilégios a essa espécie de nobreza contemporânea, mas chega uma hora em que a iniciativa privada que paga a conta é sufocada de tal forma pelos impostos e regulações que a conta deixa de fechar. Então dá-lhe desequilíbrios fiscais que aumentam a dívida e os juros, que diminuem a competitividade e a produção, numa espiral descendente que, cedo ou tarde, cobra o preço. Não dá pra ter um país de funcionários públicos, a não ser que Cuba e a União Soviética sejam modelos aceitáveis pra você.

Wednesday, August 19, 2009

A Páscoa e o Cordeiro

Em meio às 10 pragas que lançou sobre o povo egípcio enquanto poupava o faraó sem nome, o Senhor encontrou tempo para estabelecer um ritual entre os hebreus, a Páscoa. "No dia 10 deste mês, cada um tome um animal por família. O animal será sem defeito, macho de 1 ano. Podereis escolher tanto um cordeiro como um cabrito. Devereis guardá-lo até o dia 14 deste mês, quando, ao cair da tarde, toda a comunidade de Israel reunida o imolará. Tomarão um pouco de sangue e untarão as ombreiras da porta das casas onde comerem. Deverão comê-lo assado no forno, com pães sem fermento e ervas amargas." Melhor do que passar fome, sem dúvida alguma. "Assim devereis comê-lo: com os cintos na cintura, os pés calçados e o cajado na mão." O cajado devia ser tão comum naquela época como eram os chapéus na década de 1920. "A bald paradise", diria George Costanza. "Nesta noite eu passarei pela terra do Egito e matarei todos os primogênitos no país, tanto das pessoas como dos animais. (...) Este dia será para vós uma festa memorável em honra do Senhor, que haveis de celebrar por todas as gerações, como instituição perpétua". Os egípcios, imagino, não devem comemorar a Páscoa, ainda mais depois de terem tomado esse chocolate (uia!) do Senhor.

O que é um "direito"?

Continuando com o firme intento de aumentar ainda mais a minha popularidade entre o Brasil petista e esquerdista, há que se definir também o que é um "direito". Hoje em dia, tudo virou um direito: direito à educação, saúde, transporte, moradia, cultura, esporte, lazer e daqui a pouco escrevem na Constituição que todos temos direito também à felicidade eterna. "Por que estou deprimido se a felicidade é um direito?! Alguém tem que tomar uma providência!" Sim, argumentar ao absurdo é uma maneira legítima de demonstrar as conseqüências lógicas de certas premissas. E qual seria O direito sob o prisma liberal: o direito à vida. Todos os outros decorrem deste. Ou seja, você tem o direito de não ser morto, roubado ou fraudado e, caso isso aconteça, o aparato de coerção tem o dever de agir. É o princípio da não-agressão, em que o uso da força só se justifica como reação a uma agressão. Se a pessoa tem o "direito" à cultura, os outros então têm o dever de prover esse "direito". Essa postura não desestimula a solidariedade, pelo contrário, apenas condena a *solidariedade* obrigatória representada pelos programas sociais do governo. Se é obrigatória, não é solidariedade. Resumindo: a pessoa tem o direito ao controle do próprio corpo e ao que adquiriu através de trocas voluntárias. A pessoa não tem o direito ao controle do corpo alheio e do que ele adquiriu através de trocas voluntárias.

