Friday, February 27, 2009

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Foi uma pena não comparecer em sua festa de debutante. Me arrependo até hoje do cano que eu te dei. Era de uma marca tão genérica que acabou vazando. O barato, às vezes, sai caro.

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Ei gata, tudo bem? Não sei o que deu em mim pra te explanar pra geral, mas é que a gente nem sempre consegue controlar os instintos, não é mesmo? Entre o pensamento e o ato há uma distância, eu sei, espero que você me perdoe. Achei que as pessoas iam gostar de te ver. Peace.

Lysander Spooner

“O homem tem o direito inalienável a tanta liberdade pessoal quanto ele possa usar sem invadir os direitos dos demais. Tal liberdade é um direito inerente à sua natureza e às suas faculdades. É um direito inerente à sua natureza e às suas faculdades que elas possam se desenvolver livremente, sem restrições de outras naturezas e outras faculdades, que não têm prerrogativas superiores às suas. E esse direito tem apenas um limite, a saber, que ele não leve o exercício deste direito tão longe que passe a restringir ou infringir o desenvolvimento igualmente livre da natureza e das faculdades dos demais. As fronteiras entre as liberdades iguais de cada um não devem jamais ser cruzadas por ninguém. Esse princípio é a base e a essência da lei e do direito civil.” (http://www.ordemlivre.org/node/504).

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Outra coisa que descobri com essa ferramenta de feed é a quantidade de gente que vai lá no Google digitar "a teoria dos germes" e vem parar aqui no texto "A moral liberal". (http://sol-moras-segabinaze.blogspot.com/2007/12/liberalismo.html).

O direito do cidadão à servidão

Continuando com a minha quixotesca cruzada contra a burocracia cultural, no O Globo de hoje rolou um texto da Bárbara Heliodora comparando a gestão na prefeitura carioca da comunista do Brasil Jandira Feghali à nomenklatura soviética. Óbvio, claro e cristalino. Se a programação dos teatros depende da aprovação dos comissários do povo (uia!), então está instituído o "centralismo democrático" com a cabeleira da Jajá no comando. Mais uma vez, a crítica vai até um certo ponto, de onde não passa sob o risco da diabólica palavra privatização ser evocada, para o horror, o horror da classe artística em conluio permanente com o estado. Por que a prefeitura tem uma rede de teatros? Por que existe uma secretaria de cultura? Por que existe um ministério da cultura? Questões que a verve da veterana crítica teatral não contemplou, como se o dirigismo cultural fosse um dado da natureza, um imperativo categórico, "um dever do estado e um direito do cidadão".

Thursday, February 26, 2009

Revolução Industrial

Acho ótimo que o meu post mais visitado seja o de Mises falando sobre a Revolução Industrial. O camarada vai até o Google, digita "crianças escravizadas trabalhando sem parar até os bondosos sindicalistas terminarem com a exploração" e acaba lendo algo que contraria o senso comum criado pela propaganda marxista. Como é que as pessoas acham que era a vida na Inglaterra antes da tal mecanização? Uma existência idílica perturbada por gananciosos homens de fraque e cartola? Ah, como o capitalismo é malvado, não é mesmo? (http://sol-moras-segabinaze.blogspot.com/2008/01/considerao-quanto-interpretao-popular.html).

Milton Friedman - Parte 1 de 3

Bloco do Eu sozinho

"Adicionalmente, eu enfaticamente não acredito na impossibilidade de pessoas isoladas enxergarem mais longe do que a sociedade na qual estão inseridas. Pelo contrário, se isso fosse impossível nunca haveria progresso algum no conhecimento. Isso é freqüentemente mais a regra do que a exceção. Verdades perturbadoras e impopulares são muito mais facilmente percebidas e exploradas por pessoas isoladas do que por grandes grupos sociais." Gostei disso que o Sergio de Biasi escreveu. Mas eu gostei disso porque é verdade ou porque imagino que isso, de alguma maneira, me lisonjeia? É difícil dizer, porque gostar de alguma coisa não é muito diferente de se identificar com aquilo. (http://oindividuo.org/2009/02/26/e-tudo-uma-grande-farsa/).

23 de janeiro de 2003

Ranking JB de público nos cinemas na 2ª semana de 2003: 1º - Senhor dos Anéis 2; 2º - Harry Potter 2; 3º - Stuart Little 2; 4º - Xuxa e os duendes 2. tem 8 2 Foi engraçado e triste assistir, no documentário "Maconha", o Ronald Reagan em 1980 falando que a erva era "a maior ameaça aos EUA". "Não sabemos ainda quais exatamente os efeitos colaterais dessa droga", ele disse, "mas podemos garantir que ela causa perda da memória de curto prazo." tem alzheimer agora Pouca exclamação e muita reticência. tem sido assim na pontuação ultimamente pra mim Essas taxas de desemprego incluem as pessoas que simplesmente não querem trabalhar? tem o ócio voluntário, o involuntário e o/ou circunstancial Demorou muito pr'eu me acostumar com a nova voz do Homer Simpson. tem um tom ainda mais mongolóide que a dublagem anterior Vinheta da Maldita, 94.9 do Rio: "Fluminense FM, a rádio de todas as tribos." tem tribo pra caramba pr'eles tentarem agradar então Meu blog foi indicado ao 2º prêmio Indie Destaque 2002. Votem em mim em www.mmrecords.com.br. tem que fazer campanha para divulgar para ganhar para galgar novos patamares na hierarquia indie Até 1977 era proibido por lei se divorciar no Brasil. tem regrinhas inacreditáveis como essa em vigor ainda hoje neste país As coisas não vão deixar de acontecer porque você acha errado. tem no entanto que se protestar sempre ou tem que se conformar que nem tudo está ao seu alcance de decisão e que deixar os outros serem é mesmo a melhor política? Sei lá. tem modos intermediários de ação Essa discussão sempre ancorada naquele preceito da liberdade-individual-sem-invadir-o-espaço-real-e-não-moral-do-outro. tem que explicar direitinho pra mensagem ser melhor apreendida Sol o meu assunto favorito. tem jogadinhas ególatras e irritantes de linguagem que maculam todo um trabalho sério, honesto e cheio de boas intenções o inferno está cheio

Friday, February 20, 2009

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Eu gosto do Brasil, tem coisas boas aqui. Mas a gente tá indo por um caminho perigoso. O gato não tá nem aí, só quer saber de fresca.

Nacionalismo = Xenofobia

Eu queria ver a reação dos brasileiros que se agarram cheios de brios à bandeira verde e amarela gritando contra a xenofobia alheia caso milhares de bolivianos, venezuelanos, paraguaios e equatorianos invadissem essa terra cheia de encantos mil pra "roubar os nossos empregos e descaracterizar a nossa cultura". Sim, o Brasil não é lá essas coisas, mas esses vizinhos estão em situação ainda pior. Os patrioteiros não conseguem disfarçar o incômodo com os peruanos e suas flautinhas no Centro do Rio, imagine então com uma invasão de gente fugindo do bolivarianismo? Mal toleram a importação de produtos, imagine a importação de pessoas? Ainda mais num estado do bem-estar social que estimula por si só a xenofobia. Se o estado vai garantir uma "vida digna a todos", o imigrante - reagindo a incentivos - aporta nesse lugar atrás dessa tal vida digna. Natural. Assim como é natural a reação dos nativos que vêem a sua cota de bem-estar social diminuir pela lei da escassez. Os europeus, em especial os escandinavos, já estão apertando as leis de imigração, porque esse sistema, no longo prazo, é insustentável. A xenofobia é uma conseqüência lógica da mentalidade socialista e nacionalista.

Tadinha, é brasileira...

Uma brasileira é incapaz de dar um golpe, a não ser que tenha sido estimulada por algum explorador da inocência brazuquinha vindo de um país desenvolvido que, justamente por isso, é culpado de antemão. Além do mais, a pessoa não é responsável pelos seus atos. É culpa do lúpus ou de de algum feitiço suíço... O lance é estimular a oposição oprimidos (nós) e opressores (eles). Os turistas europeus (opressores) sendo assaltados a rodo aqui no Rio pelos pobres brasileirinhos (oprimidos) é um exemplo clássico. Quem mandou ser desenvolvido? A culpa da nossa miséria é deles, como qualquer um de bom senso há de concordar.

Thursday, February 19, 2009

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Porra, como é que um questionador vai atingir as massas? Cair no gosto comum? Detalhe pra pulseira do cidadão.

Sigur Rós - ( )

"Se você fica discutindo sem fim sobre música, acaba perdendo a espontaneidade." O Jónsi do Sigur Rós disse isso. E eu até concordo, só que seria legal saber sobre a intenção por trás do título do disco novo, "( )", um par vazio de parênteses: "O ouvinte vai ter a chance de preencher o conteúdo desses parênteses sozinho." Libertador. Ainda mais se você cresceu acompanhando o eterno jogo de palavras que é a MPB. O baixista Georg diz que "as letras têm uma importância, mas não é necessário falar a língüa para entendê-las. Como qualquer outro instrumento, a voz pode transmitir um sentimento sem dizer nada que faça sentido." Maneiro. Reparei então que todos os vocais desse "( )" ou iniciam ou têm como tema central algo parecido com a palavra "issae". Bem louco o conceito. O disco, o próprio explica, "é dividido em duas partes. As primeiras quatro músicas são leves e com o espírito elevado. Depois vem um minuto de silêncio para deixar clara essa divisão. As quatro últimas são mais pesadas e dramáticas, elas jogam mais com as suas emoções." E são realmente de se sentir um frio na barriga as paisagens criadas por esses islandeses. E o que o vocalista assumidamente gay acha de sua banda ser rotulada de post-rock e ser comparada ao Mogwai e ao Godspeed You Black Emperor!? "Horrível. Mas isso é típico dos jornalistas de música que adoram colocar rótulos em tudo, principalmente os ingleses. Gente chata e pernóstica." Uma turma estranha, sem dúvida. Me identifiquei muito quando li o Georg falando que "sair e beber é muito saudável. Esquecer tudo de ruim num momento de loucura. Claro que a ressaca vem, mas quase sempre vale a pena." Jónsi, tá na hora de subir a audiência dispersa com uma fofoca: "Recebemos uma carta do Lars Ülrich do Metallica dizendo: 'Obrigado! Obrigado! Obrigado! O concerto de vocês me deixou tão inspirado! Espero que nosso próximo disco seja pelo menos metade do que são os seus shows...' Achei a carta toda meio triste, mas fiquei feliz porque sempre toquei as músicas do Metallica quando garoto." tô em dúvida se a ilustre galera que visita o blog tá tão interessada assim em ler 1717 caracteres sem espaços a respeito do meu amado sigur rós