Um bar não é um lugar público

Correndo o risco de aumentar ainda mais a minha popularidade, sinto quase como um dever fazer uma distinção entre o que é público e o que é privado. Sabe como é, aqui no Brasil isso nunca foi muito claro e a repetição de alguns mantras politicamente corretos pelos estatistas e "movimentos sociais" ajudam a perpetuar a confusão. Um bar é um lugar privado aberto ao público, o que faz toda a diferença. Não me interessa aqui o que dizem as leis, o que não falta é lei estúpida, me interessa como elas deveriam ser pra maximizarem a liberdade individual. Se um dono de bar quiser deixar as pessoas fumarem em seu espaço, ele deveria ter esse direito. Se ele quiser proibir as pessoas de fumarem em seu espaço, ele também deveria ter esse direito. Ninguém é obrigado a frequentar bar nenhum. A última notícia que mobilizou lindos apelos emocionais foi a expulsão de um casal gay que trocava beijos num bar do Leblon. Veja, por mais que a expulsão seja ridícula sob o meu ponto de vista, o dono deveria ter esse direito, da mesma maneira que a pessoa tem o direito de decidir quem pode ou não pode entrar em sua casa. "Mas como é que a gente vai evitar o preconceito?" Não há como acabar com o "preconceito" (um socialista não teria "preconceito" contra um liberal?), mas o próprio mecanismo de mercado trata de punir os empresários que incorrem em práticas do tipo. O tal bar do Leblon, por exemplo, vai provavelmente perder muitos clientes por causa do incidente. Se a alternativa ao respeito à propriedade privada é a concentração de poder no estado, as pessoas que não se surpreendam quando elas mesmas forem prejudicadas pela expansão do tacão estatal.

Tuesday, August 18, 2009

A Basement e a segmentação

Tinha uma buati no Rio chamada Basement. Era meio herdeira da Kitchnet e ficava na Galeria Alaska em Copacabana, perto da DP e logo em frente ao Teatro dos Leopardos. Teve uma época em que eu ia lá sexta, sábado e domingo viver a social do mundo do rock. Rock num sentido amplo, já que ia o pessoal que gostava de rap, heavy metal, rockabilly, hardcore, punk, indie, gótico, industrial, etc. Enfim, você conseguia identificar cada, ahn, tribo e elas, ao mesmo tempo, pareciam conviver muito bem. Pelo menos era o que imaginava a minha cabeça de roqueiro juvenil criado a leite com pêra. Mas por que eles se concentravam ali? Porque não haviam muitas opções de socialização rock. Com o tempo, as buatis e festas foram cada vez mais segmetando, com uma festa predominantemente de rap, de heavy metal, de rock, de emo (esse "movimento" ainda tava sendo gestado) e etc. E a tendência é que as coisas se pulverizem cada vez mais no mundo mais alternativo ao mesmo tempo em que artistas de escala como Ivete Sangallo lotam cada vez mais os seus shows. Mas qual era mesmo o meu ponto? Ah sim, falar do início da minha carreira no rock e acrescentar um verniz filosófico que, na realidade, não passa de uma meia-verdade. Mission accomplished.

Abigail 8

Esse cabelinho tipo de anjo e pintaderrimo dão pinta, Sol. Tenho years de experience em tipos tais. Mas que a gente suspira, suspira. Mulher gosta de ser enganada, e quanto mais cafa for o bofe, melhor.

As 10 pragas do Egito

Então mais pragas se seguiram: a dos mosquitos, que vieram da poeira do chão. Dessa vez, os magos não conseguiram replicar a mágica, mas o faraó permanecia irredutível. Depois vieram as moscas-varejeiras em todos os cantos do Egito, menos em Gessen, onde moravam os hebreus. O faraó meio que jogou a tolha, dizendo que ia finalmente liberar os hebreus, mas, na última hora, voltou atrás. A quinta praga foi a peste dos animais e funcionou assim: os animais dos egípcios morreram e os animais dos israelitas sobreviveram. O faraó, mais uma vez, não se emocionou. A sexta praga pegou pesado: "tumores que provocarão pústulas". Eu já tinha pedido arrego há muito tempo, mas o coração do faraó permanecia duro e, pelo jeito, livre de pústulas. Depois foi a vez da chuva de granizo, que castigou todo o Egito, menos Gessen, seguida da praga dos gafanhotos, que invadiram e "não deixaram nada de verde nas árvores e pastagens". Novamente, o faraó admitiu que pecava desobedecendo o Senhor, mas após Deus dispersar os gafanhotos, bateu o pé mais uma vez. A nona praga foram as trevas que se abateram em todo o Egito, exceto onde ficavam os judeus, claro. Cabeça dura e confortável na escuridão, o faraó nem se emocionou. Na décima e última praga, foram mortos todos os primogênitos dos egípcios. Acho que, depois disso, só sobrou vivo mesmo o faraó e o seu coração de pedra. Aliás, por que Deus não simplificou todo esse processo se livrando logo dele?