25 de outubro de 2002

Recebi em Santa Teresa, tem de tudo por lá, um flyer evangélico. O título era "TUDO ISSO EU FIZ POR TI", e a frente trazia um Jesus azul e branco pendurado na cruz. O pensamento ali contido começava com uma análise otimista sobre o Homem: "Como dizem as Escrituras Sagradas: não há ninguém justo." E prosseguia na tentativa de deixar mais leve a minha consciência: "EU MORRI... para pagar pelo SEU pecado." Fiquei contente de ter aceito o folheto quando tive a seguinte lição de auto-estima: "Você precisa ARREPENDER-SE... Admitir que você é o único culpado e que não pode fazer NADA para salvar-se, e que você precisa de Jesus Cristo." Eles quase me converteram quando li Lucas 13.3: "Eu afirmo que todos vocês, se não se arrependerem de seus pecados, vão morrer como eles morreram." Esse desfile do puro savoir-faire pentecostal se encerrava com uma pergunta:

Qual é a sua decisão?

  1. ( ) Eu escolho confiar em Jesus Cristo como o meu salvador. "Aquele que crê no filho não é julgado." "Porque todo aquele que invoca o nome do Senhor será salvo."
  2. ( ) Eu escolho a rejeitar a Jesus e seguir o meu próprio caminho. "Quem não tinha o seu nome escrito no livro da vida foi jogado no lago de fogo."
  3. tô em dúvida sobre essa história de que religião não se discute

A brincadeira favorita de uma criança vizinha minha é assoprar um apito. tô em dúvida se eu falo com a avó do moleque ou se eu mesmo dou uma chamada nele

Queria reunir o pessoal da mais alta estirpe da noite do Rio numa sala grande e confortável, provê-los com todas as substâncias e os discos que quiserem, espalhar câmeras pelo ambiente e editar o resultado. Um amigo sugeriu que isso virasse uma série de filmes, tipo "Dinâmica Underground" I, II e III. Gerariam mil interpretações. tô em dúvida se eu antecipo ou não a escalação do elenco

A Rede TV! é o canal do cidadão punheteiro sem cabo, sem internet e sem imaginação. tô em dúvida com o tô em dúvida

Anti-americanismo é racismo. Anti-bushismo não. tô em dúvida se os estado-unidenses já constituem uma raça per se

O colunista Ancelmo Gois ou Góis colocou as fotos do Cafu e do Nalbert levantando a taça com o seguinte comentário: "Os muito bonitos que me perdoem. Mas beleza não foi fundamental nestas duas conquistas. Viva a melhor seleção de vôlei do mundo!" tô em dúvida se o emissor desse julgamento já encontrou um espelho pela frente

Wednesday, February 18, 2009

Os profetas do óbvio ululante

Pois é, o Paulo Francis morreu em 1997 e eu lá em 2002 ainda votando no PT. Foi uma longa trajetória até me desintoxicar totalmente. Se você imagina que a economia é um jogo de soma zero, onde a riqueza de um é a pobreza do outro e que basta o estado intervir pra justiça social prevalecer, então você, sinto muito informar, é um marxista, mesmo que involuntário. Se, ao invés disso, você apenas defende o sistema de privilégios comandado pelo estado, onde a nobreza contemporânea do funcionalismo público decide quem vai levar os subsídios e as benesses, ou seja, quem vai "vencer", então você é só mais um fortalecendo o status quo, provavelmente em causa própria. Como deve ser horripilante olhar no espelho e constatar, depois de anos pregando o altruísmo, que você coloca o seu próprio interesse acima dos demais! Que tragédia perceber que, não fosse o individualismo intrínseco em todos nós, não conseguiríamos nem mesmo chupar um Chicabon! Nelson Rodrigues, anti-comunista ferrenho, tinha razão: só os profetas enxergam o óbvio.

A internet é foda

Meu site antigo vai ser desativado, então ando relendo algumas das coisas que escrevi anos atrás. Uma tarefa um tanto constrangedora, mas que me deixa claro como as idéias não são estáticas e evoluem se a pessoa der chance, ou tiver a chance de dar a chance, ao contraditório. Tô lá eu em setembro de 2002 falando sobre os odores mais comuns no Maracanã (cachorro quente, cecê e mijo) ao mesmo tempo em que declaro o meu voto nas eleições daquele ano. Era o típico esquerdista que agora critico, votando no Lula (ouch!), Benedita da Silva, Edson Santos, Carlos Minc e até no vereador comunista do Brasil, o ex-presidente da UNE (socorro!) Fernando Gusmão. Tinha ali um Fernando Gabeira pra limpar um pouco a minha barra, mas até ele naquela época era do PT. Tirando a minha cegueira ideológica, havia ali alguns exercícios de linguagem interessantes, mas fico satisfeito que aquilo tudo vai agora direto pro lixo do mundo virtual. Quando falo de ter a chance de acesso ao contraditório, falo da predominância na mídia e nas universidades de uma visão de mundo socialista, que prevalece até hoje. Minha salvação foram as colunas do Paulo Francis e do Olavo de Carvalho, não por acaso ex-comunistas. Seus textos colocaram boas pulgas atrás das minhas orelhas, abrindo um caminho que veio a se consolidar com meus estudos neste vasto e livre mundo da internet.

Tuesday, February 17, 2009

Rebeldia liberal

Então o liberalismo não surge do nada, obviamente, mas antes necessita de toda uma base moral que prepara o terreno pro fim da tutela estatal. Não discordo disso, mas o trabalho de gente que foca na economia também é importante, assim como a resistência anti-autoritária que os mais conservadores tentam diminuir como uma rebeldia inconseqüente de jovens mimados que não entenderam ainda a importância da cultura "judaico-cristã" nisso tudo, associando o liberalismo laico ao socialismo "científico". O liberalismo não versa sobre a moral diretamente, versa sobre o uso da força. Mesmo que o princípio da não-agressão não estabeleça o tipo de moral que prevaleceria na sociedade, ele dá os incentivos necessários pra que as pessoas ajam com responsabilidade. Nada garante a perfeição ou a santidade, mas só o reconhecimento de que ninguém tem o direito de agredir ou forçar ninguém a nada já fornece uma base moral assentada no voluntarismo, com o processo de tentativa e erro garantindo o aprimoramento da convivência.

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Já rolou de pessoas que gostavam do que eu escrevia chegarem pra mim agora dizendo: "Olha, acho que você perdeu a mão só escrevendo sobre liberalismo e falando mal do PT. Os textos antigos eram melhores." Compreensível, se você não gosta do liberalismo e acredita nas boas intenções do PT. Afinal, o que é mais importante: a liberdade individual ou a minha opinião sobre o programa "Fama"?

07 de agosto de 2002

Dez anos atrás me apresentei ao exército. Tinham cinco oficiais no exame médico. "Tirem a roupa!", gritou o que parecia ser o líder. Um outro anotava as nossas medidas, e os três que restavam ficavam ali assistindo, como se aquilo fosse uma espécie de espetáculo. "Tua mãe não te dá o que comer não?", "Esse daí em compensação... Parece um navio!", "Tu é tísico, tá morrendo e tem que ir já pro hospital tomar injeção de soro no rabo.", "Você tem vermes?", "Que homem peludo você é, parece até o Toni Ramos!", "Sinto te informar meu jovem, mas você vai precisar de um belo de um alongamento pra essa tua piquinha." Presenciar isso e ficar horas em pé numa fila com o sol na lata. Foram essas as contribuições do exército brasileiro para a minha formação como "homem" e "cidadão". Estão discutindo por aí a abolição da obrigatoriedade do serviço militar. Podem contar comigo. senso de engajamento de quem já andou muito por essa estrada da vida O coração é uma bomba. o uso de imagens de duplo sentido é uma das marcas do meu trabalho Recados que deixei afixados no portão do meu vizinho: "Seu cachorro não pára de latir! Ser seu vizinho é o inferno na Terra!", "2:30 da manhã e o seu gigantesco animal a plenos pulmões... Que alegria!", "Tenho vontade de quebrar a sua janela.", "100 horas ininterruptas de latidos altíssimos. Deve ser um novo recorde. Parabéns!", "Vou matar o seu cachorro!", "Vou matar você também!". aqui eu desenvolvo a prática da liberdade poética com fins dramáticos Fizeram mais filmes sobre o Conde Drácula do que sobre Jesus Cristo. discutir tótens estabelecidos usando um cinismo estudado é um dado importante na minha trajetória Todo mundo ri no cinema quando o mestre Yoda aparece pra lutar contra o Conde Dokoo. mostro versatilidade ao incluir o universo pop como um dos meus interesses Artificialismo disfarçado de profissionalismo. perseverei com garra no intento de definir o espantoso programa "Fama"

Monday, February 16, 2009

Os 15% do contra

Lula é o mestre do blá-blá-blá da "luta de classes", colocando uns contra os outros pra concentrar poder em si mesmo. Não fez nenhuma reforma, nada, zero. O crescimento da economia mundial passou e ele só fez aumentar gastos de custeio e comprar votos com o Bolsa Família. É um populista cujo orgulho cínico não é escancarado pela ignorância de um povo e pela cumplicidade de uma imprensa viciada em verba oficial. Com a economia e as exportações em frangalhos, vai aprofundar o discurso contra os ricos que agrada aos ressentidos pra tirar o dele da reta. Quando a coisa vai bem, mérito dele. Quando vai mal, culpa dos outros. E, dizem, 85% dos brasileiros engolem esse papo-furado.