Deus, Moisés, os magos e as rãs

E continua a saga de Moisés e Aarão tentando usar da diplomacia divina pra livrar os hebreus das garras da escravidão egípcia. O Senhor ficava botando pilha: "Diga ao faraó que eu farei isso e aquilo se ele não libertar o povo escolhido." Só que o faraó tinha uma carta na manga: os seus próprios sábios e feiticeiros. Então quando Moisés jogava uma vara no chão e ela virava uma serpente, os feiticeiros do governo faziam o mesmo, como numa batalha mágica. O Senhor, ciente das dificuldades de convencer o duro coração do faraó, lançou mão de um milagre que imaginou ser o suficiente pra impressioná-lo: transformar as águas do Nilo em sangue. "Os peixes que estão no rio morrerão, e o rio ficará tão poluído que os egípcios sentirão nojo de beber a água do rio". Pô, fala sério, ninguém barra essa. Mas os magos conseguiram fazer o mesmo, de modo que tudo ficou na mesma. A se destacar a paciência do faraó em ouvir as alegações de Moisés e de seu irmão, numa época em que a matança corria desenfreada. Como a praga do rio de sangue não funcionou, o Senhor anunciou a praga das rãs. Os magos do governo, mais uma vez, conseguiram replicar o milagre. Ou seja, depois de coagularem de vez a água do Nilo, duplicaram o número de rãs, para a felicidade geral da nação. Deus, conselho de amigo: use logo os seus super-poderes e destitua os tais magos de seus super-poderes, porque a sua credibilidade como the ultimate magician vem sofrendo nos últimos capítulos da Bíblia um tremendo baque.

Monday, August 17, 2009

173

Look how perfect I am. How original are my thoughts, my insights and all that shit. If I were an american rapper, I would show you all my bling-blings, cars and tell you how many women I've slept with. I mean, real sleep, with cuddling and all.

A inflação e o Complexo de Golgi

Na sétima série eu tinha que saber todas as minúcias e funções do Complexo de Golgi, mas queria mesmo era entender como é que funcionava a inflação. O Bresser Pereira e outros especialistas-ministros iam na TV falar que estavam fazendo todo o possível pra debelar aquele fantasma eterno da economia brasileira, mas o assunto era envolto numa névoa que beirava o esotérico. Enquanto isso, os doutrinadores estatistas tentavam livrar a cara do governo dizendo que os preços subiam por causa da ganância dos empresários. Eu só sabia que comprava um picolé de manhã a um preço que de tarde já era outro. Era uma loucura. A desigualdade de renda de que tanto falam é resultado, em boa parte, dessa política inflacionista. Por que? Ora, porque enquanto as pessoas com uma renda maior podiam aplicar esse dinheiro, os mais pobres ficavam com um dinheiro na mão que perdia valor diariamente. Isso durou décadas. Não foi culpa do capitalismo, foi culpa de uma política deliberada de governo. Sim, porque ainda hoje resiste - e naquela época isso era ainda mais forte - a crença de que a inflação auxilia no crescimento econômico, de que há um trade off entre inflação e crescimento. Bullshit. O povo mais à esquerda do PT ainda questiona as metas de inflação e os juros que seguram a onda da moeda desde o Plano Real. Minha cabeça estava na inflação enquanto a fessora me cobrava questões sobre a membrana de um organismo que funciona praticamente à minha revelia. Quer dizer, pensando bem, a inflação e o Complexo de Golgi nem são tão diferentes assim.

Abigail 7

Invocaram meu santo nomezinho em vão - sem trocadilho, seus tarados - de modo que posso nadar de braçada neste post. Não é minha prima, seus incultos. É apenas uma bruaca que esteve com Kerouac naqueles porres hóméricos que ele tomava todo dia, antes de pegar a estrada. Bem, durante também. E depois. Restaure-se, pois, a verdade e a monarquia. kisses