18 de julho de 2002

Descobri uma parada totalmente inesperada: eu gosto de Strokes. TENHO QUE ADMITIR AS MINHAS FRAQUEZAS Minha gata mais velha tá no cio. TENHO MEDO QUE ISSO SEJA MAL INTERPRETADO PELOS MEUS ENTES QUERIDOS 1/4 dos adultos de países como Inglaterra, França e Espanha são usuários de maconha. TENHO IMPRESSÃO QUE A PROPORÇÃO NA ZONA SUL DO RIO É AINDA MAIOR Minha dentista adora o programa "Fama". TENHO MAIS UM JUSTO MOTIVO PRA DEIXAR MINHA ARCADA APODRECER Uma tentativa realmente forçada de associação: os caras do "Manhattan Connection" não têm a ver com a galera de "Seinfeld"? Lucas Mendes é o educado líder cínico e instigador - Seinfeld. Lúcia Guimarães é a mulher emancipada - Elaine. Caio Blinder é igual ao George. E o Arnaldo Jabor é o homem das teorias conspiratórias disparatadas - Kramer. Não sei se isso fez sentido pro pessoal mais iniciado, mas... TENHO QUE SAIR MAIS VEZES DE CASA "Sempre tem coisa ruim em coisa boa e sempre tem coisa boa em coisa ruim." - André Abujamra. TENHO TENTADO INCORPORAR ESSE PENSAMENTO AO MEU DIA-DIA Meio furada essa história que diz que o futebol é o único esporte em que nem sempre o melhor vence. Esse lugar-comum é constantemente repetido quando se fala da seleção brasileira da Copa de 82. Exemplos? O Tiger Woods volta e meia perde torneios de golfe. O Lennox Lewis já levou uns bons sacodes ao longo de sua carreira no boxe. Já vi o Rui Chapéu ser "encaçapado" sem pena nem piedade num daqueles torneios de sinuca que o Luciano do Valle organizava. E eu mesmo já fui derrotado no totó algumas poucas vezes. Tudo é muito relativo nos esportes de alta competição. TENHO PRA MIM QUE ESSE COMENTÁRIO NÃO PODERIA TER SIDO MAIS FORA DE ÉPOCA Pesquisa do programa, líder de audiência há 35 anos, "Haroldo de Andrade" na Rádio Globo AM: "Você acha que a Sasha deve ser preparada para assumir o trono da Rainha Xuxa?" TENHO DÚVIDA APENAS SOBRE QUAL TIPO DE TRONO ELES ESTAVAM SE REFERINDO Eu não toco guitarra bem como gostaria. TENHO ALGUNS DISCOS LANÇADOS COM MEUS AMIGOS E MUITA CARA-DE-PAU, CULPA DA ESTÉTICA PUNK Contei outro dia: mijei 11 vezes em 24 horas. TENHO UM SISTEMA DE FILTRAGEM AINDA NO PRUMO

Friday, February 13, 2009

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A música que ilustra os créditos finais nos lembra do valor de Vera Loyola: "Eu sou mais a Vera, que vive com o dinheiro do seu pão." Pô, isso é maneiríssimo e moralíssimo. Eu é que, às vezes, não resisto à tentação.

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Então ser debochado só vale quando se debocha com tudo e com todos? Eu também quero debochar dos liberais brasileiros, mas onde eles estão? Nunca vi um liberal com um programa de auditório na TV. Ou a confusão é tão grande a ponto das pessoas imaginarem que basta alguém ser rico pra ser considerado "liberal"?

13 de julho de 2001

UMA NOITE DE QUINTA Lá está a seleção do Felipão, muito esforçada, com a guerra particular entre o Jardel e a bola. São irreconciliáveis, tais como o Conde e o César, o Veloso e o Tolentino. ZAP Vera Loyola, muito despenteada, tem vários girassóis cenográficos ao redor. Ela conversa com seu convidado, um underwear designer. "Você cuida da roupa total do presidente? Digo, você escolhe as cuecas do nosso presidente?", ela pergunta, cheia de malícia. Ele nega essa informação, mas ressalta que a do Chiquinho Scarpa é ele quem escolhe. Que bom. A próxima atração é gastronômica, com o garçom distribuindo pãezinhos da padaria Biruta, propriedade de Vera. Os convidados aprovam, mastigando o santo carboidrato ao som samba-rock de Bebeto. Vera tem cartas na mão, e anuncia que o próximo convidado "vai estourar em questão de dias". Tem visão a Vera, não podemos negar. O barbudo Jarbas Mariz azeita seu sambalanço, nos distraindo das cores que iluminam o palco. Os anunciantes seguem o padrão, destacando-se o "Baile da Águia", que tem a ave em letras banhadas de sangue. Deve servir como algum tipo de metáfora em relação ao imperialismo americano. "Sou mais Vera Loyola", canta a abertura. Do nada, surgem modelos a flanar pela passarela. Uma foto gigantesca de Vera Loyola parece assombrar as jovens, muito nervosas com o BG de Maurício Manieri. Vera não nos explica o motivo daquele entra e sai. Vida que segue, essa é a moral da história. O próximo quadro, "Você estende o tapete para quem?", tem Leci Brandão como convidada. Muito original a idéia, com Leci "estendendo o tapete" para o samba e para a "marrom" Alcione. Leci Brandão é combativa, então não "estende o tapete" para o preconceito. Percebo a semelhança do programa da Vera com o da Galisteu quando vejo um marinheiro de luvas brancas fazendo as vezes de Zé Pedro. A favor de Vera, está o fato do seu microfone não ser pintado de branco. Não fica estético, e a Vera entende de moda. Depois do segmento tapete, Leci nos brinda com um pout-pourri de Martinho da Vila. Esse medley dura exatamente uma eternidade, enquanto os convidados assistem a tudo sentados entre os cachorrinhos da Vera, que se esfregam felizes da vida. ZEP Fui ouvir, então, o Galvão narrar uma falta cobrada pelo Juninho Pernambucano, que provou ter boa mira e acertou bem na mão do pequeno goleiro mexicano. ZIP E lá vão as manecas a desafiar a cara sorridente da Vera. Usam azul, isso eu percebi. O marinheiro de luva branca coloca Jamiroquai, imaginando ser isso sinônimo de uma sofisticação descontraída. Vera nos apresenta finalmente o estilista. É Rogério Figueiredo, um "bordador". O criador discorre sobre haute-couture, modelos belgas e Icarius, enquanto Vera arregala ainda mais os olhos. Ela se refastela no momento em que ele se refere a uma de suas obras, um "bordado com cristal, lapidado em oito partes". Ela mostra que o seu vestido também tem cristais, azuis como as roupas do Roberto Carlos. Ela agradece e apresenta a última atração, a banda de forró Bicho do Pé. O grupo é animado e faz a Vera se empolgar, instigando os convidados a também rastarem o pé. Leci disfarça, "sou do samba, pô", enquanto o desenhista de cuecas acompanha, com a cabeça, o compasso pé-de-serra. A música termina e é hora da Vera dizer adeus. Antes, uma palavrinha com o grupo: "Vocês são forrozeiros universitários?". "Somos", é a resposta. O repertório de perguntas de Vera se esgota, assim como o tempo do programa. Tudo termina com closes nos verdadeiros astros do show: os cachorros, os tapetes e os pãezinhos. A música que ilustra os créditos finais nos lembra do valor de Vera Loyola: "Eu sou mais a Vera, que vive com o dinheiro do seu pão." Era isso ou o "olé" dos mexicanos.

Dedo em chiste

Não é muito simpático ficar apontando o tempo todo o dedo contra o que você não concorda. É desgastante e, se as pessoas não concordam tanto com a sua visão, elas se afastam. É do jogo. Isso não é o mesmo que dizer que eu me abstenha de me julgar, de reconhecer as minhas próprias limitações. Meu espírito, hmm, crítico também não me dá trégua, mas os meus problemas, imagino, não são de tanto interesse pros outros quanto a relação que temos em comum com o estado, por exemplo. Porque a lei e o uso da força dizem respeito a todos é que escrevo, e por mais que eu tenha lá as minhas contradições, me recuso a acreditar que o que vejo com os meus olhos seja apenas uma "construção" sem valor ou significado. Depois de anos refletindo e estudando, mesmo alguém imperfeito é capaz de formar uma meia dúzia de juízos sobre o que acontece ao seu redor.

Thursday, February 12, 2009

Yo soy brasileño!

Ah, os apelos contra o uso de palavras em inglês... Como são valorosos os nossos nacionalistas! Halloween é o cacete! O petróleo é nosso! O correio é nosso! O mensalão é nosso! Notável como as fronteiras decididas por déspotas fazem dos compatriotas cúmplices na construção desta grande nação! A mulher brasileira é a mais bonita do mundo! A música brasileira é a melhor do mundo! Vejam como os japoneses escutam bossa-nova! As mulatas da cor do Brasil do Ancelmo Gois ou Góis são o cacete! Claro, tudo isso é uma mistificação perfeita pra justificar práticas protecionistas, afinal, não podemos importar produtos mais baratos sob o risco de perdermos os empregos! O comércio é um jogo de soma zero, não te ensinaram isso ainda não?! Lembrem-se, a educação mercantilista é um direito do cidadão!

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Thank you, thank you very much, you are all very nice people. I would also like to thank my mother for her support and my beloved wife, who believed in me for all these years.

Esquizofrenia careta

Em mais uma demonstração de que a esquerda não é lá muito amiga da lógica, FHC e outros ex-presidentes latino-americanos estão lutando pela descriminalização do consumo de drogas ao mesmo tempo em que querem um combate mais duro aos traficantes. Quer dizer, o cara que consome fica liberado, "é uma questão de saúde pública", enquanto o cara que atende essa demanda, o traficante, é mais uma vez demonizado. Eu desconfio do motivo por trás dessa esquizofrenia contraditória: porque o traficante, se prepare que agora vem uma palavra muito feia, LUCRA com isso. E pra um esquerdista, não há nada mais abominável do que alguém lucrar com alguma coisa. Claro que eles, os políticos, são seres naturalmente altruístas, sempre pensando no bem comum. Eles não querem lucrar nada, seus salários e suas ligações com os grupos de interesse que os elegem se dão apenas como retribuição justa do esforço que eles fazem para promover o interesse público e a justiça social. Egoístas são os outros.

Wednesday, February 11, 2009

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Ou você acha que a injeção de 3 trilhões de dólares do Obamóide não se apóia numa teoria? Ele, por acaso, decidiu isso baseado meramente na sua intuição de ungido sobre-humano? Não, ele tem uma equipe econômica que o assessora cantando a bola no seu ouvido. "Precisamos estimular a economia bombando a demanda agregada pra que o consumo estimule a produção e crie empregos." Não se iluda, a teoria importa. E é capaz tanto de colocar as coisas nos trilhos quanto de descarrilhá-las de vez.

A mudança

Mesmo sabendo que o diagnóstico da crise econômica envolve diversas variáveis sujeitas a preconceitos e desinformações, fico bolado como certos argumentos são impenetráveis na mente de pessoas capazes de, em outros aspectos de suas vidas, fazerem julgamentos lógicos e razoáveis. Mesmo você provando por A + B que a economia americana é tremendamente regulada há décadas, a pessoa não se dá por vencida e não aceita a tese de que a crise é culpa da intervenção estatal. "Precisa de mais regulação!" Mais? Pois o governo já manipula a moeda, os juros, regula o sistema financeiro e imobiliário com fins demagógicos e o escambau, mas não é o suficiente. A culpa é do mercado, já está decidido. Agora o Obamóide vai lançar mais de não sei quantos trilhões na economia, hipotecando o futuro pra sair bem na foto, afinal de contas, "alguém tem que fazer alguma coisa e domar esse capitalismo selvagem!". É desesperador. E esse é o senso comum, isso é o que 99% das pessoas pensam e é isso o que vai afundar de vez o dólar. Mudança, change? You betcha! O melhor de uma crise são as oportunidades que se abrem pra uma mudança de mentalidade, pra que uma teoria que explique melhor a realidade tenha o seu valor finalmente reconhecido.

Os amantes da humanidade

Manchete de hoje no O Globo: "Menor consumo de carne diminuiria o aquecimento global." Quem mandou comer carne? Boa é a carne de soja... Mas peraí, essa também é malvada, devasta toda a natureza pantaneira, patrimônio da humanidade. Quer dizer, a humanidade atrapalha o patrimônio da humanidade. Solução: concentrar poder numa porção da humanidade que não vai muito com a cara do resto da humanidade. O homem é perverso, mas o povo da ONU aparentemente não faz parte da espécie. Os socialistas não gostam da natureza humana e querem alterá-la para criar "o novo homem". Eles no comando do processo, é claro. Os pacifistas também acham que a tolerância com os intolerantes trará a paz eterna, mas a violência persiste. Certamente culpa do neoliberalismo. Completando o trio, os ambientalistas, para quem o maior problema da Terra é essa insistência egoísta que o homem tem em consumir.

Monday, February 09, 2009

Os pacifistas

É possível ser tolerante com o intolerante? Quando Hitler começou a sua escalada de violência, pacifistas de todo o mundo contemporizaram: "Temos que abrir o diálogo com a peste!" A peste então, com a cumplicidade do povo que o elegeu, saiu bombardeando países e matando quem não rezasse da cartilha ariana. Caso não saibam, a pomba da paz foi uma encomenda de Stalin a Picasso. Alardear pacifismo, sem se dar conta de que o mal existe, é posar de nobre alma enquanto os "maniqueístas dogmáticos" (sempre os outros) tratam de salvar a sua pele. Não é à toa que o tal "pacifismo" é assim com o esquerdismo. Ambos anunciam em altos brados como são lindos os seus ideais, sem se preocupar com os meios que possibilitam a realização desses fins. Basta dizer que se está no time da paz e dos pobres pra consciência ficar tranqüila.

Deus 8

Todo o meu background familiar é católico. As pessoas que conheço que mais se aproximam de algo parecido com a "santidade" são católicas. Ainda não tive a iluminação que me tire das trevas da descrença (haha!), mas respeito muitos religiosos e muitas de suas idéias. Leio-os com interesse, mesmo sem concordar com tudo o que é dito. Claro, a família é importante e o aborto não é uma questão trivial. No âmbito moral, há muito o que se discutir e as religiões cumprem um papel. Como liberal, me interessa como é feito o uso da força e questiono toda e qualquer lei que obstrua relações voluntárias e imponha obrigações ou proibições a esse voluntarismo. Se a igreja não tem o poder de obrigar ninguém a ser fiel e nem tem planos de instaurar uma teocracia, ela não é, a princípio, inimiga da liberdade individual e está atendendo a alguma necessidade humana. Acontece que existem correntes que acham que a teocracia é uma idéia bacana e volta e meia bombardeiam os chamados "infiéis". Com esse tipo de comportamente não há relativismo possível, restando mesmo o combate, seja no campo das idéias ou, em último caso, no campo de batalha.

Sunday, February 08, 2009

Reinaldo Azevedo

Escreve passagens brilhantes: "Durante um bom tempo, a convicção viverá dias de desprestígio, e a afirmação que não apelar a zonas de ambiguidade e teorias da incerteza, para afetar tolerância e paixão pela especulação intelectual, será tachada de radical – e o radicalismo, claro, deve ser monopólio dos nossos inimigos... Tudo nos será permitido, exceto ter algumas velhas certezas. Você mesmo, leitor, deve ficar atento à orientação moral máxima destes tempos: "A virtude está no meio" – ainda que esse "meio", de fato, tenha lado. Fuja se alguém o ameaçar com uma moeda: "Cara ou coroa?". Ele é um sabotador da virtude. Na praia, quando o sorveteiro lhe perguntar o sabor do picolé, pense no que você pode perder ao ser obrigado a fazer uma escolha. Opte pela incerteza e responda: "Qualquer um". Diante de um sorveteiro, do aborto, dos foguetes do Hamas, da eutanásia, da comida japonesa, da pena de morte, do pagode, do Bolero de Ravel ou da ditadura cubana, prefira a dúvida que faz a fama dos sensíveis à certeza que faz a má fama dos dogmáticos. Não seja um lobo da estepe. Não provoque os outros com suas convicções. Não seja desagradável!" (http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/).

Friday, February 06, 2009

Roberto Campos 2

Quando eu era criança pequena lá no Humaitá, o Roberto Campos era a figura pública mais demonizada que se tinha notícia. Eu mesmo, por imitação e sem entender patavina, achava que ele era alguém muito mau, velho e feio. Porra, o homem só dizia o óbvio: "Por que então a resistência de alguns setores da sociedade brasileira em relação ao liberalismo econômico? Eu não entendo o porquê disso. Se você é contra o liberalismo, então você defende o quê? O autoritarismo? Agora, qual o país autoritário que conseguiu manter seu sistema por muito tempo e adotá-lo com uma visão permanente da sociedade? Nenhum." (http://pensadoresbrasileiros.home.comcast.net/~pensadoresbrasileiros/RobertoCampos/).

Wednesday, February 04, 2009

112

Se o cara quer ser independente, ele não pode depender dos outros. Mas pra se atingir realmente a independência, ele depende que os outros atribuam valor àquilo que ele faz. Com "dependentes" o suficiente da sua "independência", o dependente finalmente se torna independente.

111

"Mas como é que os pobres bancam a rede municipal de teatros?" É simples, meu caro. Na condução, no arroz e feijão, no café e na cachaça há sempre um imposto te lembrando que você não pode viver sem contribuir compulsoriamente com a nova peça de Fulano de Tal e com toda a equipe que colabora nos bastidores para as glórias do teatro brasileiro encenado a fundo perdido.

110

É aquela coisa, cultura não é um negócio que possa ser deixado ao sabor do mercado. Ele tem que cumprir a sua "função social", sendo bancado pelo dinheiro dos pobres que comunistas consumistas do naipe da nova secretária de cultura dizem representar.

A cultura é nossa!

A nova "polêmica" no Segundo Caderno é a posse da comunista do Brasil Jandira Feghali na Secretaria de Cultura do Rio. Como a classe artística brasileira é assim com o governo, uma mudança no comando mexe mesmo com muitos interesses. Pra variar, a controvérsia vai até um certo ponto, de onde não passa sob o risco de surgir a demoníaca palavra "privatização". A prefeitura, sabe-se lá por quê, é dona de diversos teatros, que, nas gestões anteriores, foram administrados por diretores e outras figuras proeminentes das artes cênicas. Essas pessoas tinham à sua disposição uma infra-estrutura bancada pelos "contribuintes" para os seus projetos. Agora que a comunista assumiu, ela tirou a rede de teatros das mãos dos figurões, dizendo que "acabou o feudo nos teatros", instituindo alguns conselhos burocráticos (bem ao estilo soviético) pra garantir que as coisas corram como quer o comitê central. Ou seja, acabou um "feudo" e instituiu-se outro, sem que a possibilidade de se abolir esse "centralismo democrático" fosse sequer cogitada. Sabe como é, as diferenças entre a nova secretária e os antigos administradores existem, mas também não vamos exagerar.

Tuesday, February 03, 2009

109

Pois é, moeda por acaso tem 3 lados? Depois desse mea culpa, inicio mais um empolgante discurso contra o Fed, os bolivarianos e a mentalidade estatista dos brasileiros.

Not Tupy

Sim, argumentos econômicos não são o suficiente, e por isso mesmo falo do individualismo e da Ayn Rand, que percebeu a submissão do coletivismo, da moral altruísta, como ninguém. Mas fala em individualismo no Brasil... Tem a coisa católica, do sacrifício, que casou bem com o socialismo. Apontar a hipocrisia alheia é fácil, mas a solidariedade vira outra coisa quando é compulsória, concentrando benefícios e espalhando custos. Então o socialismo, o estatismo e o fascismo são lados da mesma moeda que não enxerga nada fora do estado. Quem não entra na roda, é marginalizado. E os tais produtores culturais querem lá ficar de fora da roda? Não, querem o governo bancando a sua produção, "temos que construir a nossa identidade cultural com dinheiro público!". Entre a segurança e o risco, quem está ali alinhado não tem dúvidas. (http://nottupy.blogspot.com/).

Fulano e a CLT

Não é a economia que molda a sociedade, mas a mentalidade cultural. O que a economia faz, falo da economia isenta de Keynes e Marx, é relacionar causas e efeitos, esclarecendo os resultados da lei na cadeia de incentivos. Não é a economia que faz Fulano achar que a CLT, por exemplo, é boa ou ruim. A lógica econômica apenas deixa claro que a CLT exclui pessoas do mercado de trabalho, empurrando-as ou pro desemprego ou pra informalidade. Não é a economia que diz que as drogas devem ser proibidas, ela alerta de que isso criará um mercado negro, com todos os seus efeitos colaterais.

Viagem 13

Fotomontagem de viés artístico, com maquetes boiando no charco de Santo André (BA) produzidas pelo meu querido avô Euclides a partir de caixas de fósforos e corantes variados. O realismo é realmente impressionantemente real.

Monday, February 02, 2009

108

O Hamas avança com seus rojões caseiros pela direita, general. "Ok, certifique-se de que a culpa recaia toda sobre Israel." General, vindo do norte inflexões ambientalistas que desejam uma mata virgem. "Hmm, e o quê aquelas pessoas vão comer?" Não sei, general, estou apenas transmitindo as posições. "Sim, sim, garanta que da próxima vez os tornozelos das moças estejam cobertos, não queremos ferir sensibilidades". Entendido, general, elas estão realmente passando dos limites.

107

Avante companheiros, por um outro mundo possível! Vou criticar tanto a globalização quanto o protecionismo. Vou pregar a paz ao mesmo tempo em que louvo ditadores que mataram milhões. Enalteço a diversidade enquanto defendo um regime que proíbe a oposição. Sou um socialista com muito orgulho de minhas contradições e, na dialética, recebo milhões do dinheiro público achando que estou combatendo o status quo. Esquerdilóides de todo o mundo, uni-vos!